Fenômenos
mediúnicos ocorrem continuamente na vida das pessoas sem que disso tenham
conhecimentos. O Espiritismo tem uma visão prática bastante substancial. Como
observá-la na prática pode ser deduzido das três questões apresentadas a
seguir. 1- Afirma Allan Kardec que o mal-estar experimentado em aglomerações de
pessoas não é mera sugestão mental. Como explicar? Se uma assembleia for composta
predominantemente de pessoas animadas de maus sentimentos, o ar ambiente será
saturado com o fluido impregnado de seus sentimentos. Daí,
para as almas boas, um mal-estar moral análogo ao mal-estar físico causado
pelas emanações infectadas: a alma fica asfixiada. Se,
ao contrário, as pessoas tiverem intenções puras, encontramo-nos em sua
atmosfera como se estivéssemos num ar vivificante e salubre. Naturalmente o efeito será o mesmo num
ambiente repleto de Espíritos, conforme sejam bons ou maus. Isto
bem compreendido, chegamos sem dificuldade à ação material dos Espíritos
errantes sobre os encarnados e, daí, à explicação da mediunidade. Quando
um Espírito quer agir sobre uma pessoa, dela se aproxima e a envolve, por assim
dizer, com o seu perispírito, como num manto; os fluidos se interpenetram, os
dois pensamentos e as duas vontades se confundem e, então, o Espírito pode
servir-se daquele corpo como se fora o seu próprio, fazê-lo agir à sua vontade,
falar, escrever, desenhar, etc. Tais são os médiuns. 2 - Pensamento e corpo espiritual (ou perispírito) são vistos pela
ciência da atualidade como algo abstrato. Como interagem a nível de corpo
físico? Através
da glândula denominada epífise. É a glândula
da vida mental. Ela acorda no organismo do
homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar,
como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre.
(...) Aos catorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às
suas atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O
que representava controle é fonte criadora e válvula de escape. A
glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos
maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se
a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões
vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos. Ela preside aos fenômenos nervosos da
emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo. Desata,
de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as existências umas
às outras, na sequência de lutas, pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever
a grandeza das faculdades criadoras de que a criatura se acha investida. (...) Segregando delicadas energias psíquicas, a
glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endocrínico. 3 - Na prática, como funcionaria? Ligada
à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência
comum ainda não pode identificar, comanda as forças subconscientes sob a determinação
direta da vontade. As redes nervosas constituem-lhe os fios telegráficos para
ordens imediatas a todos os departamentos celulares, e sob sua direção
efetuam-se os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomos
dos órgãos. Manancial criador dos mais importantes, suas atribuições são
extensas e fundamentais. Na
qualidade de controladora do mundo emotivo, sua posição na experiência sexual é
básica e absoluta. De modo geral, todos nós, agora ou no pretérito, viciamos
esse foco sagrado de forças criadoras, transformando-o num imã relaxado, entre
as sensações inferiores de natureza animal. (...) A perversão do nosso plano mental consciente,
em qualquer sentido da evolução, determina a perversão de nosso psiquismo
inconsciente, encarregado da execução dos desejos e ordenações mais íntimas, na
esfera das operações automáticas. A
vontade desequilibrada desregula o foco de nossas possibilidades criadoras. Renúncia,
abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros
preceitos de feição religiosa. São providências de teor
científico, para enriquecimento efetivo da personalidade. Nunca
fugiremos à lei, cujos artigos e parágrafos do Supremo Legislador abrangem o
Universo. (ML, 3)
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