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quarta-feira, 27 de junho de 2018

GENOMA HUMANO E REVELAÇÕES DO PASSADO

O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) nos oferece mais esclarecimentos a dúvidas levantadas pelos leitores: GENOMA HUMANO Com relação à encarnação de Espíritos, que precisam passar por determinadas expiações, de acordo com suas necessidades evolutivas, como fica a Espiritualidade diante da engenharia genética que, mais cedo ou mais tarde, poderá conseguir evitar aleijões físicos e mentais, doenças fatais, como o câncer, o mal de Alzeihmer, etc. Vemos dois grandes aspectos nesta questão. O primeiro nos leva afirmar que uma coisa são as necessidades evolutivas do Espírito; outra, as experiências pelas quais ele precisa passar. Na natureza, não há somente uma solução para cada problema, há múltiplas alternativas, de acordo com o lugar e o tempo, com a cultura e o desenvolvimento de cada povo. Na Antiguidade, certamente havia experiências que hoje não mais existem e, atualmente, outras existem que não havia naquela época. Logo, Espíritos, que reencarnam em diferentes momentos da História, vivenciam situações diversas conforme suas necessidades, donde podemos concluir que as novas descobertas da ciência, dando ensejo ao progresso da Medicina, no campo da prevenção e das terapias, não servem de obstáculo às leis naturais, que continuarão a funcionar interminavelmente. Tais realizações humanas, por mais arrojadas nos pareçam, não alteram as Leis da Natureza, que prosseguem comandando todos os fenômenos. O outro aspecto da pergunta refere-se ao progresso científico e tecnológico que, com certeza, não se realiza sem a co-participação da Espiritualidade que, para tudo, tem um objetivo providencial, encaminhando para a Terra Espíritos capazes de revolucionar o conhecimento e sua aplicação com descobertas de impacto. Com certeza, o mapeamento do código genético humano e as posteriores façanhas nesse campo, também vão comprovar o absurdo do racismo e outros meios de discriminação que, até hoje, servem de pretexto para crimes que deveriam envergonhar o homem do Terceiro Milênio. REVELAÇÕES DO PASSADO Como podemos explicar, do ponto de vista espírita, que tantas pessoas, que passaram pela Terapia de Vidas Passadas, talvez a maioria delas, se lembrem de terem sido reis, príncipes, chefes de estado e personalidades importantes da História? Será que elas estão imaginando tudo isso ou, no passado, havia mais gente importante do que pessoas comuns? Vários terapeutas espíritas têm se preocupado com as reportagens que a televisão costuma apresentar ao público leigo, fazendo apologia da TVP, através de exageradas revelações que fluem com muita facilidade da mente dos pacientes para o público. Dizem que, além do exagero promocional da TV, é difícil para o profissional separar o que é a lembrança do real da mera fantasia criada pela mente imaginosa, e que o objetivo da terapia não é a revelação do passado, mas a cura. O terapeuta pode sentir a mente supercriativa, recurso comum para a alimentação do ego, mas dificilmente saberá separar com precisão o real do imaginário. Além disso, TVP não é Espiritismo, não tem por fim verificar a realidade ou não dos relatos apresentados pelo paciente; é apenas uma técnica de tratamento psicológico surgida nos Estados Unidos, há alguns anos atrás. A Doutrina Espírita tem um posicionamento inequívoco a respeito de revelações do passado em O LIVRO DOS ESPÍRITOS , valorizando o fenômeno do esquecimento como meio de defesa da mente encarnada, razão pela qual para ela a regra é não se lembrar de encarnações anteriores. No entanto, mesmo no meio espírita, por ignorância ou vaidade, muitos grupos se utilizam do expediente perigoso da revelação, apresentando aos consulentes histórias que servem para identificá-los com personalidades importantes do passado, sem o mínimo critério crítico de análise. Tal procedimento, além de não se coadunar com a moral espírita, fere frontalmente o princípio lógico do bom senso, defendido por Erasto em O LIVRO DOS MÉDIUNS ( “É preferível rejeitar nove verdades a aceitar uma só falsidade”) e ratificado por Allan Kardec em toda sua obra.

