Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
quinta-feira, 31 de maio de 2018
quarta-feira, 30 de maio de 2018
PERDÃO, CONFLITO E DOR DOS ANIMAIS
O professor José
Benevides Cavalcante( FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA,
eme) retorna para fazer luz sobre questões propostas por leitores."Não acho que sou diferente de ninguém. Não sou santa, mas
também não me acho um demônio. Leio o Evangelho todos os dias e admiro os
ensinos de Jesus e a coragem que ele teve de enfrentar seus inimigos sem um
pensamento de revolta. E aquela parte do Sermão da Montanha em que ele manda
amar os inimigos ainda está longe de minhas forças. Não consigo perdoar uma
pessoa, pelo que ela me fêz e pelo que ela continua fazendo para mim e para meu
marido. Tento rezar por ela, mas, na verdade, não consigo. Não quero ser
hipócrita diante de Deus e de mim mesma: eu não gosto dela e não a quero por
perto; caso contrário, a nossa vida vai se transformar num inferno!... E o pior
de tudo isso é que eu sofro porque não quero perdoá- la, e sofro também porque
não a perdôo. Não entendo o que está acontecendo comigo." Certamente
você está vivenciando grande conflito íntimo. Embora o desconforto que sofre, a
mulher velha que havia em você paulatinamente está cedendo lugar à mulher nova
que ameaça se impor. Você está crescendo, e a batalha interior que arde em seu
coração é a comprovação disso. Você acredita no perdão, já tem o perdão como um
valor moral, mas ainda não conseguiu incorporá-lo por inteiro, precisando
apenas de um pouco mais de amadurecimento para torná-lo parte integrante de sua
vida. Não obstante, você já conquistou uma virtude: a sinceridade. Não quer
fingir e não sabe fingir: por isso, a dificuldade em querer perdoar e não
reunir ainda os requisitos básicos para o perdão, fato que, no íntimo, não quer
admitir para você mesma. Essa crise de crescimento você precisa enfrentar com coragem
e determinação. Confie na sua consciência e evite agir por simples impulso,
repetindo para si mesma que a inteligência deve iluminar a emoção. Se a
situação é tão incômoda assim, procure mudar alguma coisa em sua vida, frequentando
um grupo espírita idôneo, que possa suscitar em você novos interesses e novas
metas, novas atividades e novas reflexões. Não se esqueça da prece. Mas saia um
pouco do âmbito limitado de suas preocupações familiares para buscar fora
recursos novos que lhe facilitarão a vida. Procure pensar e agir um pouco mais
em favor de quem tem problemas iguais ou piores que o seu. Nenhum de nós tem
capacidade de se transformar por inteiro de um dia para outro e nem podemos nos
mostrar muito ansiosos nesse sentido. Agindo no Bem, dê um tempo para si mesma,
pois todo aprendizado é um processo mais ou menos longo, exigindo de cada
pessoa um ritmo próprio. A DOR DOS ANIMAIS "Eu
tive um cachorro que morreu de câncer, depois de sofrer muito. Um ser humano
com câncer demonstra que ele está pagando dívidas do passado e, por isso,
sofre. Mas, como é que isso pode acontecer com um animal? Será que ele também
tem dívida para pagar como nós? Não.
O animal não tem nada a pagar, simplesmente porque ele não é um ser moral, não
tem consciência, mérito ou culpa de seus "atos". Segue apenas o curso
da natureza, agindo por impulso do instinto ou por simples adestramento.
Resgate, pagamento, ressarcimento, expiação, só acontece com os humanos, que
são inteligentes e conscientes em suas ações: estes têm mérito e culpa, porque
têm livre-arbítrio, isto é, sabem diferenciar o bem do mal. Os espíritas devemos
tomar cuidado para não generalizarmos conceitos, como é costume acontecer,
quando afirmamos que todo sofrimento decorre de um resgate ou de um pagamento
de dívida do passado. Não é bem assim. A ideia de que há uma relação direta
entre o erro e o sofrimento é correta e deve ser sempre lembrada. Mas disso não
resulta que todo sofrimento é resgate. Há várias causas para o sofrimento, e
uma delas é a que decorre de nossas necessidades evolutivas. A esse tipo de
sofrimento André Luiz chama de dor-evolução. Os animais, que nada têm a
"pagar", sofrem em decorrência de sua evolução, aceitam naturalmente
a morte, e sua dor é muito menor que a dor humana, porque eles não são
atormentados pelos sofrimentos morais ou problemas conscienciais, os que mais
nos torturam aqui e no além.
