O resgate do Princípio da Reencarnação constitui-se
numa das mais importantes contribuições do Espiritismo para entendermos muitos
dos ‘porquês’ que nos
angustiam. Na sequencia alguns elementos importantes recolhidos das obras
chamadas Básicas. Qual o número de encarnações
necessárias para que o Espírito tenha consciência? Nem após a primeira, nem após a segunda
encarnação a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser
responsável por seus atos; talvez só após a
centésima ou milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da
plenitude de suas faculdades nem um, nem dois dias após o nascimento, mas
depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a
responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento da inteligência. Assim,
por exemplo, um selvagem que come os seus semelhantes é menos responsável que o
homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos
selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, contudo, já estão bem longe
de seu ponto de partida. Durante longos períodos a alma encarnada é submetida a
influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses
instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dito, se
equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradativamente, a
inteligência domina os instintos. Só então é que começa a ter responsabilidade
pelos próprios atos.(RE,1864) Qual deve ser o
intervalo entre encarnações? De algumas horas a alguns
milhares de séculos, não havendo limite extremo assinalado para o estado de
desencarnado, que pode prolongar-se por muito tempo, não sendo jamais perpétuo,
encontrando o Espírito, cedo ou tarde, oportunidade de recomeçar uma existência
que sirva de purificação das anteriores. (LE) Reencarnamos onde
queremos? O Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em
que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o
mal que lhe tenha feito. (LE) Frequentemente,
renasce na mesma família, ou pelo menos os membros de uma mesma família
renascem juntos para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a
fim de estreitarem os seus laços de afeição, ou repararem seus erros
recíprocos. Pelas considerações de ordem mais geral,, frequentemente, se
renasce no mesmo meio, nação, raça, seja por simpatia, seja para continuar
estudos que fizeram, se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos começados que as
circunstâncias ou brevidade da vida não permitiram terminar. (OP) Que utilidade pode ter para um Espirito sua encarnação num
corpo que morre poucos dias depois de nascer? O Ser ainda não
tem consciência bastante desenvolvida da sua existência; a importância da morte
é quase nula; frequentemente, como já dissemos, trata-se de uma prova para os
pais (LE) Em que momento se opera o esquecimento do passado? Desde que o Espírito é preso ao laço fluídico
que o liga ao germe (embrião, feto), a perturbação apodera-se
dele, crescendo à medida que o laço se aperta, e, nos últimos momentos, o
Espírito perde toda a consciência de si mesmo, de sorte que ele nunca é
testemunha consciente de seu nascimento. No momento em que a criança respira, o
Espírito começa a recobrar suas faculdades, que se se desenvolveram à medida
que se formam e consolidam os órgãos que devem servir para a sua manifestação.(G,XI,20) Isso seria o esquecimento do passado? Não. Ao mesmo tempo que o Espírito recobra a
consciência de si mesmo, perde a lembrança de seu passado, sem perder as
faculdades, qualidades e aptidões adquiridas anteriormente, aptidões que
estavam, momentaneamente, estacionadas em seu estado latente e que, em
retomando sua atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor que fazia
precedentemente. Ele renasce como fizera na encarnação anterior; sendo seu
renascimento agora um novo ponto de partida, um novo degrau a subir.(G,XI,21) Esse esquecimento é mesmo necessário? Aí a
Bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma
nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante do passado,
poderia perturbá-lo e lhe criar embaraços. Ele apenas se lembra do que
aprendeu, ou lhe será útil. Se às vezes lhe é dada uma intuição dos
acontecimentos passados, é como uma lembrança de um sonho fugidio. Ei-lo, pois,
novo homem, por mais antigo que seja como Espírito.. Adota novos processos,
auxiliado, pelas suas aquisições precedentes. (...) Cada Espírito é sempre o
mesmo “EU”, antes, durante e depois da encarnação, sendo esta, apenas uma fase
da sua existência. (G,XI,21)
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
segunda-feira, 30 de julho de 2018
domingo, 29 de julho de 2018
O MAGNETISMO PERANTE A ACADEMIA
Entre os artigos
publicados por Allan Kardec na REVISTA
ESPÍRITA, de janeiro de
1860, há um intitulado O
Magnetismo Perante a Academia, em que escreve, de forma bastante original,
sobre a forma como, após vinte anos de espera, o Magnetismo, disfarçado de Hipnotismo, conseguiu ser
considerado pela Academia de Ciências francesa. De forma até bem humorada,
revela-o como filho do primeiro, este, por sinal, “proscrito do Olimpo
grego, porque tinha ferido os privilégios de Esculápio e marchado ao seu lado,
gabando-se do poder de curar sem o seu concurso”. Antevê o fracasso da
nova tentativa do Magnetismo,
através do Hipnotismo, de
ser aceito pelos homens da Ciência pela predominância das ideias materialista,
ponderando que “vão dizer qualquer coisa, mas que, seguramente, não é
Magnetismo”, embora viessem a examinar “o fato de todas as
maneiras, ainda que por mera curiosidade”. Demonstrando a origem de seu
ceticismo, reproduz um artigo – considerado por ele como notável -, assinado
por Victor Meunier, destacado da revista científica SIÉCLE, de 16 de
dezembro de 1859. Nele, o autor comenta: “-O Magnetismo animal, conduzido
à Academia pelo Dr Paul Broca, apresentado à ilustre companhia pelo sr.
