O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) retorna para responder a dúvidas de leitores. MISSÃO
DOS PAIS Os pais estão vivendo um momento muito difícil. Não estamos
conseguindo controlar nossos filhos, quanto mais educalos para serem homens de
bem. A que se deve tudo isso? Será que o mundo está caminhando para trás? Vejo,
hoje, filhos rebeldes, drogas, violência. A televisão está ajudando a aumentar
a violência, pai e mãe não estão conseguindo fazer nada contra isso Os problemas
familiares e sociais estão realmente se agravando neste momento histórico. É um
momento de transição, ou seja, um momento de grandes e profundas transformações
que implica numa fase de quase completo desarranjo de tudo, com o agravamento
das dificuldades em todos os setores da vida humana. É como encarar o reboliço
de uma casa, quando se pretende reformá-la e colocá-la em ordem: fase de que
ninguém gosta, nem quer suportar, porque é sofrida e desgastante. A mudança, em
si, é um ato de rebeldia, que destrói e ressuscita valores: estamos na fase da
demolição. Esta é uma visão global, segundo explicações dos Espíritos a Kardec,
conforme o capítulo “Lei de Progresso”, 3ª parte de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que
você deve ler e refletir. No entanto, precisamos considerar que nada acontece
por acaso. Isso significa que estamos colhendo o que semeamos ao longo dos sé
culos, como pessoas e como coletividade. E, enquanto permanecermos
contemplativos à espera de uma solução milagrosa do céu ou uma providência
mágica dos homens, sem nada fazermos para nos melhorarmos em nosso próprio
desempenho como cônjuges e como pais, vamos continuar encontrando obstáculos
cada vez maiores dentro da família, sem podermos conquistar a confiança de
nossos filhos. Recomendamos a leitura da obra “VIDA A DOIS” de Jamiro dos
Santos Filho, Editora EME. CURAS
ESPIRITUAIS Queria que vocês fizessem um comentário sobre curas espirituais.
Tenho assistido a cenas incríveis de fanatismo, até mesmo no meio espírita.
Será que um Centro ou um médium pode prometer curas para as pessoas? Nem mesmo o médico bem preparado pode prometer curas
para seus pacientes, porque o profissional de Medicina, quando consciente de
seu papel, sabe que nem sempre pode contar com resultados, pois sempre há a
possibilidade do imprevisto. Ainda carecemos de um estudo mais apurado e seguro
sobre as chamadas “curas espirituais”, pois, muitas vezes, nos empolgamos com
médiuns de respeitável faculdade, mas que também estão sujeitos a erros, como
qualquer Ser humano, e frequentemente os cometem. O Espiritismo,
definitivamente, não acredita em milagres: todos sabemos disso. Então, não é
pelo fato de existir um médium com determinada habilidade que ele pode resolver
todos os problemas e sair por aí dizendo que cura todo mundo. Além do mais,
sabemos também que os espíritas, devemos ser muito cuidadosos em relação a esse
tipo de mediunidade, porque o mais importante para o Espiritismo não é a cura
do corpo, mas a cura da alma. Se invertermos esses valores, cairemos na prática
do curandeirismo praticado por todas as seitas religiosas que vivem do
expediente de arrastamento das pessoas para suas fileiras, mediante promessa de
cura. Os grupos espíritas, que dispuserem de um médium de cura, devem tomar
todo cuidado para que essa prática não degenere num proselitismo inconsequente
com implicações sérias de ordem moral e até mesmo legal. Se somos
verdadeiramente espíritas, temos um compromisso sério com a Doutrina; cabe-nos
estudá-la sempre, propagá-la pelos meios de que dispomos e aplicá-la de forma
adequada aos seus princípios morais, preservando-a de nossos erros para não
comprometer-lhe o nome. COMUNICAÇÃO MEDIUNICA ENTRE VIVOS Pode uma pessoa, que está dormindo na sua
casa, se comunicar numa sessão espírita e dar uma mensagem? Isso pode acontecer.
Há registros a respeito nos anais das experiências psíquicas, casos
acompanhados e documentados de comunicação de encarnados através de médiuns.
Há, inclusive, uma obra de Ernesto Bozzano, “COMUNICAÇÕES
MEDIÚNICAS ENTRE VIVOS”, editora EDICEL,
que trata especificamente do assunto. Sabemos que o encarnado é Espírito,
presentemente ligado a um corpo. Suas manifestações anímicas acontecem, na
maioria das vezes, quando ele entra num estado de transe, ainda que breve. Isso
pode acontecer, por exemplo, quando cochila ou dorme, ou seja, quando penetra
no seu mundo inconsciente. Nestes momentos, a exteriorização do Espírito pode
ocorrer até automaticamente porque, ao que parece, o Espírito sempre procura
liberdade. É uma espécie de desprendimento – que Kardec chama mais
apropriadamente de exteriorização – através do qual o encarnado pode até mesmo
dar uma comunicação através de um médium.
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