segunda-feira, 28 de maio de 2018
domingo, 27 de maio de 2018
ATUALISSIMO
Abrindo a pauta da REVISTA ESPÍRITA de novembro de 1859,
Allan Kardec apresenta interessante matéria intitulada “DEVEMOS PUBLICAR TUDO QUANTO OS ESPÍRITOS DIZEM?” que se mostra
atualíssima, especialmente diante da profusão de títulos que disputam lugar nos
expositores das livrarias ou catálogos de editoras e distribuidoras,
demonstrando acirrada disputa por qual apresenta “revelações” ou “novidades”
mais originais. Como livros espíritas se tornaram até meio de vida, revisões
doutrinárias ou fundamentadas no bom senso, inexistem. O alvo é um público
ávido por contéudos que chegam a ser estapafúrdios. As ponderações de Kardec sugerem
reflexões. Diz ele: “- Esta pergunta nos foi dirigida por um dos
nossos correspondentes. Respondemo-la da maneira seguinte: Seria bom publicar
tudo quanto dizem e pensam os homens? Quem quer que possua uma noção do
Espiritismo, por superficial que seja, sabe que o mundo invisível é composto de
todos aqueles que deixaram na Terra o envoltório visível. Despojando-se, porém,
do homem carnal, nem todos se revestiram, por isso mesmo, da túnica dos anjos.
Há Espíritos de todos os graus de conhecimento e de ignorância, de moralidade e
de imoralidade – eis o que não devemos perder de vista. Não esqueçamos que
entre os Espíritos, assim como na Terra, há seres levianos, desatentos e
brincalhões; falsos sábios, vãos e orgulhosos, de um saber incompleto;
hipócritas, malévolos e, o que nos parecia inexplicável, se de algum modo não
conhecêssemos a fisiologia desse mundo, há sensuais, vilões e crapulosos que se
arrastam na lama. Ao lado disto, sempre como na Terra, temos seres bons,
humanos, benevolentes, esclarecidos, de sublimes virtudes. Como, entretanto, nosso
mundo não está na primeira nem na última posição, embora mais vizinho da última
que da primeira, disso resulta que o mundo dos Espíritos abrange seres mais
avançados intelectual e moralmente que nossos homens mais esclarecidos, e
outros que ainda estão abaixo dos homens mais inferiores. Desde que esses seres
têm um meio patente de comunicar-se com os homens, de exprimir seus pensamentos
por sinais inteligíveis, suas comunicações devem ser um reflexo de seus
sentimentos, de suas qualidades ou de seus vícios. Serão levianas, triviais,
grosseiras, mesmo obscenas, sábias, científicas o sublimes, conforme seus
caráter e sua elevação. Revelam-se por sua própria linguagem. Daí a
necessidade de não aceitar cegamente tudo quanto vem do mundo oculto, e
submetê-lo a controle severo. Com as comunicações de certos Espíritos, do
mesmo modo que com os discursos de certos homens, poder-se-ia fazer uma
coletânea muito pouco edificante(...). Ao lado dessas comunicações francamente
más, e que chocam qualquer ouvido um pouco delicado, outras há que são
simplesmente triviais ou ridículas (...). O mal é dar como sérias, coisas que
chocam o bom senso, a razão e as conveniências. Nesse caso, o perigo é maior do
que se pensa. Para começar, tais publicações tem o inconveniente de induzir em
erro as pessoas que não estão em condições de examiná-las e discernir entre o
verdadeiro e o falso, principalmente numa questão tão nova como o Espiritismo.
Em segundo lugar, são armas fornecidas aos adversários que não perdem a
oportunidade para tirar deste fato argumentos contra a alta moralidade do
ensino espírita; porque, diga-se mais uma vez, o mal está em apresentar
seriamente coisas que são notórios absurdos (...). As pessoas que estudaram a
fundo a ciência espírita sabem qual a atitude que convêm a este respeito. Sabem
que os Espíritos zombeteiros não tem o menor escrúpulo de enfeitar-se com nomes
respeitáveis. Mas sabem também que esses Espíritos só abusam daqueles que
gostam de se deixar abusar, que não sabem ou não querem esclarecidas suas
astúcias pelos meios já conhecidos (...). Os Espíritos vão aonde acham
simpatia e onde sabem que serão ouvidos (...).Publicar sem exame, ou sem
correção, tudo quanto vem dessa fonte, seria, em nossa opinião, dar prova de
pouco discernimento”.