Velpeau, experimentado por vários cirurgiões de hospitais, é a grande novidade
do dia. As descobertas como os livros, tem o seu destino. A de que vamos tratar
não é nova. Data de uns vinte anos, e nem na Inglaterra, onde nasceu, nem na
França, onde, no momento, não se ocupa de outra coisa, lhe faltou publicidade.
Um médico escocês, o Dr Braid, a descobriu e lhe consagrou um livro: “Neuropnologia
ou o fundamento do sono nervoso, considerado em relação com o magnetismo animal”. Um celebre médico inglês, o Dr
Carpenter, analisou detidamente a descoberta do Dr Braid no artigo SONO da
Enciclopédia de Anatomia e Fisiologia. Um ilustre cientista francês, o Dr
Littré, reproduziu a análise do Dr Mueler. Enfim, nós mesmos consagramos um dos
nossos folhetins da Presse, de 7/7/1852 ao Hipnotismo, nome dado pelo Dr Braid
ao conjunto de fatos de que se trata. A mais recente das publicações relativas
ao assunto data, pois, de sete anos. E eis que, quando o julgavam esquecido,
ele adquire esta imensa repercussão. Há no Hipnotismo duas coisas: um conjunto
de fenômenos nervosos, e o processo por meio do qual são produzidos. O processo
empregado outrora, se não me engano, pelo Abade Faria, é de grande
simplicidade. Consiste em manter um objeto brilhante em frente aos olhos da
pessoa com a qual se experimenta, a pequena distância da raiz do nariz, de modo
que só o possa olhar enviesando os olhos para dentro; ela deve fixar os olhos
sobre ele. A princípio as pupilas se contraem, depois se dilatam bastante e, em
poucos instantes, produz-se o estado cataléptico. Levantando-se os membros do
paciente, estes conservam a posição que se lhes dá. É apenas um dos fenômenos
produzidos; dos outros falaremos oportunamente”. O autor descreve
experiências visando assegurar-se
da realidade do Hipnotismo e se a insensibilidade hipnótica
resistiria à prova das operações cirúrgicas. Constatadas essas evidências,
destaca a necessidade de aprofundamento das pesquisas sobre as causas dos
efeitos observados:1- Exaltação
da sensibilidade – o olfato é
levado a um grau de sensibilidade pelo menos igual ao que se observa nos
animais de menor olfato. 2- Sentimentos
sugeridos - pondo-se o rosto,
o corpo ou os membros do paciente na atitude que convém à expressão de um
sentimento particular e logo se desperta o estado mental correspondente. 3- Ideias provocadas – Levantem-se a mão do paciente acima
da cabeça, dobrem-se os dedos sobre a palma, e é suscitada a ideia de subir, de
se balançar ou puxar uma corda. 4- Acréscimo
de força muscular – Se se
quiser suscitar uma força extraordinária num grupo de músculos, basta sugerir
ao paciente a ideia da ação que reclama essa força e lhe assegurar que o pode
realizar com a maior facilidade, caso queira”. Concluindo sua matéria,
Allan Kardec diz: “- Aos
fatos a palavra; as reflexões virão depois”. O tempo, contudo,
consagrou o acerto do prognóstico sobre a vitória do materialismo e sua visão
organicista da vida humana.
sábado, 28 de julho de 2018
SOFRIMENTO E BÊNÇÃO E PLANETA CHUPÃO
O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) está de volta esclarecendo dúvidas de nossos leitores. Li, numa mensagem espírita, que sofrimento é bênção de Deus. Como pode o
sofrimento ser uma bênção, se ele desperta revolta nas pessoas? Nem
todo sofrimento desperta revolta e nem toda pessoa é revoltada porque sofre.
