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domingo, 5 de agosto de 2018

LEITURA, SONO, EINSTEIN, SALVAÇÃO


Retorna o professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) para esclarecer duvidas dos leitores.LEITURA E SONO Toda vez que vou ler um livro espírita sinto sono e começo a bocejar; mas depois que abandono o livro percebo que não tenho mais sono. Será que isso é devido a influência de espíritos que não querem que eu leia livro espírita? Embora estejamos conscientes de que os Espíritos interagem conosco nas atividades do dia-a-dia, não é de bom senso atribuirmos somente a eles tudo que nos acontece de indesejável. Os crentes costumam fazer o mesmo com o demônio, numa tentativa de tirar a responsabilidade das pessoas e convertê-las de autoras em vítimas. Portanto, cuidado!... Ler é uma atividade que, para quem não tem o costume, torna-se monótona e cansativa por exigir silêncio e concentração. A própria escola - que não consegue estimular essa prática nos alunos - deu-lhe a conotação de castigo, tornando-a enfadonha. Assim, os estudantes também dormem sobre os livros porque, no fundo, não querem estudar, embora tenham interesse em ser aprovados. O sono passa, então, a ser uma desculpa muito bem engendrada, talvez inconsciente, para não se dedicar à atividade. Portanto, se você quiser realmente ler livros espíritas e se propuser a isso, com certeza, vai conseguir e muito bem. Não é preciso ler muito . Leia pouco, mas leia bem. Pessoas, que não estão habituadas à leitura, devem exercitar a atividade com critério e dentro de uma dosagem adequada à sua capacidade de concentração. Não adianta querer ler metade de um livro de uma vez, quando a sua capacidade inicial só se presta a algumas páginas por dia. Vá devagar, mas não pare. Se você estabelecer um mínimo para ler diariamente, alcançará seu intento com relativa facilidade . Mas tenha sempre uma meta definida. Convença-se de que, primeiramente, a leitura depende de você, de sua força de vontade ( e por que não dizer, da vontade de fazer força) e só, depois, de outras influências que, se porventura existirem mesmo, perderão paulatinamente seu império sobre você. A INTUIÇÃO DE EINSTEIN É de Albert Einstein este pensamento: "Penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a Verdade se me revela". Não estaria o médium Einstein servindo às influências dos Espíritos? É possível. Nós, os espíritas, assim consideramos, pois, como disseram os mentores a Kardec, os Espíritos influem em nossos pensamentos muito mais do que podemos imaginar ( Vide O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão nº459). No entanto, pelo que sabemos, Einstein não cogitava da influência dos Espíritos. Mais de uma vez ele se referiu à intuição como canal de conhecimento, ou seja, referiu-se a essa capacidade anímica e extraordinária do homem de entrar em contato com o conhecimento superior. Albert Einstein era um admirador do Budismo e, certamente, estava convencido de que o conhecimento não se adquire somente pelo uso do raciocínio. Parece que a intuição fazia parte de sua vida e, provavelmente, ele estivesse sendo orientado por Espíritos dedicados ao progresso da ciência humana, sem que o soubesse. Contudo, prezado leitor, devemos tomar cuidado para não atribuirmos somente aos desencarnados o mérito pelos grandes feitos, como se os Espíritos fossem seres divinos e os homens seres inferiores. Não devemos nos esquecer de que eles já estiveram encarnados e que os homens também são Espíritos e, igualmente, podem produzir grandes obras ou belos pensamentos, sem que para isso precisem sempre dos Espíritos ou precisem desencarnar. SALVAÇÃO O que é melhor: pensar que estamos salvos ou pensar que estamos perdidos? Quando a religião promete salvação aos seus adeptos, ela não está ajudando-os a viver melhor. De fato, entre pensar que estamos perdidos e pensar que estamos salvos, é melhor ficar com a segunda postura, pois o pensamento pessimista ou derrotista nos arrasa e nos enfraquece, roubando o sentido da vida. Mas devemos considerar também que cada caso é um caso, uma vez que os indivíduos reagem diferentemente diante da mesma situação. Há pessoas que, alimentadas pelo otimismo, fazem coisas boas, praticam bons atos, mas há aquelas que, com a certeza da salvação, acomodam-se no seu egoísmo ou se prevalecem dessa condição para exibir uma pretensa superioridade, perseguindo e esmagando aqueles que não pensam como ela. Ademais, o otimismo é sempre perigoso quando assentado na ignorância, porque não sabe o que faz. Imagine uma pessoa que, entra num compartimento, pensando que ali dorme um gato, quando, na verdade, o que a espera é um leão faminto! A ignorância costuma nos cobrar muito caro pelos erros de cálculo e imaginação. Pensar que seremos salvos é bom, desde que consideremos que essa felicidade depende de nosso esforço e do Bem que pudermos fazer pelo próximo.



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