sábado, 23 de junho de 2018

O PLANO ESPIRITUAL


- “É preciso poder encarar a morte sob o seu verdadeiro ponto de vista, quer dizer, penetrar, pelo pensamento, no Mundo Espiritual, e dele fazer uma ideia tão exata quanto possível, o que denota, no Espírito encarnado, um certo desenvolvimento e uma certa aptidão para se desligar da matéria. Entre os que não estão suficientemente avançados, a vida material domina, ainda sobre a Vida Espiritual”. A afirmação é de Allan Kardec e das escolas religiosas existentes não há nenhuma que forneça maiores elementos para reflexão do que a derivada do Espiritismo. Na continuidade algumas contribuições para reflexões dos interessados. Estruturalmente, o que compõem as chamadas Esferas Espirituais reveladas no livro NOSSO LAR ? Sua área de abrangência se inicia no Centro do Planeta, a primeira, comportando o Umbral “Grosso” (Núcleo Interno ou Abismo), mais materializado, de regiões purgatoriais mais dolorosas e de cujas organizações comunitárias, conquanto estejam tão próximas, temos poucas notícias; a segunda abriga o Umbral mais ameno (Núcleo Externo ou Trevas), onde os Espíritos do Bem localizam, com mais amplitude, sua assistência, referida por André Luiz como Trevas ou regiões sub-Crostais; a terceira é nossa morada provisória, chamada Crosta Terrestre; a quarta começa na Crosta, constituindo-se em zona obscura chamada Umbral destinada ao esgotamento dos resíduos mentais. Aí se agitam milhões de Espíritos imperfeitos que partilham com as criaturas terrenas as condições de habitabilidade da Crosta do Mundo; a quinta é habitada por Espíritos que têm como escopo unicamente o Bem, as Artes e as Ciências, após várias existências sacrificiais na Crosta; a sexta; destaca-se pelos que já vivem o Amor Fraterno Universal, sendo região das mais elevadas da Zona Espiritual da Terra, muito acima de nossas noções de forma, em condições inapreciáveis à nossa atual conceituação de vida, habitada por comunidades redimidas dos Planos Espirituais; e, por fim, a sétima é de onde emanam as Diretrizes do Planeta.. Essas Esferas coexistem integradas? As camadas espirituais não tem fronteiras, sendo seus limites regulados pelo teor vibratório dos seus habitantes, indo das mais grosseiras às mais sutis, liberando os Espíritos a migrarem de uma para outra conforme sua ascensão moral. Cada uma dessas divisões compreende outras, conforme asseguram os Espíritos, distinguindo-se por vibrações distintas que se apuram à medida que se afastam do núcleo. Os que estão acima podem transitar pelas Esferas que lhe estão abaixo; os que estão nas Esferas Inferiores não podem sozinhos passar para as Esferas Superiores. Há vastas Colônias representativas de Civilizações há muito tempo extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências nas raízes que os produziram no Tempo. Cada individualidade vive no mundo que lhe é peculiar, isto é, cada mente vive o tipo de vida compatível com seu estado, avançado ou atrasado, na marcha evolutivaAs inteligências se agrupam segundo os impositivos da afinidade consoante à onda ou frequência vibratória em que se encontram. Espacialmente como se organizaria, por exemplo, a Esfera compreendida pela Crosta e seu Plano Espiritual? Um Espírito chamado Efigênio Victor que conviveu e exerceu a mediunidade na encarnação concluída em 1953, retornou através de Chico Xavier para repassar para os que, como ele, demonstram curiosidade sobre essa realidade ainda não percebida queacima da Crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosférica que classificamos por cinta densa, com a profundidade aproximada de 50 quilômetros, e, além dela, possuímos a cinta leve, com a profundidade aproximada de 950 quilômetros, somando 1000 quilômetros acima da Esfera em que respiramos. Nesse grande mundo aéreo, encontramos múltiplos exemplares de almas desencarnadas, junto de variadas espécies de criaturas sub-humanas, em desenvolvimento mental rumo à Humanidade.


