O professor José Benevides
Cavalcante responde a novas questões apresentadas por
leitores. CENTROS DE FORÇA "Os centros de forças ( chakras) secundários ( cardíaco, laríngeo,
frontal, umbilical e do baço) são considerados também como vórtices de energia
fluídica, recebendo influência direta do meio físico, como pontos de troca de
energia ou são todos interligados ao centro de força coronário, recebendo
estímulo somente desse polo energético?" É André Luiz que, na obra
"ENTRE A TERRA E O CÉU", psicografia de Francisco Cândido Xavier,
capítulo XX, edição FEB, põe na boca do instrutor Clarêncio esclarecimentos a
respeito dos sete campos de força do perispírito "que, vibrando em
sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem
, para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como
sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento, vibra em circuito
fechado". Refere-se, ato contínuo, a cada um desses centros, classificando
o "coronário" - segundo a filosofia hindu - como "o mais
significativo em razão de seu alto potencial de radiações", por receber,
"em primeiro lugar, os estímulos do espírito, comandando os demais,
vibrando todavia com eles em justo regime de interdependência". Em
"EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS", capítulo II, afirma que o centro coronário
é "o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as
forças fisiopsicossomáticas organizadas". Tudo leva a crer, pelo exposto,
que esse centro de força é a sede da organização fisiológica do perispírito,
exercendo papel preponderante no controle e assimilação de recursos superiores
de conformidade com as criações mentais do espírito; mas cada um dos demais
centros, ainda que comandado por ele e interdependente com todos os demais, é
captador e transformador de recursos naturais afetos ao seu próprio campo de
atuação no que interessa à economia perispiritual. DEUS E MATÉRIA A questão 21 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS me
parece contraditória: "A matéria existe desde o princípio, como Deus, ou
foi criada por ele em determinado momento? Só
Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que a vossa razão deve indicar: Deus,
modelo de amor e de caridade, jamais esteve inativo. Por mais distante que se
consiga imaginar o início da sua ação, poder-seá compreendê-lo um segundo
sequer na ociosidade?" Parece-me que a concepção de Deus, como Ser
Perfeito, já é o suficiente para se inferir que ele criou a matéria num
determinado momento, porque, se a matéria sempre existiu, ela poderia não ter
sido criada por Deus, pois seria eterna como ele e inteligente. Esses primeiros
capítulos de O LIVRO DOS ESPÍRITOS cuidam dos temas mais complexos e mais
difíceis para o entendimento humano: Deus, o espírito e a matéria. Kardec
procurou cercar a questão de todos os lados, segundo os conhecimentos da época,
mas nem por isso conseguiu deixar tudo tão claro, a ponto de não restar dúvidas
a ninguém. Seria impossível ensinar a complexidade da atomística a uma criança
de pré-escola; somos como crianças, desvendando os mistérios do Universo.
Aliás, os próprios Espíritos alertam Kardec sobre a impossibilidade de o homem,
nesta etapa de evolução, adentrar conhecimentos mais profundos sobre a natureza
de Deus e a origem do Universo, conforme lemos na resposta à questão 14 . Hoje,
mais do que antes, com o desenvolvimento da física quântica, a própria ciência
está reconhecendo sua impotência para desvendar os mistérios que envolvem a
matéria, por causa da alta complexidade dos fenômenos que ocorrem no mundo
intra-atômico. Na época de Kardec, matéria era uma coisa; hoje é outra, segundo
as novas concepções: o conhecimento nada mais é do que a interpretação que o
homem dá ao que julga ser realidade. A questão de matéria e espírito é tão
intricada que André Luiz, em "NO MUNDO MAIOR", discutindo o assunto
afirma: "Quase impossível é determinar-lhes a fronteira divisória,
porquanto o espírito mais sábio não se animaria a localizar, com afirmações
dogmáticas, o ponto onde termina a matéria e começa o espírito" (cap.4, 5ª
ed., FEB, p.51). Em razão disso, ainda é impossível caminhar com segurança
nesse terreno. Contudo, a continuarmos estabelecendo a antiga dicotomia
espírito-matéria, nos termos da metafísica aristotélica, a sua conclusão é
verdadeira.
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