Assim como há os insatisfeitos e revoltados, existem também os conformados e
resignados. Isso depende do grau de maturidade espiritual de cada um. Às vezes,
vemos pessoas que sofrem sem reclamar; de outras, pessoas que reclamam mais do
que sofrem e outras que só sabem reclamar. Uma coisa é o que podemos constatar
pelos nossos olhos; outra, o que realmente se passa na intimidade de cada
indivíduo. O Espiritismo tem uma explicação para isso. Pessoas resignadas
diante do sofrimento e da adversidade são Espíritos que, certamente, escolheram
esse caminho como prova, para medirem sua capacidade de resistência ou para
exercitarem paciência e fé; são Espíritos que se comprometeram a lutar por uma
causa, a ajudar alguém ou a colaborar com um grupo ou com uma coletividade. Se
você pesquisar a biografia dos grandes vultos da história, pessoas que
trouxeram inestimável contribuição nos diversos setores da vida humana, vai
constatar que a maioria delas só alcançou seus intentos com muito sofrimento;
neste caso, parece que as dificuldades, que lhe foram impostas, serviram como
desafios para medirem sua tenacidade na luta. Por outro lado, pessoas
inconformadas, revoltadas, amarguradas diante das adversidades são Espíritos
que caíram nesse gênero de experiência por necessidade e não por escolha. Os
resignados, com certeza, sofrem menos, porque já aprenderam a administrar seus
impulsos de revolta e vêem os problemas com mais segurança e serenidade, ao
passo que os revoltados sofrem mais, por se julgarem impotentes diante dos
obstáculos. Ao contrário do que muita gente pode pensar, o Espiritismo não nos
ensina a procurar a dor, mas a superá-la, já que, no estágio evolutivo em que
nos encontramos, é impossível afastála definitivamente de nossa experiência.
Para viver bem, precisamos aprender a diferenciar que tipo de sofrimento está
ao nosso alcance afastar e qual o gênero de dor da qual ainda não podemos nos
libertar . O sofrimento, que é bênção, é aquele que se torna indispensável para
a nossa auto-superação, como exercício de vida. Contudo, ainda assim, ele não
tem um fim em si mesmo, não é o objetivo principal da vida, mas apenas um meio,
através do qual podemos desenvolver mais competência para vivermos melhor,
aprendermos e progredirmos sempre. Quero
saber o que vocês pensam sobre o planeta chupão, que está se aproximando da
Terra para levar parte de seus habitantes... Esse
tipo de "revelação", que se propaga no meio espírita com certa
facilidade, faz lembrar as revelações apocalípticas, muito próprias dos
profetas visionários, que sempre se constituíram apanágio das religiões.
Buscando inspiração na obra de Kardec - que é o nosso porto seguro - encontramos
mil justificativas para não nos envolvermos nem tampouco nos entusiasmarmos com
esse tipo de informação, venha de onde vier, por qualquer médium ou pelos mais
renomados mentores espirituais. Toda vez que os Espíritos se envolveram com
esse tipo de questão, principalmente a que se refere com vida em outros
planetas e coisas tais, deram-se muito mal e até serviram de chacota aos
adversários, que não entendem e nem pretendem entender as finalidades maiores
da doutrina. Infelizmente há várias obras com revelações desse naipe, mais
preocupadas em notoriedade e sensacionalismo do que com os valores morais do
Espiritismo; essas obras se espalham facilmente pelo meio menos esclarecido
doutrinariamente, despertando curiosidade e até risos e motejos. Em O LIVRO DOS
MÉDIUNS, capítulo II, "Do Método", vemos Kardec muito preocupado com
o desempenho nada recomendável dos "espíritas exaltados", que, já na
sua época, estavam à cata de fenômenos intrigantes e de revelações
espetaculosas, a fim de saírem anunciando aos quatro ventos. Na verdade, diz
Kardec, esses espíritas, muito imaturos, por acreditarem em afirmações incertas
e ridículas, colocam o Espiritismo na berlinda, prejudicando, muito mais do que
ajudando a propagação de suas ideias e de seus ideais.
