O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA
ESPÍRITA,eme) oferece-nos a seguir suas opiniões sobre duas questões propostas por
leitores. ESTUDO DA DOUTRINA Gostaria de saber se uma pessoa pode ser
espírita sem estudar o Espiritismo. A princípio, podemos
considerar espírita a pessoa que aceita como verdade, ao mesmo tempo, todos os
princípios fundamentais do Espiritismo, como a existência de Deus, a
imortalidade da alma, a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação, a fé
racional, a pluralidade dos mundos habitados e as leis morais. Há pessoas, que
mesmo analfabetas ou semi-alfabetizadas , demonstram enorme disposição para
compreender e aceitar o Espiritismo, como se já trouxessem no íntimo suas
idéias e ideais. Mas, não podemos esquecer que o Espiritismo pede estudo e
aprimoramento sempre, porque a doutrina em si é um campo de conhecimentos que
tem uma finalidade educativa; ela mesma está aberta às novas descobertas,
atualizando-se constantemente. O espírita consciente, portanto, é aquele que
não se isola, que procura participar de um grupo idôneo, onde tenha a
oportunidade de aprimorar seus conhecimentos, acompanhar a evolução da
doutrina, aprendendo sempre mais, além de dedicar-se ativamente a atividades
culturais ou assistenciais que o grupo porventura desenvolva. PREVISÕES Em que livro espírita posso encontrar
informações sobre previsão do futuro? Quando isso pode acontecer e até que
ponto posso confiar num médium vidente? As previsões podem
eventualmente acontecer. Não só o Espiritismo afirma isso, mas a própria
Parapsicologia, quando comandada por sérios pesquisadores, já fêz interessantes
estudos a respeito com resultados satisfatórios. Joseph Banks Rhine, quando na
Universidade de Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos, durante décadas
estudou o que chamou de "funções psi" ( percepções
extra-sensoriais/PES), constatando em experiências de laboratório, com as
cartas Zener, que há certas pessoas propensas a captarem informações de fatos
que ainda não se deram em nossa linha de tempo. O que os Espíritos disseram a
Kardec a respeito encontra-se, principalmente, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
questões 868 a 871, em O LIVRO DOS MÉDIUNS, capítulo XXVI, ítem 289 e em A
GÊNESE,, capítulo XVI, "Teoria da Presciência". De um modo geral, o
Espiritismo não vê nenhuma utilidade em se procurar informações sobre o futuro
porque, como dizem os Espíritos, se o homem conhecer o futuro negligenciará o
presente. E é o presente que lhe interessa, até porque o depois vai depender do
que fizer agora. Não devemos nos alimentar de fantasias ou acreditar que há caminhos
mágicos que nos levam à felicidade, como nos contos de fada. Os meios espíritas
sérios jamais se prestam a esse tipo de revelação, nem os Espíritos bons e
esclarecidos se envolveriam com algo nocivo ao desenvolvimento natural do
homem. Portanto, não existe essa prática no Espiritismo e, quando alguma
revelação dessa natureza surge, ela vem de maneira espontânea em qualquer meio
ou situação, porque é útil. No tocante ao "médium vidente", de que
você fala, convém esclarecer que, no meio espírita, assim denominamos a pessoa
que tem capacidade de perceber, além do espaço físico, os Espíritos ou a
dimensão espiritual não perceptível ao homem comum. Todavia, o termo
"vidente", de uso muito comum hoje em dia, não se refere ao mesmo médium
vidente do meio espírita, mas a pessoas que teriam capacidade de prever o
futuro, como essas que se apresentam na televisão e que fazem propaganda de
suas pretensas faculdades precognitivas para fins exclusivamente comerciais, as
quais, com certeza, nada têm a ver com o Espiritismo nem com o movimento
espírita. Quanto ao aspecto de confiabilidade nas informações apresentadas,
basta que você leia com atenção essas referências bibliográficas de Kardec e
tire sua próprias conclusões
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