terça-feira, 19 de junho de 2018

O QUE ENSINA O ESPIRITISMO


Em sua REVISTA ESPIRITA de agosto de 1865, Allan Kardec inicia a pauta com um artigo intitulado O QUE ENSINA O ESPIRITISMO, respondendo às pessoas que perguntam quais as conquistas novas que devemos ao Espiritismo. Num trecho de seus comentários, diz que “é incontestável que o Espiritismo ainda tem muito a nos ensinar. É o que não temos cessado de repetir, pois jamais pretendemos que ele tenha dito a última palavra”. Em outro, que “para alcançar a felicidade, Deus não pergunta o que se sabe, nem o que se possui, mas o que se vale e o bem que se terá feito. É, pois, no seu melhoramento individual que todo espírita sensato deve trabalhar, antes de tudo. Só aquele que dominou suas más inclinações aproveitou realmente o Espiritismo e receberá sua recompensa”. Alinha dez argumentos, demonstrando a lógica de seus raciocínios: 1 – Inicialmente, ele dá, como sabem todos, a prova patente da existência e da imortalidade da alma. É verdade que não é uma descoberta, mas é por falta de provas sobre este ponto que há tantos incrédulos ou indiferentes quanto ao futuro; é provando o que não passava de teoria que ele triunfa sobre o materialismo e evita as funestas consequências deste sobre a sociedade. Tendo mudado em certeza a dúvida sobre o futuro, é toda uma revolução nas ideias, cujas consequências são incalculáveis. Se aí, se limitassem os resultados das manifestações, esses resultados seriam imensos. 2 – Pela firme crença que desenvolve, exerce uma ação poderosa sobre o moral do homem; leva-o ao Bem, consola-o nas aflições, dá-lhe força e coragem nas provações da vida e o desvia do pensamento do suicídio. 3 – Retifica todas as ideias falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o inferno, as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela irresistível lógica dos fatos, os dogmas das penas eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a vida futura e nô-lo mostra racional e conforme à justiça de Deus. É ainda uma coisa de muito valor.  4 – Dá a conhecer o que se passa no momento da morte; este fenômeno, até hoje insondável, não mais tem mistérios; as menores particularidades dessa passagem tão temida são hoje conhecidas; ora, como todo mundo morre, tal conhecimento interessa a todo mundo.  5 – Pela Lei da Pluralidade das existências, abre um novo campo à filosofia; o homem sabe de onde vem, para onde vai; com que objetivo está na Terra. Explica a causa de todas as misérias humanas, de todas as desigualdades sociais; dá as mesmas leis da natureza para base dos princípios de solidariedade universal, de fraternidade, de igualdade e de liberdade, que só se assentavam na teoria. Enfim, lança a luz sobre as questões mais complexas da metafísica, da psicologia e da moral. 6 – Pela teoria dos fluidos perispirituais, dá a conhecer o mecanismo das sensações e das percepções da alma; explica os fenômenos da dupla vista, da visão à distância, do sonambulismo, do êxtase, dos sonhos, das visões, das aparições, etc; abre um novo campo à Fisiologia e à Patologia. 7 – Provando as relações existentes entre os mundos corporal e espiritual, mostra neste último uma das forças ativas da natureza, um poder inteligente e dá a razão de uma porção de efeitos atribuídos a causas sobrenaturais, e que alimentaram a maioria das ideias supersticiosas. 8 – Revelando o fato das obsessões, faz conhecer a causa, até aqui desconhecida, de numerosas afecções, sobre as quais a ciência se havia equivocado, em detrimento dos doentes, e dá os meios de os curar.  9 – Dando-nos a conhecer as verdadeiras condições da prece e seu modo de ação; revelando-nos a influência recíproca dos Espíritos encarnados e desencarnados, ensina-nos o poder do homem sobre os Espíritos imperfeitos para os moralizar e os arrancar aos sofrimentos inerentes à sua inferioridade. 10Dando a conhecer a magnetização espiritual, que era desconhecida, abre ao magnetismo uma via nova e lhe trás um novo e poderoso elemento de cura. Conclui, por fim, que “o Espiritismo deu sucessivamente e em alguns anos todas as bases fundamentais do novo edifício. Cabe agora a seus adeptos por em obra esses materiais, antes de pedir novos. Deus saberá bem lhes  fornecer, quando tiverem completado sua tarefa”. 