sexta-feira, 25 de maio de 2018
quinta-feira, 24 de maio de 2018
quarta-feira, 23 de maio de 2018
DEUS E JESUS
A confusão persiste e o
professor José Benevides Cavalcante(FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) procura a seguir
explicar e dirimir as dúvidas. Afinal: DEUS e Jesus são a mesma coisa? Diz o
leitor: -Por muito tempo fui católico, não fazia
diferença entre Jesus e Deus, é claro, por causa da crença no mistério da
Santíssima Trindade. Nunca havia refletido sobre essa questão, mas quando cheguei
ao Espiritismo, com muito custo, conclui que Jesus não pode ser Deus e percebi
como é importante a gente ter essa noção, estudando Allan Kardec. Jesus é um
Espírito Puro, um mensageiro de Deus, que veio à Terra para uma missão que,
certamente, continua até hoje e vai continuar por muito tempo. Mas eu noto que
no meio espírita muita gente ainda pensa que Jesus é Deus e vice-versa, talvez
porque esse pessoal não tenha se detido mais tempo na leitura de Kardec.
Observo também que, em muitas mensagens psicografadas, até mesmo de médiuns
renomados, fala-se em Jesus como se fosse Deus. Pela forma de tratamento -
" Senhor", "Nosso Senhor" - , empregada tanto para Deus
como para Jesus indistintamente, e isso acontece mais nas preces - o leitor não
pode distinguir um do outro, e perdura aquela idéia católica de que Pai e Filho
são uma mesma pessoa, uma espécie de "Santíssima Dualidade" no
Espiritismo. Em várias ocasiões me detive em acompanhar com mais atenção as
preces que os dirigentes fazem nos Centros e verifiquei que, muitas vezes, eles
começam a prece dirigindo-se a Deus e terminam falando em Jesus ou vice-versa,
estabelecendo a mesma confusão que, certamente, fica na cabeça das pessoas.
Fico pensando comigo se isso não é desvirtuar um conceito importante da
Doutrina e se não seria importante os escritores espíritas baterem mais nessa
tecla para desfazer essa confusão. Sem
dúvida, esta é uma questão que todos nós espíritas devemos levar em
consideração. Somos obrigados a reconhecer a dificuldade das pessoas que vêm de
outras religiões para o Espiritismo, trazendo conceitos e sentimentos derivados
dos dogmas, que perduram por algum tempo. Essa fase de transição de conceitos
entre a antiga fé religiosa e a Doutrina Espírita não é muito simples e se
manifesta de forma peculiar em cada estrutura de pensamento, em cada cultura
pessoal e em cada experiência de vida. Aqueles, porém, que já se consideram
integrados na doutrina e no movimento espírita, inclusive, exercendo papéis de
liderança, com certeza, devem ter mais cuidado com o que falam ou escrevem,
antes de expor suas ideias ao público. Primeiramente, podemos considerar que há
líderes que se empolgam facilmente com o que falam ou escrevem, sem se
prepararem convenientemente, sendo que alguns até confiam mais na intuição de
seus "mentores" que nos textos da Codificação; estão mais preocupados
com o aspecto estético do discurso do que com o seu significado e, em razão
disso, saem atropelando os conceitos fundamentais espíritas, produzindo
confusões generalizadas. Como espíritas, temos a obrigação de estudar, aprender
e esclarecer, pois nosso compromisso é com a verdade. A sua colocação foi muito
oportuna nesse sentido e ela, em si mesma, pela clareza da sua exposição, já
enseja uma resposta.
