O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) esclarece mais algumas dúvidas dos leitores.SESSÕES PÚBLICAS Gostaria
de saber o que vocês pensam sobre sessões mediúnicas com a presença do público.
Parece que Kardec foi contra e que a maioria dos autores espíritas, que li, tem
a mesma opinião. É verdade que Kardec se preocupou muito com o
trato que os espíritas devem dar à mediunidade, demonstrando que uma reunião de
intercâmbio espiritual deve ser conduzida com todo cuidado, inclusive o de ser
preservada da curiosidade pública que, na maioria das vezes, atrapalha. Kardec
chega dizer , em O QUE É O ESPIRITISMO
que a reunião mediúnica não tem por fim convencer as pessoas sobre a realidade
da sobrevivência da alma, que, por esse meio, não se convence ninguém; diz
também em O LIVRO DOS MÉDIUNS que a
mediunidade, cuidada pelo Espiritismo, não se presta a exibições ou espetáculos
de demonstração. Desse modo, entendemos que a preservação do grupo mediúnico é
um dos fatores primordiais para a tranquilidade dos médiuns e para a garantia
da própria autenticidade dos fenômenos. Se o desempenho de uma reunião, como
afirma Kardec, depende do ambiente mental que os encarnados criam para que se deem
os fenômenos, é claro que a existência de um grupo selecionado e orientado
especificamente para isso, num ambiente fechado, impõe-se por imprescindível.
Assim, o grupo mediúnico, além de não dar espetáculos de exibição, precisa se
conscientizar da alta responsabilidade que lhe diz respeito no trato com os
Espíritos, e, para tanto, não deve estar exposto à simples curiosidade ou
interferência mental da platéia. CASAMENTOS PROGRAMADOS Devem
existir casamentos programados na Espiritualidade e casamentos não programados.
Presumo que os primeiros são aqueles que dão certo, porque os Espíritos já se
conhecem e já estão ligados antes de virem para a Terra. Os outros são aqueles
que fracassam. Sendo assim, seria útil a gente consultar a Espiritualidade para
saber realmente o que está programado ou não? O
fato de um casamento está programado pelos Espíritos-cônjuges não quer dizer,
absolutamente, que será um casamento bem sucedido, no sentido de preservar um
bom relacionamento entre eles, enquanto casados na Terra. A união matrimonial
não quer dizer identidade de propósitos sempre, nem tampouco facilidade de
conciliação. É possível que esses Espíritos estejam realmente procurando o
caminho da reconciliação através do casamento, mas essa condição não é
suficiente para garantir o êxito do plano, pois, como seres humanos, ainda
somos muito frágeis nessa questão de convivência e podemos falhar a qualquer
momento. A programação pode realmente existir, como uma forma de organizar as
metas desses Espíritos e poderá ajudá-los na condução de seus propósitos, mas a
solução do problema vai depender do efetivo desempenho de cada um. Por outro
lado, seria precipitado afirmar que um determinado casamento não deu certo só porque
não foi planejado na Espiritualidade. Nada disso. O mais importante no
matrimônio não é o fato de ter sido planejado ou não, pois não é simplesmente
esse fator que vai garantir seu êxito, mas, sim, o desempenho dos Espíritos
diante do compromisso que assumem, um diante do outro, e ambos para com os
filhos. Um casamento não previsto pode muito bem ser melhor sucedido que um
outro que foi adredemente preparado, por causa da maturidade dos cônjuges em
matéria de relacionamento. Respeito, consideração, responsabilidade, amor, para
serem exercitados, não dependem apenas de planejamento, mas da capacidade de o
Espírito aprender a conviver. Portanto, não há nenhum sentido prático em se
buscar tal informação, se o objetivo é apenas ter uma vida comum saudável.
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