domingo, 17 de junho de 2018

AUTORIDADE E FLUIDOS CURATIVOS




EVOLUÇÃO DOS ANIMAIS E EXAGEROS DA BIBLIA

O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) responde a outras questões de dois leitores:  Gostaria de saber, se possível fosse, qual a interpretação às questões 601 em diante de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em especial às páginas de O LIVRO DOS MÉDIUNS, comparativamente, à questão 79 de O CONSOLADOR, no que diz respeito ao progresso e evolução dos animais em relação ao homem – Questão 601 - Os animais seguem uma lei progressiva como os homens? Resposta: “Sim, e é por isso que, nos mundos superiores, onde os homens são mais avançados, o animais também o são, tendo meios de comunicação mais desenvolvidos. Mas eles são sempre inferiores e submissos ao homem; são para ele servidores inteligentes". Esta questão intriga muita gente, porque há uma tendência generalizada no meio espírita de se considerar que, se o homem já foi animal no passado, o animal também será homem no futuro encarnação dos seres que podem conhece-Lo" ( grifo nosso). Não pensem os espíritas, portanto, que o Espiritismo, conforme foi Codificado no século XIX e como ainda está hoje, tem condições de responder tranquila e pacificamente a todas as perguntas, como se fosse uma autoridade onisciente e infalível. Se assim fosse, a Doutrina Espírita seria perfeita, estaria pronta e acabada, como pretendem as doutrinas dogmáticas que não admitem novas verdades além das que sempre apresentaram e, nesse caso, a doutrina, com sua fé dogmática, não sendo progressista, ela própria estaria se contradizendo, alijando de vez a lei de progresso. A IDADE DE ADÃO "A Bíblia refere-se a Adão com idade de 450 anos; Noé, 930 anos; Lameque, 777 anos. Se biologicamente é impossível viver todo esse tempo e que Adão, antes do pecado tinha 4,50 m de altura, até quando nossos irmãos protestantes vão permanecer cegos à luz da ciência, e qual livro espírita explica e comenta sobre essas e outras passagens bíblicas? - Muitas são as questões que os leitores têm feito a respeito da Bíblia e bem clara a posição espírita diante dessa obra, que não deixa de ser monumental para a Humanidade. Para quem ainda não sabe, os espíritas também se interessam pela Bíblia, mas a grande diferença entre a leitura dos espíritas e a dos protestantes e/ou católicos, por exemplo, é que o Espiritismo, por ser uma doutrina essencialmente racional, ensina a leitura crítica de qualquer livro, de qualquer documento, situando-o no tempo e no espaço, buscando nele o que é essencial e o que se pode aplicar imediatamente à vida. Evidente que as idades desses personagens ou o número de anos que viveram, segundo a Bíblia, não têm nenhuma relação com o nosso calendário. Nunca o homem teve uma vida tão longa como agora, neste início de milênio: o desenvolvimento técnico-científico e a consequente melhoria das condições de vida urbana, principalmente no período pós-guerra, levaram o homem hodierno a alcançar uma idade média de mais de 80 anos no Japão e 65 anos no Brasil ( 36 anos no inicio do século), fato que nunca ocorreu em qualquer outra época da Humanidade. No século XIX, uma em cada dez pessoas chegavam aos 65 anos de idade; no Império Romano, a expectativa de vida ficava em torno dos 28 anos, segundo Deepak. Chopra ( in "CORPO SEM IDADE, MENTE SEM FRONTEIRAS", Editora Rocco). Todavia, entre os hebreus, nos tempos relatados pelo Velho Testamento, entendia-se que a duração da vida estava diretamente relacionada à obediência cega a Iavé, o deus zeloso que recompensava seus eleitos com uma vida longa, de acordo com o mandamento "honrai pai e mãe para que seus dias sejam longos na Terra". Como não consideravam a vida depois da morte, a única recompensa, que concebiam, era mesmo neste mundo e talvez seja esse um dos motivos pelos quais alguns dos personagens bíblicos ficaram conhecidos por uma vida extraordinariamente duradoura, como o famoso Matusalém. Você pode encontrar várias obras espíritas que se referem aos aspectos contraditórios da Bíblia, quando se cai no absurdo de pretender tomar suas afirmações como verdades para os dias de hoje. Veja, por exemplo: "A BÍBLIA E SEUS ABSURDOS" de Carlos Bernardo Loureiro, Telma Editora; "O ESPIRITISMO E AS IGREJAS REFORMADAS", Jayme Andrade, Seda; ESTUDOS ESPÍRITAS DO EVANGELHO. Therezinha de Oliveira, Editora EME.


