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terça-feira, 17 de abril de 2018

ESPIRITISMO E A SAÚDE HUMANA


Allan Kardec escreveu em artigo inserido na edição de novembro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA que “a mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram” e que “a CIÊNCIA ESPÍRITA nos ensina a causa dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, nos parecerá inexplicável”.  Na continuidade três questões para refletirmos sobre o tema saúde: Allan Kardec afirma que grande número de doenças é devido aos fluidos perniciosos de que é penetrado o organismo. Como entender e explicar isso? Sendo o períspirito dos encarnados de uma natureza idêntica à dos fluidos espirituais, assimila-os com facilidade, como uma esponja se embebe de líquido. Esses fluidos tem, sobre o períspirito, uma ação tanto mais direta que, por sua expansão e sua irradiação, se confunde com eles. Agindo sobre o períspirito, este, por sua vez, reage sobre o organismo material, com o qual está em contato molecular.  Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo sente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa; se os maus são permanentes e enérgicos eles podem determinar desordens físicas: certas doenças não tem outra causa. Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos, que são absorvidos por todos os poros perispirituais, como se absorvem, pelos poros do corpo, as emanações de matérias pútridas causadoras de várias doenças endêmicas. Se, por exemplo, considerarmos um meio onde predominam pensamentos que reflitam sentimentos desequilibrados e, consequentemente, a presença dos maus Espíritos, ele estará impregnado de maus fluidos que o encarnado absorve pelo períspirito, como pode absorver, pelos poros do corpo, substâncias nocivas ou curativas. Assim se explicam os efeitos percebidos nos lugares de reunião de pessoas.  Uma aglomeração qualquer que seja é um foco de irradiações de pensamentos diversos. É como uma orquestra, ou coro de pensamentos, onde cada um emite uma nota. Resulta daí uma multiplicidade de correntes e eflúvios cuja impressão cada um recebe pelo sentido espiritual, como num coro musical cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.  Como se dá a instalação de doenças considerando-se apenas o corpo físico?  Os sintomas patológicos na experiência comum, em maioria esmagadora, decorrem dos reflexos infelizes da mente sobre o veículo de nossas manifestações, operando desajustes nos implementos que o compõem. Toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem de máquina sensível, e toda aflição é como ferrugem destruidora, prejudicando seu funcionamento. Sabe hoje a Medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico. Estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam as suas secreções, e o estômago, entrando em espasmo, se nega à produção de ácido clorídrico, provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa. Atingido esse fenômeno primário que, muita vez, abre a porta a temíveis calamidades orgânicas, os desajustamentos gastrintestinais repetidos acabam arruinando os processos da nutrição que interessam o estímulo nervoso, determinando variados sintomas, desde a mais leve irritação da membrana gástrica até a loucura de abordagem complexa.  O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo. Se não é aconselhável envenenar o aparelho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo constante do campo íntimo. Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Divina Providência nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna. (PV), Como o Plano Espiritual vê o trabalho dos médicos? Todos os médicos, ainda mesmo quando materialistas de mente impermeável à fé religiosa, contam com Amigos Espirituais que os auxiliam.  A saúde humana é dos mais preciosos bens divinos. Quando a criatura, por relaxamento ou indisciplina, delibera menosprezá-la, faz-se difícil o socorro aos seus centros de equilíbrio, porque, em todos os lugares, o pior surdo é aquele que não quer ouvir.  Todavia, por parte de quantos ajudam a marcha humana, da Esfera Espiritual, há sempre medidas de proteção à harmonia orgânica, para que a saúde das criaturas não seja prejudicada.  Claro que há erros tremendos na Medicina e que não se pode evitar.  A colaboração não pode ultrapassar o campo receptivo daquele que se interessa pela cura alheia ou pelo próprio reajustamento.  Entretanto, realiza-se sempre em favor da saúde geral quanto é possível.. (Li,10)


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