terça-feira, 22 de maio de 2018
segunda-feira, 21 de maio de 2018
domingo, 20 de maio de 2018
DUAS QUESTÕES SOBRE SAUDE E DOENÇAS
Se
dividirmos os males da vida em duas categorias, uma a dos que o homem não pode
evitar, e outra das atribulações que ele mesmo provoca por sua falta de cuidado
e excessos, veremos que esta última é muito mais numerosa que a primeira. A afirmação de Allan Kardec está contida n’ O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO. Para termos uma ideia da extensão e implicações da
saúde, na sequencia duas esclarecedoras respostas: 1- Abordando o tema suicídio, o Espiritismo o vincula a efeitos
ou repercussões não só no retorno e permanência do Espírito no Mundo Invisível,
mas a encarnações posteriores. É possível ter-se uma ideia de doenças derivadas
do suicídio cometido? No
suicídio intencional, sem as atenuantes da moléstia ou da ignorância, há que se
considerar não somente o problema da infração ante as Leis Divinas, mas também
o ato de violência que a criatura comete contra si mesma, através da
premeditação mais profunda, com remorso mais amplo. Atormentada de dor, a
consciência desperta no nível de sombra a que se precipitou, suportando
compulsoriamente as companhias que elegeu para si própria, pelo tempo
indispensável à justa renovação. Contudo, os resultados não se circunscrevem
aos fenômenos de sofrimento íntimo, porque surgem os desequilíbrios
consequentes nas sinergias do corpo espiritual, com impositivos de reajuste em
existências próximas. É assim que após determinado tempo de reeducação, nos
círculos de trabalho fronteiriços da Terra, os suicidas são habitualmente reinternados
no Plano Carnal, em regime de hospitalização na cela física, que lhes reflete as
penas e angústias na forma de enfermidades e inibições. (Lembrando que cada
caso é um caso, algumas associações que podem demonstrar essas correlações): 1-doenças do aparelho digestivo, do sangue e
disfunções endocrínas, tanto quanto outros males de etiologia obscura - Os que
se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram. 2- ictiose ou pênfigo - os que incendiaram a
própria carne. 3- processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do
enfisema ou dos cistos pulmonares - os que se asfixiaram, seja no leito das
águas ou nas correntes de gás 4-
distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia
cerebral infantil - os que se enforcaram. 5- desarmonias da mesma espécie,
notadamente as que se relacionam com o cretinismo - estilhaçaram o crânio ou
deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras. 6 - distrofia muscular
progressiva ou da osteíte difusa - os que se atiraram de grande altura,
enquadrando se entre eles, o nanismo derivado das lesões causadas no corpo
espiritual que vão interferir no próximo corpo, prejudicando particularmente a
produção de hormônios, daí a formação do corpo anão, e as diversas formas de
nanismo, mais ou menos graves, segundo o comprometimento do Espírito.
7-orgânicas derivadas correspondendo a diversas calamidades congênitas,
inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura -
suicídio, direto ou indireto. (RE, 62) 2- E quanto às doenças infecciosas causadas por micro-organismos
patogênicos como botulismo, tétano, hansenísase, meningite bacteriana, sífilis,
cólera, leptospirose, tuberculose, etc. Sua ação sobre o corpo físico se dá
apenas no nível material? Os
micróbios patogênicos se associam a elementos sutilíssimos de ordem espiritual.
(NRCX; 41) A
grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semimaterial
do corpo espiritual. Havendo o Espírito agido
erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo
espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de
determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido. (LA, 1)
sexta-feira, 18 de maio de 2018
quinta-feira, 17 de maio de 2018
quarta-feira, 16 de maio de 2018
ABRAHAM LINCOLN E O SEU MATADOR
Poucos dias após a posse no
início de 1865, para um segundo mandato, Abraham Lincoln, eleito para ser o
decimo sexto presidente norte-americano, morreu aos 56 anos, atingido por um
tiro na cabeça desferido por um inimigo politico, enquanto assistia a uma peça
de teatro. Unificador dos Estados do Norte e do Sul, libertador dos escravos,
Lincoln, nascido no Kentucky, de origem humilde, depois de abandonar as rudes
tarefas na fazenda do pai aos 21 anos, fixou-se em New Salem, ali vivendo por
cinco anos, trabalhando como empregado de fábrica, caixeiro de armazém, agente
de correios, até mudar-se para Springfield, onde passou a trabalhar como
advogado entrando definitivamente para a politica, que o conduziu ao primeiro
mandato de Presidente em 1861. Antevira em sonho premonitório vivido dias
antes, seu próprio assassinato. Lincoln e a esposa participaram também de
várias sessões com a médium Nettie Colburn Maynard, conforme relatos publicados
por ela em 1891, mais tarde recuperados e traduzidos para o português pelo
erudito Wallace Leal Rodrigues e publicados sob o título SESSÕES ESPÍRITAS NA CASA BRANCA (clarim). A morte do grande
estadista repercutiu no mundo todo, gravando seu nome na História como um
exemplo de politico íntegro e honesto. Dois anos depois, Allan Kardec na edição
de março de 1867, publicava uma matéria extraída do BANNER OF LIGHT, de Boston,
EUA, que, por sua vez, veiculou a análise de uma comunicação de Abraham
Lincoln, por um médium chamado Ravenswood. Pelo que se confirma no seu
conteúdo, títulos ou posições ocupados na nossa Dimensão, não fazem nenhuma
diferença na transição dela para o Plano Espiritual em consequência da morte
física. Vamos ao texto: “-Quando Lincoln voltou de seu atordoamento e
despertou no Mundo dos Espíritos, ficou surpreendido e perturbado, porque não
tinha a menor ideia de que estivesse morto. O tiro que o feriu suspendeu
instantaneamente toda sensação e não compreendeu o que lhe havia acontecido.
