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quinta-feira, 10 de maio de 2018

COMPLEXO DE CULPA NO PROCESSO EVOLUTIVO


Revelam os Espíritos através de André Luiz pela mediunidade de Chico Xavier que “expressando-nos coletivamente, sabemos hoje que o Espírito humano lida com a razão há precisamente 40 mil anos”. (LI, 4) Informam também que encarcerados pela Lei do Retorno, temos efetuado multisseculares recapitulações, por milênios consecutivos. (LI, 1) Isso porque, segundo afirmam “quanto mais esclarecida a criatura, tanto mais responsável, entregue naturalmente aos arestos da consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se envolve nos espinheiros da culpa. (AR, pref). Na sequência duas questões para refletirmos sobre o tema: 1 - O erro revelado por nossas ações implica em inevitáveis constrangimentos ou vicissitudes nas nossas experiências evolutivas? Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma.  E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo, em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio.  A feição do ímã, que possui campo magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças criativas ou destrutivas que lhe marca a índole, no feixe de raios invisíveis que arroja de si mesma.  É por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de natureza invisível nos domínios da afinidade. Operando a onda mental em regime de circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios corrosivos que emanam de todas as Inteligências, encarnadas ou desencarnadas, que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência.  Projetando as energias dilacerantes de nosso próprio desgosto, ante a culpa que adquirimos, quase sempre somos subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que nos converte o pesar, inicialmente alimentado contra nós mesmos, em mágoa e irritação contra os outros.  É que os reflexos de nossa ação, a torvelinharem junto de nós, assimilam, de imediato, as indisposições alheias, carreando para a acústica de nossa alma todas as mensagens inarticuladas de revolta e desânimo, angústia e desespero que vagueiam na atmosfera psíquica em que respiramos, metamorfoseando nos em autênticos rebelados sociais, famintos de insulamento ou de escândalo, nos quais possamos dar pasto à imaginação virulada pelas mórbidas sensações de nossas próprias culpas. 2- O Ser ou Individualidade está sempre preso aos efeitos de seus atos? O Espírito tem livre-arbítrio, e sempre busca o que lhe é agradável e o satisfaz.  Se for um Espírito inferior e material, procura suas satisfações na materialidade e, então, dará impulso aos seus fluidos corporais, que dominarão, mas tenderão sempre a crescer e elevar-se materialmente. Assim, as aspirações desses encarnados serão materiais e, voltando à condição de Espírito, buscará nova encarnação, em que satisfará suas necessidades e desejos materiais; porque, notai bem, a aspiração corporal não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito.  A isto será solicitado por seus fluidos, que deixou que se materializassem; e como no ato da reencarnação os fluidos agem para atrair o Espírito no corpo que foi formado, havendo, portanto, atração e união dos fluidos, a reencarnação se opera em condições que darão satisfação às aspirações de sua existência precedente.  Há fluidos espirituais como fluidos materiais, se estes dominarem; mas, então quando o espiritual sobreleva o material, o Espírito, que julga de modo diferente, escolhe ou é atraído por simpatias diferentes; como necessita de depuração e a esta só chega pelo trabalho, as encarnações escolhidas lhe são mais penosas porque, depois de haver dado supremacia à matéria e a seus fluidos, deve constrangê-la, lutar contra ela e dominá-la.  Daí essas existências tão dolorosas e que, muitas vezes, parecem injustamente infligidas a Espíritos bons e inteligentes.  Estes fazem sua última etapa corporal e entram, ao sair deste mundo, nas Esferas Superiores, onde suas aspirações superiores encontrarão a sua realização.




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