segunda-feira, 16 de julho de 2018
sábado, 14 de julho de 2018
REFLEXÕES IMPORTANTES
Um tema instigante. Tratado por Freud pai da
Psicanálise na sua primeira obra INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS, já tinha merecido atenção
de Allan Kardec no livro fundamental do Espiritismo. No século XX, o Espírito
André Luiz, através de Chico Xavier, ampliaria nosso entendimento nas obras da
coleção denominada NOSSO LAR. Na sequencia algumas respostas que o Espiritismo
dá. Por que não conseguimos lembrar com clareza dos sonhos? O cérebro de carne,
pelas injunções da luta a que o Espírito foi chamado a viver, é aparelho de
potencial reduzido, dependendo muito da iluminação de seu detentor, no que se
refere à fixação de determinadas bênçãos divinas. O
arquivo de semelhantes reminiscências, no livro temporário das células
cerebrais, é muito diferente, variando de alma para alma. Entretanto, na
memória permanecerá, de qualquer modo, o benefício, ainda mesmo que eles, no
período de vigília, não consigam positivar a origem.. Não
podem reviver os pormenores, mas guardarão a essência, sentindo-se revigorados,
de inexplicável maneira para eles, não só a retomar a luta diária no corpo
físico, mas também a beneficiar o próximo e combater, com êxito, as próprias
imperfeições. O não lembrar
claramente embora as impressões de bem estar ou não que as pessoas conservam
após o corpo ter retornado às atividades normais sugerem desse modo a vivência
de experiências reais? Sonhos inconscientes proporcionam essas
sensações indefiníveis de contentamento e felicidade, de que não nos damos
conta, e que são um antegozo daquilo de que desfrutam os Espíritos felizes. Deduz-se daí que o Espírito encarnado pode
sofrer transformações que modificam suas aptidões. Um fato que talvez não tenha sido suficientemente observado vem em apoio
da teoria acima. Do primeiro grau de lucidez o Espírito passa,
por vezes, a um grau mais elevado, no qual adquire novas ideias e percepções
mais sutis. Saindo deste segundo grau para voltar ao
primeiro, não se lembrará do que disse, nem do que viu; depois, passando deste
grau para o estado de vigília, há um novo esquecimento. Uma
coisa a notar é que há lembrança do grau superior ao grau inferior, enquanto há
esquecimento do grau inferior para o superior. O que
se passa influi sobre as faculdades e as aptidões do Espírito. Dir-se-ia
que do estado de vigília ao primeiro grau o Espírito é despojado de um véu; que
do primeiro ao segundo grau é despojado de um segundo véu. (ondas beta / 14cps
/ VIGILIA – alpha/7 a 14 cps / PRÉ SONO – Theta/ 4 a 7 cps – SONO / Delta 4 ou
menos cps / SONO PROFUNDO) Não
mais existindo esses véus nos graus superiores, o Espírito vê o que está abaixo
e se lembra; descendo a escala, os véus se refazem sucessivamente e lhe ocultam
o que está acima, fazendo que deles perca a lembrança. (RE,7/1865) De que servem essas ideias ou
esses conselhos, se a sua recordação se perde e não se pode aproveitá-los? Essas ideias
pertencem, algumas vezes, mais ao Mundo dos Espíritos que. ao Mundo
corpóreo, mas o mais frequente é que, se o corpo as esquece, o Espírito as
lembra, e a ideia volta no momento necessário, como uma inspiração do
momento. O Espírito encarnado, nos momentos em que se desprende da
matéria e age como Espírito, conhece a época de sua morte? Muitas
vezes a pressente, e às vezes tem dela uma consciência bastante clara, o que
lhe dá, no estado de vigília, a sua intuição. É por isso que
algumas pessoas preveem, às vezes, a própria morte com grande exatidão. A atividade do
Espírito, durante o repouso ou o sono do corpo, pode fatigar a este?
Sim, porque o
Espírito está ligado ao corpo, como o balão cativo ao poste. Ora, da mesma
maneira que as sacudidas do balão abalam o poste, a atividade do Espírito
reage sobre o corpo, e pode produzir-lhe fadiga. (LE)
sexta-feira, 13 de julho de 2018
quinta-feira, 12 de julho de 2018
ALERTA
Na edição de março
de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec incluiu um artigo
comentando a atitude daqueles que se beneficiam de sua condição de canal de
comunicação entre diferentes Dimensões intitulado MEDIUNS INTERESSEIROS. O
Codificador, logo no início, considera esse “defeito como um dos que podem dar acesso aos Espíritos imperfeitos”.