Esta confusão e essa perturbação, contudo, não duraram muito. Ele era bastante
espiritualista para compreender o que é a morte e, como muitos outros, não ficou admirado da nova existência para a
qual foi transportado. Viu-se cercado por muitas pessoas que sabia de há muito
tempo mortas e logo soube a causa de sua morte. Foi recebido cordialmente por
muita gente por quem tinha simpatia. Compreendeu sua afeição por ele e, num
olhar, pôde abarcar o mundo feliz no qual tinha entrado. No mesmo instante
experimentou um sentimento de angústia pela dor que devia experimentar sua
família, e uma grande ansiedade a propósito das consequências que sua morte
poderia ter para o País. Seus pensamentos o trouxeram violentamente à Terra.
Tendo sabido que William Booth estava mortalmente ferido, veio a ele e
curvou-se sobre o seu leito de morte. Nesse momento Lincoln tinha recuperado a
perfeita consciência e a tranquilidade de Espírito, e esperou com calma o
despertar de Both para a Vida Espiritual. Booth não ficou espantado ao
despertar, porque esperava sua morte. O primeiro Espírito que encontrou foi
Lincoln; olhou-o com muita afoiteza, como se se glorificasse do ato que havia
praticado. O sentimento de Lincoln a seu respeito, entretanto, não alimentava
nenhuma ideia de vingança, muito ao contrário; mostrava-se suave e bom e sem a
menor animosidade. Booth não pode suportar este estado de coisas, e o deixou
cheio de emoção. O ato que cometeu teve vários motivos; primeiro, sua falta de
raciocínio, que lho fazia considerar como meritório e, depois, seu amor
desregrado aos elogios que o tinham persuadido que seria cumulado deles e
olhado como mártir. Depois de ter vagado, sentiu-se de novo atraído para Lincoln. Às vezes, enchia-se de
arrependimento, outras seu orgulho o impedia de emendar-se. Entretanto
compreendia quanto seu orgulho era vão, sabendo, sobretudo, que não pode
ocultar como em vida, nenhum dos sentimentos que o agitam, e que seus
pensamentos de orgulho, vergonha ou remorso são conhecidos pelos que o rodeiam.
Sempre em presença de sua vítima e não recebendo dela senão sinais de bondade,
eis o seu estado atual e sua punição”. Comentando essas informações
Kardec comenta: “-A situação destes dois Espíritos é, em todos os pontos, conforme
aquela que diariamente vemos exemplos nos relatos de além-túmulo. É
perfeitamente racional e está em relação com o caráter dos dois indivíduos”.
