Obsessão e
influência espiritual caminham próximas. A segunda situação conduz à primeira.
Paulatinamente as criaturas humanas de nossa Dimensão acabarão por convencer-se
disso. E prevenir-se. Na sequência alguns esclarecimentos oferecidos por Allan
Kardec nas páginas da REVISTA
ESPÍRITA. Os Espíritos então tomam parte
ativa em nossas vidas? Muito
comumente os Espíritos são vistos assim pelos videntes: os veem ir, vir,
entrar, sair, circular em meio aos vivos, dando a impressão – pelo menos os
Espíritos comuns – de tomar parte ativa no que se passa em seu redor e
interessar-se conforme o assunto, escutando o que se diz. Por vezes, vê-se que se
aproximam das pessoas, soprando-lhes ideias, influenciando-as, consolando-as. (RE,1861) De que forma? Em todos os tempos os
bons e os sábios ajudaram os intelectualmente desenvolvidos por inspirações, ao
passo que outros se limitam a nos guiar nos atos ordinários da vida; mas essas
inspirações, que ocorrem pela transmissão de pensamento a pensamento, são
imperceptíveis, discretas e não podem deixar qualquer traço material. Se
o Espírito quiser manifestar-se ostensivamente, é preciso que aja sobre a
matéria; se quer que seu ensino, em vez de ter o vago e incerto pensamento,
tenha precisão e estabilidade, precisa de sinais materiais e para tanto –
deixam passar a expressão – serve-se de tudo que lhe cai às mãos, desde que nas
condições apropriadas à sua natureza. Serve-se de uma pena, de um lápis, se
quiser escrever, de um objeto qualquer, mesa ou panela, se quiser bater, sem
que por isso seja humilhado.. (RE; 4/1861) Os Espíritos mantem-se ligados aos que deixaram no nosso Plano? Uns participam de nossas punições, como de nossas
alegrias, enquanto outros sofrem com nossos prazeres ou gozam com nossas dores,
ao passo que outros, finalmente, a tudo se mostram indiferentes, exatamente
como acontece na Terra, entre os mortais, cujas afeições, antipatias, vícios e
virtudes são conservadas no outro mundo. A diferença é que os bons desfrutam na
outra vida uma felicidade desconhecida na Terra, o que é bem compreensível: não
tendo necessidades materiais a satisfazer, nem obstáculos do mesmo gênero a
vencer; se viveram bem, isto é, se nada temem, pouco tem a lamentar de sua
última existência corpórea, gozam em paz o testemunho de sua consciência e do
Bem que fizeram. E os que vivenciaram o
mal? Se viveram mal; se foram
maus, como lá o são a descoberto, pois não podem mais dissimular como sob o
envoltório material, sofrem a vergonha de serem conhecidos e observados; sofrem
a presença daqueles a quem ofenderam, desprezaram, oprimiram, bem como a
impossibilidade, em que se acham, de subtrair-se aos olhares de todos; sofrem,
finalmente, o remorso que os corrói, até que o arrependimento os venha aliviar
- o que acontece mais cedo ou mais tarde – ou que uma nova encarnação o
subtraia, não às vistas de outros Espíritos, mas às próprias vistas, tirando-lhes
momentaneamente a consciência de sua identidade; então, perdendo a lembrança do
passado, sentem-se aliviados. (RE; 1861) Mesmo ignorando a realidade da influência espiritual seremos responsabilizados
por efeitos advindos dela? Se
sucumbirmos não nos poderemos queixar senão de nós mesmos, porque a ignorância
não nos servirá de desculpa. O perigo está no império que os maus Espíritos
exercem sobre as pessoas, o que não é apenas uma coisa funesta, do ponto de
vista dos erros de princípios que aqueles podem propagar, como ainda do ponto
de vista dos interesses da vida material. (RE;
1859) Tal influência é constante e permanente? É
preciso não perder de vista que os Espíritos constituem todo um mundo, toda uma
população que enche o espaço, circula ao nosso lado, mistura-se em tudo quanto
fazemos. Se se viesse a levantar o véu que nô-los oculta, vê-los-íamos em redor
de nós, indo e vindo, seguindo-nos, ou nos evitando segundo o grau de simpatia;
uns indiferentes, ocultos, outros muito ocupados, quer consigo mesmos, quer com
os homens, aos quais se ligam, com um propósito mais ou menos louvável, segundo
as qualidades que os distinguem. Numa palavra veríamos uma réplica do gênero
humano, com suas boas e más qualidades, com suas virtudes e com seus vícios.
Este acompanhamento, ao qual não podemos escapar, porque não há recanto
bastante oculto para se tornar inacessível aos Espíritos, exerce sobre nós,
queiramos ou não, uma influência permanente. Uns nos impelem para o Bem, outros
para o mal; muitas vezes as nossas decisões são resultado de sua sugestão;
felizes quando temos juízo bastante para discernir o bom e o mau caminho, por
onde nos procuram arrastar. (RE; 1859)
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