Revelam os Espíritos através de André Luiz pela
mediunidade de Chico Xavier que “expressando-nos
coletivamente, sabemos hoje que o Espírito humano lida com a razão há precisamente
40 mil anos”. (LI, 4) Informam também que
“encarcerados
pela Lei do Retorno, temos efetuado multisseculares recapitulações, por
milênios consecutivos. (LI, 1) Isso porque, segundo
afirmam “quanto mais esclarecida a criatura, tanto mais responsável, entregue
naturalmente aos arestos da consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se
envolve nos espinheiros da culpa. (AR, pref). Na
sequência duas questões para refletirmos sobre o tema: 1 - O erro revelado por nossas ações implica em inevitáveis
constrangimentos ou vicissitudes nas nossas experiências evolutivas?
Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual
se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra
aos tecidos sutis da alma. E
o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança
amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e
expelindo, em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o
hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio. A feição do ímã, que possui campo
magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças
criativas ou destrutivas que lhe marca a índole, no feixe de raios invisíveis
que arroja de si mesma. É
por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de natureza invisível nos
domínios da afinidade. Operando a onda mental em regime de
circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios
corrosivos que emanam de todas as Inteligências, encarnadas ou desencarnadas,
que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência. Projetando as energias dilacerantes de
nosso próprio desgosto, ante a culpa que adquirimos, quase sempre somos
subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que nos converte o
pesar, inicialmente alimentado contra nós mesmos, em mágoa e irritação contra
os outros. É que os
reflexos de nossa ação, a torvelinharem junto de nós, assimilam, de imediato,
as indisposições alheias, carreando para a acústica de nossa alma todas as
mensagens inarticuladas de revolta e desânimo, angústia e desespero que
vagueiam na atmosfera psíquica em que respiramos, metamorfoseando nos em
autênticos rebelados sociais, famintos de insulamento ou de escândalo, nos
quais possamos dar pasto à imaginação virulada pelas mórbidas sensações de
nossas próprias culpas. 2- O Ser ou
Individualidade está sempre preso aos efeitos de seus atos? O
Espírito tem livre-arbítrio, e sempre busca o que lhe é agradável e o satisfaz.
Se for um Espírito inferior e
material, procura suas satisfações na materialidade e, então, dará impulso aos
seus fluidos corporais, que dominarão, mas tenderão sempre a crescer e
elevar-se materialmente. Assim, as aspirações desses encarnados serão
materiais e, voltando à condição de Espírito, buscará nova encarnação, em que
satisfará suas necessidades e desejos materiais; porque, notai bem, a aspiração
corporal não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo
que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito. A isto será solicitado por seus fluidos,
que deixou que se materializassem; e como no ato da reencarnação os fluidos
agem para atrair o Espírito no corpo que foi formado, havendo, portanto,
atração e união dos fluidos, a reencarnação se opera em condições que darão
satisfação às aspirações de sua existência precedente. Há fluidos espirituais como fluidos
materiais, se estes dominarem; mas, então quando o espiritual sobreleva o
material, o Espírito, que julga de modo diferente, escolhe ou é atraído por
simpatias diferentes; como necessita de depuração e a esta só chega pelo
trabalho, as encarnações escolhidas lhe são mais penosas porque, depois de
haver dado supremacia à matéria e a seus fluidos, deve constrangê-la, lutar
contra ela e dominá-la. Daí essas
existências tão dolorosas e que, muitas vezes, parecem injustamente infligidas
a Espíritos bons e inteligentes. Estes
fazem sua última etapa corporal e entram, ao sair deste mundo, nas Esferas
Superiores, onde suas aspirações superiores encontrarão a sua realização.
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