quarta-feira, 13 de junho de 2018

INFLUÊNCIA, SINTONIA, ENVOLVIMENTO: A DINÂMICA DA PERTURBAÇÃO


Pensamentos que cruzam insistentemente nossa mente desviando-nos a atenção daquilo em que nos concentramos; sensações de mal-estar ou medo sem explicações; sintomas de problemas de saúde de origem desconhecida. Analisando os determinantes de um problema a ele apresentado, Allan Kardec na edição da REVISTA ESPIRITA de dezembro de 1862, oferece-nos, dentro da racionalidade que lhe era peculiar, importante elementos para entendermos as situações propostas no início deste texto. Destacamos alguns trechos do seu estudo para refletirmos. Diz ele: “-O primeiro ponto que importa bem se compenetrar, é da natureza dos Espíritos, do ponto de vista moral. Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, e não sendo bons todos os homens, não é racional admitir-se, que o Espírito de um perverso de súbito se transforme. Do contrário seria desnecessário a retificação na vida futura. A experiência confirma esta teoria, ou melhor, a teoria é fruto da experiência. Mostram-nos as relações com o Mundo Invisível, ao lado de Espíritos sublimes de sabedoria e de conhecimento, outros ignóbeis, ainda com todos os vícios e paixões da Humanidade. Após a morte, a alma de um homem de bem será um bom Espírito; reencarnado, um bom Espírito será um homem de bem. Pela mesma razão, ao morrer, um homem perverso será um Espírito perverso no mundo invisível. Assim, enquanto o Espírito não se houver depurado ou experimentado o desejo de se melhorar. Porque, entrando na via do progresso, pouco a pouco se despoja de seus maus instintos, eleva-se gradativamente na hierarquia dos Espíritos, até atingir a perfeição, acessível a todos, pois Deus não pode ter criado seres eternamente votados ao mal e à infelicidade. Assim, os mundos visível e invisível se penetram e alternam incessantemente; se assim podemos dizer, alimentam-se mutuamente; ou, melhor dito, esses dois mundos na realidade constituem um só, em dois estados diferentes(...). Sendo a Terra um mundo inferior, isto é, pouco adiantado, resulta que a imensa maioria dos Espíritos que a povoam, tanto no estado de desencarnados, quanto encarnados, deve compor-se de Espíritos imperfeitos, que fazem mais mal que bem(...). É, pois, necessário imaginar-se o mundo invisível como formando uma população inumerável, compacta, por assim dizer, envolvendo a Terra e se agitando no espaço. É uma espécie de atmosfera moral, da qual os Espíritos encarnados ocupam a parte inferior(...). Assim como o ar das partes baixas da atmosfera é pesado e malsão, esse ar moral é também malsão, porque corrompido pelas emanações do Espíritos impuros. Para resistir a isso são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor”. Servindo-se d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, explica: “Há no homem três coisas: a alma, ou Espírito, princípio inteligente; o corpo, envoltório material; o perispírito, envoltório fluídico semi-material, servindo de laço entre o Espírito e o corpo(...) Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim se pode dizer, como agente direto do Espírito, o períspirito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por eles, transmite o pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. Sendo o períspirito o laço que une o Espírito ao corpo, é por seu intermédio que o Espírito transmite aos órgãos, não a vida vegetativa, mas os movimentos que exprimem sua vontade,; é também, por seu intermédio que as sensações do corpo são transmitidas ao Espírito(...). Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida por sua atmosfera espiritual (...). Esses fluidos põem-se em contato e se penetram. Se forem de natureza simpática, interpenetram-se; se de natureza antipática, repelem-se e os indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar, sem se darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência, terão um pensamento de benevolência, que atrai (...). Se um Espírito quiser agir sobre uma pessoa, dela se aproxima, envolve-a com o seu períspirito, como num manto; os fluidos se penetram, os dois pensamentos e as duas vontades se confundem (...). Se o Espírito for bom, sua ação será benéfica e só fará boas coisas; se for perverso e mau, o constrange, até paralisar sua vontade e razão, que abafa com seus fluidos (...). Fá-lo pensar, falar e agir por ele, leva-o contra a vontade a atos extravagantes ou ridículos; numa palavra o magnetiza e o cataleptiza moralmente e o indivíduo se torna um instrumento cego de sua vontade. Tal é a causa da obsessão, da fascinação e da subjugação - geralmente chamada possessão -, que se mostram em diferentes graus de intensidade”.     