terça-feira, 15 de maio de 2018
segunda-feira, 14 de maio de 2018
domingo, 13 de maio de 2018
INSATISFAÇÃO, ESPÍRITO DA VERDADE E CONTROVERSIAS
O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA,
eme) esclarece duvidas de leitores: Às vezes,
não acredito que estou vivendo num mundo tão violento como o nosso, onde o
egoísmo predomina, fazendo vítimas. Gostaria de viver num mundo superior, onde
o homem não tivesse mais necessidade de mentir, de corromper e de agredir
violentamente seu semelhante por causa de dinheiro. Não pertencemos à Humanidade por acaso. Este
mundo em que vivemos, da forma como se nos apresenta, com todas suas
contradições e absurdos, desonestidade e violência, é o mundo que temos
construído para nós, ao longo dos milênios. Já não estamos mais num mundo
primitivo, porque superamos essa fase inicial da experiência humana, e tampouco
nos encontramos num mundo superior, porque ainda não reunimos condições para
tanto. O ambiente cultural da Terra retrata exatamente o nível de evolução de
seus habitantes, que somos nós. Espíritos superiores, quando reencarnam em
nosso Planeta, não são aceitos pelos homens e quase sempre se tornam vítimas de
sua incompreensão, justamente porque procedem de um mundo onde o nível moral é
bem superior ao da Terra. Por outro lado, nós, que aqui vivemos – hoje, no
início do século XXI - ainda não estamos preparados para viver num mundo sem
violência e dominação; nossas atitudes e comportamentos feririam logo seus
princípios, causariam perturbação e desequilíbrio e nós, não os compreendendo,
seríamos desajustados em seu ambiente, do mesmo modo que um troglodita, pela
sua condição de homem primitivo, se sentiria perdido e confuso se tivesse que conviver
numa família civilizada de nosso tempo. Qual é o certo:
“Espírito da Verdade”, “Espírito de Verdade” ou “Espírito Verdade”. Não
percebemos haja um consenso em relação ao nome exato do Espírito que, desde o
início da Codificação, se manifestou a Kardec . Alguns chegam a afirmar que não
se trata apenas de um Espírito, mas de uma falange de Espíritos, mas não é isso
que vemos em OBRAS PÓSTUMAS.
Traduções brasileiras antigas das obras kardequianas, como O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Torrieri
Guimarães, revista por Carlos Imbassahy, Editora LAKE, utilizam “Espírito da
Verdade”. Herculano Pires, Roque Jacintho, Salvador Gentile preferem “Espírito
de Verdade”. E é com esta mesma grafia que encontramos as traduções da FEB. Lendo a Bíblia, constata-se que Noé tinha 950 anos de idade,
Adão morreu com 930 anos de idade. Ouvindo um pastor falar, ele dizia que Adão
tinha 4 metros de altura. Mais impressionante é ver pessoas esclarecidas – como
médicos, advogados, promotores de justiça – acreditarem piamente no que está
escrito. Qual livro espírita vem esclarecendo esses pontos e muitos outros? A princípio, parece que as pessoas com
mais escolaridade, especialmente as que obtiveram formação universitária, estão
mais propensas ao pensamento crítico em relação a todos os campos do
conhecimento humano. Mas essa posição pode ser facilmente contestada, quando
deparamos com universitários e profissionais, detentores de títulos de
graduação e pós-graduação, estudiosos e até cientistas, que utilizam o
pensamento racional para algumas coisas e o pensamento mágico para outras, numa
flagrante contradição de que não se dão conta, talvez porque não estejam
emocionalmente preparados para compreender os grandes problemas da vida. Por
atavismo religioso impregnado no inconsciente coletivo, separam acintosamente a
fé da razão, o divino do humano. A fé eles colocam apenas no campo do sagrado,
onde não prevalece a racionalidade e onde tudo é possível, porquanto
incompreensível, justamente onde se encontram os dogmas ou verdades intocáveis.
O pensamento religioso tradicional, desde suas raízes mitológicas mais antigas,
sempre estabeleceu a dicotomia sagrado-profano, humano-divino. No terreno do
sagrado, todo questionamento é proibido, porque nele impera a fé passiva e
ingênua; somente no domínio do profano ( ou seja, no mundo que nada teria a ver
com Deus, mas somente com o homem) se pode raciocinar com lógica e
objetividade. A teologia, que etimologicamente quer dizer “estudo de Deus”,
difere da filosofia porque, embora use a razão, parte de princípios de fé (
ainda que absurdos), onde a racionalidade não participa, erigindo um edifício
sem base crítica, diferentemente do Espiritismo que edificou sua doutrina sobre
princípios de racionalidade. Portanto, é comum se deparar com leitores que
tomam a Bíblia por verdade absoluta e inquestionável, não sabendo diferenciar a
realidade da alegoria, e que preferem fechar os olhos à ciência quando se trata
de alimentar a fé: é a forma como se sentem seguros diante de tanta
insegurança. Mas, felizmente, nos meios religiosos comuns, vamos encontrar
também pessoas que já se libertaram dessas amarras culturais arcaicas, que já
questionam e buscam suas respostas com objetividade e lógica. Existem, no meio
espírita, algumas obras que tratam do aspecto lendário da Bíblia e que procuram
analisá-la com base em estudos sérios, embora a quase totalidade esteja voltada
para o estudo do Novo Testamento, que contém o aspecto moral dos ensinos de
Jesus, realçados por Allan Kardec. Que abordam a problemática do Velho
Testamento, podemos citar “ A BÍBLIA E SEUS ABSURDOS” de Carlos Bernardo
Loureiro e “O ESPIRITISMO E AS IGREJAS REFORMADAS” de Jayme Andrade. Devem
existir outras obras.