Analisando essas considerações, observamos sua atualidade, não só diante dos
médiuns por trás daqueles panfletos que prometem “soluções” e “revelações”
sobre problemas existenciais como relacionamento afetivo e trabalho, mas também
dos transformam livros mediúnicos em meios de vida. Vejamos a opinião de
Kardec: “-Na primeira linha dos médiuns interesseiros devem colocar-se aqueles
que poderiam fazer de sua faculdade uma profissão, dando o que se costuma
chamar de sessões ou consultas remuneradas (..). Como, porém, tudo pode
tornar-se objeto de exploração, não seria de admirar que um dia quisessem
explorar os Espíritos. Resta saber como eles encarariam o fato, se acaso se
tentasse introduzir uma tal especulação. Mesmo sem iniciação ao Espiritismo,
compreende-se quanto isso representa de aviltante; mas quem quer que conheça um
pouco o quanto é difícil aos bons Espíritos virem comunicar-se conosco e quão
pouco é preciso para os afastar, bem como sua repulsa por tudo quanto represente
interesse egoístico, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores sirvam
ao capricho do primeiro que os evocasse a tanto por hora. O simples bom senso
repele tal suposição. Não será ainda uma
profanação evocar pai, mãe, filhos e amigos por semelhante meio? Sem dúvida que
dessa maneira se podem ter comunicações; mas só Deus sabe de que fonte! Os
Espíritos levianos, mentirosos, travessos, zombeteiros e toda a caterva de
Espíritos inferiores vem sempre: estão sempre prontos a tudo responder. São Luiz nos dizia outro dia, na Sociedade: Evocai um rochedo, e ele vos responderá. Quem quiser
comunicações sérias deve antes de tudo informar-se quanto às simpatias do
médium com os seres do Plano Espiritual; aquelas que são dadas pela ambição do
lucro só podem inspirar uma confiança falsa e precária. Médiuns interesseiros
não são apenas os que poderiam exigir uma determinada importância: o interesse
nem sempre se traduz na esperança de um lucro material, mas também nos pontos
de vista ambiciosos de qualquer natureza, sobre os quais pode fundar-se a
esperança pessoal. É ainda um tropeço que os Espíritos zombadores sabem
utilizar muito bem, e de que se aproveitam com uma destreza e com uma desfaçatez
verdadeiramente notáveis, acalentando enganadoras ilusões naqueles que assim se
colocam sob sua dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para
o Bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em
escada para alcançar seja o que for que não corresponda aos desígnios da
Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os
Bons Espíritos o combatem e, portanto, não é possível supor que venham servi-lo.
Isto é tão racional, que sobre tal ponto seria inútil insistir. Os médiuns de
efeitos físicos não estão nas mesmas condições: seus efeitos sendo produzidos
por Espíritos inferiores, pouco escrupulosos quanto aos sentimentos morais, um
médium dessa natureza, que quisesse explorar sua faculdade, poderia encontrar
os que o assistissem sem muita repugnância. Mas teríamos ainda outro
inconveniente. Assim como o médium de comunicações inteligentes, o de efeitos
físicos não recebeu sua faculdade para seu prazer; esta lhe foi dada com a
condição de usá-la bem e, se abusar, ela lhe pode ser retirada ou revertida em
seu prejuízo porque, afinal de contas, os Espíritos inferiores estão às ordens
dos Espíritos Superiores. Os inferiores gostam de mistificar, mas não gostam de
ser mistificados; se de boa vontade se prestam às brincadeiras e questões de
curiosidade, como os demais, não gostam de ser explorados e, a cada momento,
provam que tem vontade própria, que agem quando e como bem entendem, o que faz
com que o médium de efeitos físicos esteja ainda menos seguro da regularidade das
manifestações que os médiuns escreventes. Pretender as produzir em
dias e horas predeterminados seria dar mostras de profunda ignorância. Que
fazer então para ganhar o seu dinheiro? Simular os fenômenos. Eis o que pode
acontecer, não só aos que disso fizessem uma profissão declarada, como também
às criaturas aparentemente simples, que se limitam a receber uma retribuição
qualquer dos visitantes. Se o Espírito nada produz, elas produzem: a
imaginação é muito fecunda quando se trata de ganhar dinheiro”.