REVELAÇÃO DO FUTURO E SOBREVIVERAM




domingo, 10 de junho de 2018

MENTE, CORPO E DOENÇAS


Avançam em meio as resistências naturais diante do novo as pesquisas que confirmam a influência da mente sobre as desarmonias do corpo físico. Na sequencia alguns apontamentos para firmarmos nossas posições e opiniões. Para se relacionar com a vida, o Espírito se vale do instrumento chamado Mente. O que vem a ser? A mente humana, ainda que indefinível pela conceituação científica limitada, na Terra, é o centro de toda manifestação vital no Planeta.  A mente emana do Espírito. É o instrumento criado pelo Espírito para aspirar, canalizar e modelar a energia espiritual extravasando seus impulsos ou aplicando-a para os fins que tem em mira. É a sede do raciocínio que guia nossos atos. A mente é o espelho da vida em toda parte . (PV, 1) É um núcleo de forças inteligentes, gerando plasma sutil (pensamento) que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios. (NDM; 1) Toda mente vibra na onda de estímulos e pensamentos em que se identifica, gerando o Espírito em si mesmo inimaginável potencial de forças mento-eletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente psíquica os recursos e valores que acumulou em si próprio. (MM;12) Cada tipo de mente vive na Dimensão com que se harmonize. (FT, ) A Biologia molecular conseguiu provar a ação do pensamento sobre a estrutura celular. A vida biológica obedece então a princípios anteriores aos considerados pelos conhecimentos científicos atuais? A célula nervosa é entidade de natureza elétrica, que diariamente se nutre de combustível adequado.  Há neurônios sensitivos, motores, intermediários e reflexos. Existem os que recebem as sensações exteriores e os que recolhem as impressões da consciência.  Em todo o cosmo celular agitam-se interruptores e condutores, elementos de emissão e de recepção.  A mente é a orientadora desse universo microscópico, em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se consagram a seu serviço.  Dela emanam as correntes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores.  Colocada entre o objetivo e o subjetivo, é obrigada pela Divina Lei a aprender, verificar, escolher, repelir, aceitar, recolher, guardar, enriquecer-se, iluminar-se, progredir sempre.  Do plano objetivo, recebe-lhe os atritos e as influências da luta direta; da esfera subjetiva, absorve-lhe a inspiração, mais ou menos intensa, das inteligências desencarnadas o encarnadas que lhe são afins, e os resultados das criações mentais que lhe são peculiares.  Ainda que permaneça aparentemente estacionária, a mente prossegue seu caminho, sem recuos, sob a indefectível atuação das forças visíveis ou das invisíveis. (OVE,4) Apontados pelo Espiritismo como responsáveis pelos comportamentos retardadores da evolução espiritual, os efeitos comportamentais conhecidos como egoísmo e o orgulho podem ser entendidos como naturais do processo, derivados da emoção e da inteligência? O egoísmo e o orgulho nascem de um sentimento natural: o instinto de conservação.  Todos os instintos têm sua razão de ser e utilidade, porquanto Deus nada pode ter feito inútil.  Ele não criou o mal; o homem é quem o produz, abusando dos dons de Deus, em virtude do seu livre-arbítrio.  Contido em justos limites, qualquer sentimento é bom em si mesmo.  O exagero é o que o torna mau e pernicioso.  O mesmo acontece com todas as paixões que o homem frequentemente desvia do seu objetivo providencial.  Ele não foi criado egoísta, nem orgulhoso por Deus, que o criou simples e ignorante; o homem é que se fez egoísta e orgulhoso,  desvirtuando o instinto que Deus lhe outorgou para sua conservação.  Não podem os homens ser felizes, se não viverem em paz, isto é, se não os animar um sentimento de benevolência, de indulgência e de condescendência recíprocas; numa palavra: enquanto procurarem esmagar-se uns aos outros. (OP) A maior parte das misérias da vida tem origem no egoísmo dos homens.


