Um tema instigante. Tratado por Freud pai da
Psicanálise na sua primeira obra INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS, já tinha merecido atenção
de Allan Kardec no livro fundamental do Espiritismo. No século XX, o Espírito
André Luiz, através de Chico Xavier, ampliaria nosso entendimento nas obras da
coleção denominada NOSSO LAR. Na sequencia algumas respostas que o Espiritismo
dá. Por que não conseguimos lembrar com clareza dos sonhos? O cérebro de carne,
pelas injunções da luta a que o Espírito foi chamado a viver, é aparelho de
potencial reduzido, dependendo muito da iluminação de seu detentor, no que se
refere à fixação de determinadas bênçãos divinas. O
arquivo de semelhantes reminiscências, no livro temporário das células
cerebrais, é muito diferente, variando de alma para alma. Entretanto, na
memória permanecerá, de qualquer modo, o benefício, ainda mesmo que eles, no
período de vigília, não consigam positivar a origem.. Não
podem reviver os pormenores, mas guardarão a essência, sentindo-se revigorados,
de inexplicável maneira para eles, não só a retomar a luta diária no corpo
físico, mas também a beneficiar o próximo e combater, com êxito, as próprias
imperfeições. O não lembrar
claramente embora as impressões de bem estar ou não que as pessoas conservam
após o corpo ter retornado às atividades normais sugerem desse modo a vivência
de experiências reais? Sonhos inconscientes proporcionam essas
sensações indefiníveis de contentamento e felicidade, de que não nos damos
conta, e que são um antegozo daquilo de que desfrutam os Espíritos felizes. Deduz-se daí que o Espírito encarnado pode
sofrer transformações que modificam suas aptidões. Um fato que talvez não tenha sido suficientemente observado vem em apoio
da teoria acima. Do primeiro grau de lucidez o Espírito passa,
por vezes, a um grau mais elevado, no qual adquire novas ideias e percepções
mais sutis. Saindo deste segundo grau para voltar ao
primeiro, não se lembrará do que disse, nem do que viu; depois, passando deste
grau para o estado de vigília, há um novo esquecimento. Uma
coisa a notar é que há lembrança do grau superior ao grau inferior, enquanto há
esquecimento do grau inferior para o superior. O que
se passa influi sobre as faculdades e as aptidões do Espírito. Dir-se-ia
que do estado de vigília ao primeiro grau o Espírito é despojado de um véu; que
do primeiro ao segundo grau é despojado de um segundo véu. (ondas beta / 14cps
/ VIGILIA – alpha/7 a 14 cps / PRÉ SONO – Theta/ 4 a 7 cps – SONO / Delta 4 ou
menos cps / SONO PROFUNDO) Não
mais existindo esses véus nos graus superiores, o Espírito vê o que está abaixo
e se lembra; descendo a escala, os véus se refazem sucessivamente e lhe ocultam
o que está acima, fazendo que deles perca a lembrança. (RE,7/1865) De que servem essas ideias ou
esses conselhos, se a sua recordação se perde e não se pode aproveitá-los? Essas ideias
pertencem, algumas vezes, mais ao Mundo dos Espíritos que. ao Mundo
corpóreo, mas o mais frequente é que, se o corpo as esquece, o Espírito as
lembra, e a ideia volta no momento necessário, como uma inspiração do
momento. O Espírito encarnado, nos momentos em que se desprende da
matéria e age como Espírito, conhece a época de sua morte? Muitas
vezes a pressente, e às vezes tem dela uma consciência bastante clara, o que
lhe dá, no estado de vigília, a sua intuição. É por isso que
algumas pessoas preveem, às vezes, a própria morte com grande exatidão. A atividade do
Espírito, durante o repouso ou o sono do corpo, pode fatigar a este?
Sim, porque o
Espírito está ligado ao corpo, como o balão cativo ao poste. Ora, da mesma
maneira que as sacudidas do balão abalam o poste, a atividade do Espírito
reage sobre o corpo, e pode produzir-lhe fadiga. (LE)
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