O resgate do Princípio da Reencarnação constitui-se
numa das mais importantes contribuições do Espiritismo para entendermos muitos
dos ‘porquês’ que nos
angustiam. Na sequencia alguns elementos importantes recolhidos das obras
chamadas Básicas. Qual o número de encarnações
necessárias para que o Espírito tenha consciência? Nem após a primeira, nem após a segunda
encarnação a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser
responsável por seus atos; talvez só após a
centésima ou milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da
plenitude de suas faculdades nem um, nem dois dias após o nascimento, mas
depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a
responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento da inteligência. Assim,
por exemplo, um selvagem que come os seus semelhantes é menos responsável que o
homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos
selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, contudo, já estão bem longe
de seu ponto de partida. Durante longos períodos a alma encarnada é submetida a
influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses
instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dito, se
equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradativamente, a
inteligência domina os instintos. Só então é que começa a ter responsabilidade
pelos próprios atos.(RE,1864) Qual deve ser o
intervalo entre encarnações? De algumas horas a alguns
milhares de séculos, não havendo limite extremo assinalado para o estado de
desencarnado, que pode prolongar-se por muito tempo, não sendo jamais perpétuo,
encontrando o Espírito, cedo ou tarde, oportunidade de recomeçar uma existência
que sirva de purificação das anteriores. (LE) Reencarnamos onde
queremos? O Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em
que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o
mal que lhe tenha feito. (LE) Frequentemente,
renasce na mesma família, ou pelo menos os membros de uma mesma família
renascem juntos para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a
fim de estreitarem os seus laços de afeição, ou repararem seus erros
recíprocos. Pelas considerações de ordem mais geral,, frequentemente, se
renasce no mesmo meio, nação, raça, seja por simpatia, seja para continuar
estudos que fizeram, se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos começados que as
circunstâncias ou brevidade da vida não permitiram terminar. (OP) Que utilidade pode ter para um Espirito sua encarnação num
corpo que morre poucos dias depois de nascer? O Ser ainda não
tem consciência bastante desenvolvida da sua existência; a importância da morte
é quase nula; frequentemente, como já dissemos, trata-se de uma prova para os
pais (LE) Em que momento se opera o esquecimento do passado? Desde que o Espírito é preso ao laço fluídico
que o liga ao germe (embrião, feto), a perturbação apodera-se
dele, crescendo à medida que o laço se aperta, e, nos últimos momentos, o
Espírito perde toda a consciência de si mesmo, de sorte que ele nunca é
testemunha consciente de seu nascimento. No momento em que a criança respira, o
Espírito começa a recobrar suas faculdades, que se se desenvolveram à medida
que se formam e consolidam os órgãos que devem servir para a sua manifestação.(G,XI,20) Isso seria o esquecimento do passado? Não. Ao mesmo tempo que o Espírito recobra a
consciência de si mesmo, perde a lembrança de seu passado, sem perder as
faculdades, qualidades e aptidões adquiridas anteriormente, aptidões que
estavam, momentaneamente, estacionadas em seu estado latente e que, em
retomando sua atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor que fazia
precedentemente. Ele renasce como fizera na encarnação anterior; sendo seu
renascimento agora um novo ponto de partida, um novo degrau a subir.(G,XI,21) Esse esquecimento é mesmo necessário? Aí a
Bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma
nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante do passado,
poderia perturbá-lo e lhe criar embaraços. Ele apenas se lembra do que
aprendeu, ou lhe será útil. Se às vezes lhe é dada uma intuição dos
acontecimentos passados, é como uma lembrança de um sonho fugidio. Ei-lo, pois,
novo homem, por mais antigo que seja como Espírito.. Adota novos processos,
auxiliado, pelas suas aquisições precedentes. (...) Cada Espírito é sempre o
mesmo “EU”, antes, durante e depois da encarnação, sendo esta, apenas uma fase
da sua existência. (G,XI,21)
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