terça-feira, 10 de julho de 2018
segunda-feira, 9 de julho de 2018
domingo, 8 de julho de 2018
CENTROS DE FORÇA E DEUS E MATÉRIA
O professor José Benevides
Cavalcante responde a novas questões apresentadas por
leitores. CENTROS DE FORÇA "Os centros de forças ( chakras) secundários ( cardíaco, laríngeo,
frontal, umbilical e do baço) são considerados também como vórtices de energia
fluídica, recebendo influência direta do meio físico, como pontos de troca de
energia ou são todos interligados ao centro de força coronário, recebendo
estímulo somente desse polo energético?" É André Luiz que, na obra
"ENTRE A TERRA E O CÉU", psicografia de Francisco Cândido Xavier,
capítulo XX, edição FEB, põe na boca do instrutor Clarêncio esclarecimentos a
respeito dos sete campos de força do perispírito "que, vibrando em
sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem
, para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como
sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento, vibra em circuito
fechado". Refere-se, ato contínuo, a cada um desses centros, classificando
o "coronário" - segundo a filosofia hindu - como "o mais
significativo em razão de seu alto potencial de radiações", por receber,
"em primeiro lugar, os estímulos do espírito, comandando os demais,
vibrando todavia com eles em justo regime de interdependência". Em
"EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS", capítulo II, afirma que o centro coronário
é "o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as
forças fisiopsicossomáticas organizadas". Tudo leva a crer, pelo exposto,
que esse centro de força é a sede da organização fisiológica do perispírito,
exercendo papel preponderante no controle e assimilação de recursos superiores
de conformidade com as criações mentais do espírito; mas cada um dos demais
centros, ainda que comandado por ele e interdependente com todos os demais, é
captador e transformador de recursos naturais afetos ao seu próprio campo de
atuação no que interessa à economia perispiritual. DEUS E MATÉRIA A questão 21 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS me
parece contraditória: "A matéria existe desde o princípio, como Deus, ou
foi criada por ele em determinado momento? Só
Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que a vossa razão deve indicar: Deus,
modelo de amor e de caridade, jamais esteve inativo. Por mais distante que se
consiga imaginar o início da sua ação, poder-seá compreendê-lo um segundo
sequer na ociosidade?" Parece-me que a concepção de Deus, como Ser
Perfeito, já é o suficiente para se inferir que ele criou a matéria num
determinado momento, porque, se a matéria sempre existiu, ela poderia não ter
sido criada por Deus, pois seria eterna como ele e inteligente. Esses primeiros
capítulos de O LIVRO DOS ESPÍRITOS cuidam dos temas mais complexos e mais
difíceis para o entendimento humano: Deus, o espírito e a matéria. Kardec
procurou cercar a questão de todos os lados, segundo os conhecimentos da época,
mas nem por isso conseguiu deixar tudo tão claro, a ponto de não restar dúvidas
a ninguém. Seria impossível ensinar a complexidade da atomística a uma criança
de pré-escola; somos como crianças, desvendando os mistérios do Universo.
Aliás, os próprios Espíritos alertam Kardec sobre a impossibilidade de o homem,
nesta etapa de evolução, adentrar conhecimentos mais profundos sobre a natureza
de Deus e a origem do Universo, conforme lemos na resposta à questão 14 . Hoje,
mais do que antes, com o desenvolvimento da física quântica, a própria ciência
está reconhecendo sua impotência para desvendar os mistérios que envolvem a
matéria, por causa da alta complexidade dos fenômenos que ocorrem no mundo
intra-atômico. Na época de Kardec, matéria era uma coisa; hoje é outra, segundo
as novas concepções: o conhecimento nada mais é do que a interpretação que o
homem dá ao que julga ser realidade. A questão de matéria e espírito é tão
intricada que André Luiz, em "NO MUNDO MAIOR", discutindo o assunto
afirma: "Quase impossível é determinar-lhes a fronteira divisória,
porquanto o espírito mais sábio não se animaria a localizar, com afirmações
dogmáticas, o ponto onde termina a matéria e começa o espírito" (cap.4, 5ª
ed., FEB, p.51). Em razão disso, ainda é impossível caminhar com segurança
nesse terreno. Contudo, a continuarmos estabelecendo a antiga dicotomia
espírito-matéria, nos termos da metafísica aristotélica, a sua conclusão é
verdadeira.