sexta-feira, 11 de maio de 2018
quinta-feira, 10 de maio de 2018
COMPLEXO DE CULPA NO PROCESSO EVOLUTIVO
Revelam os Espíritos através de André Luiz pela
mediunidade de Chico Xavier que “expressando-nos
coletivamente, sabemos hoje que o Espírito humano lida com a razão há precisamente
40 mil anos”. (LI, 4) Informam também que
“encarcerados
pela Lei do Retorno, temos efetuado multisseculares recapitulações, por
milênios consecutivos. (LI, 1) Isso porque, segundo
afirmam “quanto mais esclarecida a criatura, tanto mais responsável, entregue
naturalmente aos arestos da consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se
envolve nos espinheiros da culpa. (AR, pref). Na
sequência duas questões para refletirmos sobre o tema: 1 - O erro revelado por nossas ações implica em inevitáveis
constrangimentos ou vicissitudes nas nossas experiências evolutivas?
Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual
se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra
aos tecidos sutis da alma. E
o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança
amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e
expelindo, em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o
hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio. A feição do ímã, que possui campo
magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças
criativas ou destrutivas que lhe marca a índole, no feixe de raios invisíveis
que arroja de si mesma. É
por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de natureza invisível nos
domínios da afinidade. Operando a onda mental em regime de
circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios
corrosivos que emanam de todas as Inteligências, encarnadas ou desencarnadas,
que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência. Projetando as energias dilacerantes de
nosso próprio desgosto, ante a culpa que adquirimos, quase sempre somos
subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que nos converte o
pesar, inicialmente alimentado contra nós mesmos, em mágoa e irritação contra
os outros. É que os
reflexos de nossa ação, a torvelinharem junto de nós, assimilam, de imediato,
as indisposições alheias, carreando para a acústica de nossa alma todas as
mensagens inarticuladas de revolta e desânimo, angústia e desespero que
vagueiam na atmosfera psíquica em que respiramos, metamorfoseando nos em
autênticos rebelados sociais, famintos de insulamento ou de escândalo, nos
quais possamos dar pasto à imaginação virulada pelas mórbidas sensações de
nossas próprias culpas. 2- O Ser ou
Individualidade está sempre preso aos efeitos de seus atos? O
Espírito tem livre-arbítrio, e sempre busca o que lhe é agradável e o satisfaz.
Se for um Espírito inferior e
material, procura suas satisfações na materialidade e, então, dará impulso aos
seus fluidos corporais, que dominarão, mas tenderão sempre a crescer e
elevar-se materialmente. Assim, as aspirações desses encarnados serão
materiais e, voltando à condição de Espírito, buscará nova encarnação, em que
satisfará suas necessidades e desejos materiais; porque, notai bem, a aspiração
corporal não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo
que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito. A isto será solicitado por seus fluidos,
que deixou que se materializassem; e como no ato da reencarnação os fluidos
agem para atrair o Espírito no corpo que foi formado, havendo, portanto,
atração e união dos fluidos, a reencarnação se opera em condições que darão
satisfação às aspirações de sua existência precedente. Há fluidos espirituais como fluidos
materiais, se estes dominarem; mas, então quando o espiritual sobreleva o
material, o Espírito, que julga de modo diferente, escolhe ou é atraído por
simpatias diferentes; como necessita de depuração e a esta só chega pelo
trabalho, as encarnações escolhidas lhe são mais penosas porque, depois de
haver dado supremacia à matéria e a seus fluidos, deve constrangê-la, lutar
contra ela e dominá-la. Daí essas
existências tão dolorosas e que, muitas vezes, parecem injustamente infligidas
a Espíritos bons e inteligentes. Estes
fazem sua última etapa corporal e entram, ao sair deste mundo, nas Esferas
Superiores, onde suas aspirações superiores encontrarão a sua realização.
terça-feira, 8 de maio de 2018
Assinar:
Postagens (Atom)