quinta-feira, 7 de junho de 2018

CRIANÇAS NO ALÉM E DÚVIDAS BÍBLICAS



Leitores obtém esclarecimentos a suas duvidas com o professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) CRIANÇAS NO MUNDO ESPIRITUAL Como é o desencarne de crianças pequenas ou bebês, visto que estes morreram antes de desenvolverem suas aptidões intelectuais e crenças religiosas? Eles, de algum modo, acabam sabendo que estão no mundo espiritual, ou veem nele apenas uma "brincadeira", um lugar para o qual foram e se sentem bem? Alguma leitura sugerida? Cada Espírito, que desencarna ainda criança, tem a sua própria história oculta, que se desenrolou através de inúmeras reencarnações e vivências no plano espiritual. Alguns Espíritos, que já alcançaram um adiantado grau evolutivo, ao retornarem para o Mundo dos Espíritos, assumem quase que imediatamente a condição anterior de adulto, retomando seu curso natural de atuação. Outros, talvez a maioria, devido à sua precariedade espiritual, conservam a condição de criança no outro plano da vida, porquanto necessitam vivenciar mais tempo essa experiência, através da qual se predisporiam mais aptos a se submeter a novos aprendizados. Os primeiros, ao retornarem, recobram incontinenti a capacidade já conquistada ao longo da evolução, enquanto os demais permanecem submetidos à lei natural e, certamente, serão conduzidos, tratados e educados em educandários para crianças. André Luiz trata muito bem desse tema na sua obra ENTRE A TERRA E O CÉU, recebida por Francisco Cândido Xavier, Editora FEB, capítulos X e XXIX. E A JUMENTA FALOU!... "Em Números, XXII, 28 e seguintes, lemos um diálogo de Balaão com sua montaria, uma jumenta. Como o Espiritismo interpreta tal caso? É possível um animal ser usado como médium como, no caso, um médium de psicofonia? Trata- se de um episódio bíblico, em que o personagem Balaão ia montado numa jumenta, castigando-a com severidade para que andasse mais depressa. A Bíblia diz que "O Senhor abriu a boca da jumenta e ela disse: - Que te fiz eu? Por que me feres? Esta é já a terceira vez?" e continuou reclamando dos maus tratos, até que um anjo apareceu para Balaão e o fez ver o erro que estava cometendo ao castigar o indefeso animal. Na verdade, as pessoas crentes e simples lêem a Bíblia em atitude de adoração e completa submissão à fé, tomando a letra como verdade inquestionável e absoluta, sem questionar um único ponto, porque essas pessoas, que estão em busca de segurança para combater o seu medo, não desenvolveram ainda o espírito crítico. Para elas, a Bíblia é a autoridade maior que existe no mundo, porque é a palavra de Deus e, assim, pensando na infalibilidade da palavra bíblica, não ousam analisar ou discutir as informações ali prestadas. Relatos como esse da jumenta de Balaão, afigura-se-nos como uma simples fábula - estória fantástica em que os animais falam - e que, certamente, foi inserida num episódio da história do povo hebreu para lhe dar um colorido mágico, demonstrando de que o deus Iavé ou Javé ( também conhecido por Jeová), era capaz. Trata-se, evidentemente, de uma estória que se adequava muito bem à infância da Humanidade, mas que hoje só poderia ser considerada imaginária ou maravilhosa, sobretudo infantil. Para nós, espíritas, que somos alertados para ler antes com a razão do que com o coração ( "é preferível rejeitar 9 verdades a aceitar uma só falsidade" - Erasto) , a estória da jumenta que fala não pode ser verídica, mesmo porque a mediunidade é uma faculdade exclusivamente humana. Sendo um transmissor da mensagem do Espírito, o médium, que é também um Espírito, só pode ser utilizado nos limites de sua capacidade e aptidão, como homem que raciocina e fala. Os animais, chamados irracionais, são dotados de uma inteligência rudimentar e podem ter certos lances de percepções extra-sensoriais, como consta dos anais de algumas pesquisas, mas, definitivamente, eles não são médiuns no sentido estrito que a Doutrina Espírita dá à palavra. Leia em O LIVRO DOS MÉDIUNS, Allan Kardec, capítulo XXII, "Da Mediunidade nos Animais", e em "MEDIUNIDADE" de J. Herculano Pires, EDICEL, capítulo XI, "MEDIUNIDADE ZOOLÓGICA".