sexta-feira, 6 de julho de 2018
quinta-feira, 5 de julho de 2018
PROBLEMAS MENTAIS FÍSICOS E OBSESSIVOS
Transtornos mentais
mantem-se em níveis crescentes no mundo contemporâneo. Quando do surgimento do
Espiritismo quando o assunto não era tão pesquisado quanto hoje – Freud acabava
de nascer -, Allan Kardec estabeleceu a diferença entre os de ordem física
e obsessiva. Hoje, a própria OMS –
Organização Mundial de Saúde já reconhece na sua Classificação Internacional de
Doenças uma diferença entre problemas de origem física e mental. Na sequência
três questões abrindo nosso entendimento sobre a contribuição da Doutrina
Espírita na avaliação da questão. 1 - Na REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1864, Allan Kardec escreve que
“sem o pensamento o Espírito não seria Espírito, sendo o atributo
característico do Ser Espiritual que, por sua vez, distingue o Espírito da
matéria”, acrescentando que Vontade “é o pensamento chegado a certo grau
de energia, é o pensamento transformado em força motriz”. Então o pensamento
não é uma reação fisiológica? O
pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana. O
cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e
o crânio é a superfície sólida que se molda aos movimentos do instrumento. Se o
instrumento for danificado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando
se perdeu um olho, não se pode mais ver. (RE;
7/1860) O pensamento é... preexistente
e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) força viva, em toda parte; atmosfera criadora
que envolve tudo e todos. (NL, 37) força criadora de nossa própria alma; a continuação de nós mesmos, através da qual,
atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa
influência, no bem ou no mal. (L; 17) matéria,
a matéria mental, compondo maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos
achamos submersos”. (MM;4) fluxo energético do campo espiritual dos
seres criados, se graduando nos mais diferentes tipos de onda, passando pelas oscilações curtas, médias e longas em
que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja
vida psíquica ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou
raios descontínuos. (MM;4) vibração
e transmite-se por onda, que só excita as vibrações de ondas afins. (GS;145) 2 - Em mensagem reproduzida por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA de fevereiro de 1867, assinada por entidade
identificada como Dr Morel Lavalee, entre outras coisas, ele afirma que “se, a
doença procede da mente, do Espírito, o perispírito e o corpo, postos
sob sua dependência, serão entravados em suas funções, e nem será cuidando de
um nem de outro que se fará desaparecer”.
Afinal o que é a Mente? As palavras Mente (latina); Psique (grega); Espírito
e Alma tem o mesmo significado. Mente x corpo físico são
indissociáveis. Como campo da consciência, a mente reflete a
personalidade e o estágio de evolução espiritual do indivíduo, podendo ser
analisada em dois níveis que atuam um
sobre o outro: consciente e inconsciente. Surgido simples e
ignorante, a experiência vai formando o conhecimento do Espírito, ou seja, o conhecimento é o produto das experiências
desenvolvidas pela individualidade (Espírito) nas sucessivas vivências seja no Mundo Físico, seja no Mundo
Espiritual. Tais experiências ficam registradas no nível
inconsciente da mente exercendo influência sobre o comportamento do indivíduo
expressando-se nas características da sua personalidade. Essa
dinâmica resulta na formação da Consciência,
núcleo da mente e atributo essencial do Espírito, sendo a consciência desperta, nivel de
desenvolvimento da consciência alcançado pelo Espírito ao longo desse processo,
refletindo seu estágio evolutivo. 3 - Onde se forma o
pensamento ? As fontes do pensamento procedem de
origens excessivamente complexas. E, nesse sentido, cada criatura humana,
nos serviços comuns, reflete o núcleo de vida invisível a que se encontra
ligada de mente e coração. Assim, as
esferas dos encarnados e desencarnados se interpenetram em toda a parte. (PC) Observa, pois, os próprios
impulsos. Desejando, sentes. Sentindo, pensas. Pensando,
realizas. Realizando, atrais. Atraindo, refletes. E
refletindo, estendes a própria influência, acrescida, dos fatores de indução do
grupo com que te afinas. O pensamento, é, portanto, nosso cartão de visita. (SM,2) Todo Espírito, na
condição evolutiva em que nos encontramos, é governado essencialmente por três
fatores específicos, ou, mais propriamente, a experiência (conjunto de
nossos próprios pensamentos); o estímulo (circunstância que nos impele a
pensar) e a inspiração (conjunto dos pensamentos alheios que aceitamos e
procuramos). (SM,38)
terça-feira, 3 de julho de 2018
segunda-feira, 2 de julho de 2018
PORQUE NÃO?
Porque todas as mães que choram os
filhos mortos e ficariam felizes se se comunicassem com eles, muitas vezes não
o podem? Porque a visualização deles lhes é recusada, mesmo em sonhos, a
despeito de seu desejo e preces ardentes? Naturalmente são duas perguntas que muitos se fazem diante do
entusiasmo daqueles que se surpreendem com o conteúdo de informações e detalhes
pessoais constantes das cartas mediúnicas, sobretudo as psicografadas por Chico
Xavier. Por sinal, o canal de comunicação objetivamente disponibilizado a
partir da identificação e definição da mediunidade pelo Espiritismo, revelou-se
um instrumento útil para esse fim, utilizado especialmente por aqueles que,
vencidos pela dor da separação, superam as barreiras do preconceito e conceitos
nascidos nas escolas religiosas tradicionais ou nas sombras da ignorância.
Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA,
edição de agosto de 1866, teceu interessantes esclarecimentos sobre os
“porquês” das perguntas com que iniciamos essas considerações. Pondera ele: “ - Além
da falta de aptidão especial que, como se sabe, não é dada a todos, há, por
vezes, outros motivos, cuja utilidade a sabedoria da Providência aprecia melhor
que nós. Essas comunicações poderiam ter inconvenientes para as naturezas
muito impressionáveis; certas pessoas poderiam delas abusar e a elas se
entregar com um excesso prejudicial à saúde. Em semelhante caso, sem dúvida a
dor é natural e legítima; mas, algumas vezes, é levada a um ponto desarrazoado.
Nas pessoas de caráter fraco muitas vezes essas comunicações reavivam a dor, em
vez de a acalmar. Daí porque nem sempre lhes é permitido receber,
mesmo por outros médiuns, até que se tenham tornado mais calmas e bastante senhoras
de si para dominar a emoção. A falta de resignação, em casos tais, é quase
sempre uma causa do retardamento. Depois, é preciso dizer que a impossibilidade
de se comunicar com os Espíritos que mais se ama, quando se o pode com outros,
é, muitas vezes, uma prova para a fé e a perseverança e, em certos casos, uma
punição. Aquele a quem esse favor é recusado deve, pois, dizer-se que sem
dúvida a mereceu. Cabe-lhe procurar a causa em si mesmo, e não
atribui-la à indiferença ou ao esquecimento do Ser lamentado. Enfim, há
temperamentos que, não obstante a força moral, poderiam experimentar o
exercício da mediunidade com certos Espíritas, mesmo simpáticos, conforme as
circunstâncias. Admiremos em tudo a solicitude da Providência, que vela pelos
menores detalhes e saibamos submeter-nos à sua vontade sem murmúrio, porque ela
sabe melhor que nós o que nos é útil e providencial. Ela é para nós como um bom
pai, que não dá sempre a seu filho o que ele deseja. As mesmas razões ocorrem
no que concerne aos sonhos. Os sonhos são as lembranças do que o
Espírito viu em estado de desprendimento, durante o sono. Ora, essa lembrança
pode ser bloqueada. Mas aquilo de que a gente não se lembra não está, por isto,
perdido para a alma. As sensações experimentadas durante as excursões que ela
faz no mundo invisível, deixam, ao despertar, impressões vagas e a gente não
cita pensamentos e ideias cuja origem, muitas vezes, não se suspeita. Pode,
pois, ter-se visto, durante o sono, os seres aos quais se tem afeição,
entreter-se com eles e não guardar a lembrança. Então se diz que não se sonhou.
Mas se o Ser lamentado não se pode manifestar de uma maneira extensiva
qualquer, nem por isso estará menos junto dos que o atraem por seu pensamento.
Ele os vê, ouve suas palavras e, muitas vezes, adivinha-se sua presença por uma
espécie de intuição, um sentimento íntimo, e, até mesmo por certas impressões
físicas. A certeza de que não está no
nada; de que não está perdido nas profundezas do espaço, nem nos abismos do
inferno; de que é mais feliz, agora isento dos sofrimentos corporais e das
tribulações da vida; de que o verão, após uma separação momentânea, mais belo,
mais resplendente, sob um envoltório etéreo imperecível, e não sob a pesada
carapaça carnal; eis a imensa consolação que recusam os que creem que tudo acaba
com a vida; eis o que oferece o Espiritismo”.
domingo, 1 de julho de 2018
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