segunda-feira, 4 de junho de 2018

ALERTA


Na edição de março de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec incluiu um artigo comentando a atitude daqueles que se beneficiam de sua condição de canal de comunicação entre diferentes Dimensões intitulado MÉDIUNS INTERESSEIROS. O Codificador, logo no início, considera esse “defeito como um dos que podem dar acesso aos Espíritos imperfeitos”. Analisando essas considerações, observamos sua atualidade, não só diante dos médiuns por trás daqueles panfletos que prometem “soluções” e “revelações” sobre problemas existenciais como relacionamento afetivo e trabalho, mas também dos transformam livros mediúnicos em meios de vida. Vejamos a opinião de Kardec: “-Na primeira linha dos médiuns interesseiros devem colocar-se aqueles que poderiam fazer de sua faculdade uma profissão, dando o que se costuma chamar de sessões ou consultas remuneradas(..). Como, porém, tudo pode tornar-se objeto de exploração, não seria de admirar que um dia quisessem explorar os Espíritos. Resta saber como eles encarariam o fato, se acaso se tentasse introduzir uma tal especulação. Mesmo sem iniciação ao Espiritismo, compreende-se quanto isso representa de aviltante; mas quem quer que conheça um pouco o quanto é difícil aos bons Espíritos virem comunicar-se conosco e quão pouco é preciso para os afastar, bem como  sua repulsa por tudo quanto represente interesse egoístico, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores sirvam ao capricho do primeiro que os evocasse a tanto por hora. O simples bom senso repele  tal suposição. Não será ainda uma profanação evocar pai, mãe, filhos e amigos por semelhante meio? Sem dúvida que dessa maneira se podem ter comunicações; mas só Deus sabe de que fonte! Os Espíritos levianos, mentirosos, travessos, zombeteiros e toda a caterva de Espíritos inferiores vem sempre: estão sempre prontos a tudo responder.  São Luiz nos dizia outro dia, na Sociedade: Evocai um rochedo, e ele vos responderá. Quem quiser comunicações sérias deve antes de tudo informar-se quanto às simpatias do médium com os seres do Plano Espiritual; aquelas que são dadas pela ambição do lucro só podem inspirar uma confiança falsa e precária. Médiuns interesseiros não são apenas os que poderiam exigir uma determinada importância: o interesse nem sempre se traduz na esperança de um lucro material, mas também nos pontos de vista ambiciosos de qualquer natureza, sobre os quais pode fundar-se a esperança pessoal. É ainda um tropeço que os Espíritos zombadores sabem utilizar muito bem, e de que se aproveitam com uma destreza e com uma desfaçatez verdadeiramente notáveis, acalentando enganadoras ilusões naqueles que assim se colocam sob sua dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para o Bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em escada para alcançar seja o que for que não corresponda aos desígnios da Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os Bons Espíritos o combatem e, portanto, não é possível supor que venham servi-lo. Isto é tão racional, que sobre tal ponto seria inútil insistir. Os médiuns de efeitos físicos não estão nas mesmas condições: seus efeitos sendo produzidos por Espíritos inferiores, pouco escrupulosos quanto aos sentimentos morais, um médium dessa natureza, que quisesse explorar sua faculdade, poderia encontrar os que o assistissem sem muita repugnância. Mas teríamos ainda outro inconveniente. Assim como o médium de comunicações inteligentes, o de efeitos físicos não recebeu sua faculdade para seu prazer; esta lhe foi dada com a condição de usá-la bem e, se abusar, ela lhe pode ser retirada ou revertida em seu prejuízo porque, afinal de contas, os Espíritos inferiores estão às ordens dos Espíritos Superiores. Os inferiores gostam de mistificar, mas não gostam de ser mistificados; se de boa vontade se prestam às brincadeiras e questões de curiosidade, como os demais, não gostam de ser explorados e, a cada momento, provam que tem vontade própria, que agem quando e como bem entendem, o que faz com que o médium de efeitos físicos esteja ainda menos seguro da regularidade das manifestações que os médiuns escreventes. Pretender as produzir em dias e horas predeterminados seria dar mostras de profunda ignorância. Que fazer então para ganhar o seu dinheiro? Simular os fenômenos. Eis o que pode acontecer, não só aos que disso fizessem uma profissão declarada, como também às criaturas aparentemente simples, que se limitam a receber uma retribuição qualquer dos visitantes. Se o Espírito nada produz, elas produzem: a imaginação é muito fecunda quando se trata de ganhar dinheiro”.