Mergulhado em contradições e muitas turbulências, o tema sexo precisa ser analisado também sob a ótica original do Espiritismo. Falam
ou debatem sobre ele, contudo, parecem não ter interesse em expor a visão da Doutrina
Espírita. Na sequência alguns tópicos a serem meditados. Sexo é pecado? Diante do sexo, não
nos achamos, de nenhum modo, à frente de um despenhadeiro para as trevas, mas
perante a fonte viva das energias em que a Sabedoria do Universo situou o
laboratório das formas físicas e a usina dos estímulos espirituais mais
intensos para a execução das tarefas que esposamos, em regime de colaboração
mútua, visando ao rendimento do progresso e do aperfeiçoamento entre os homens.
Cada
homem e cada mulher que ainda não se angelizou ou que não se encontre em
processo de bloqueio das possibilidades criativas, no corpo ou na alma, traz,
evidentemente, maior ou menor percentagem de anseios sexuais, a se expressarem
por sede de apoio afetivo, e é claramente, nas lavras da experiência, errando e
acertando e tornando a errar para acertar com mais segurança, que cada um de
nós – os filhos de Deus em evolução na Terra – conseguirá sublimar os
sentimentos que nos são próprios, de modo a erguer-nos em definitivo para a
conquista da felicidade celeste e do Amor Universal. A vida sexual de cada criatura é terreno sagrado para ela própria e, por isto mesmo, abstenção, ligação afetiva, constituição de
família, vida celibatária, divórcio e outras ocorrências, no campo do amor, são
problemas pertinentes à responsabilidade de cada um. Celibato e abstinência, em qualquer forma de expressão, constituem
tentames louváveis do Ser – experiências de caráter transitório – nos
quais, a fome de alimento
afetivo se lhes transforma no imo do coração, em fogo purificador, acrisolando-lhes as tendências em clima de
produção do Bem comum. Relações sexuais envolvem responsabilidade.
É comum a fixação do sexo no equipamento genital
do homem e da mulher. Freud definiu o objetivo do impulso sexual como procura
de prazer. A visão e conceitos dominantes no mundo atual distorcem a verdade?
É indispensável dilatar a definição
para arredá-la do campo erótico em que foi circunscrita. Pela
energia criadora do amor, a alma em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres
mais nobres. Temos assim, o prazer de ajudar, de
descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar, de estudar, de aprender, de
elevar, de construir e toda uma infinidade de prazeres, condizentes com os mais
santificantes estágios do Espírito. Encontramos,
desse modo, almas que se amam profundamente, produzindo inestimáveis valores
para o engrandecimento do mundo, sem jamais se tocarem umas nas outras, do
ponto de vista fisiológico, embora permutem constantemente os raios
quintessenciados do amor para a edificação das obras a que se afeiçoam (AR; Silas/AL/FCX) O sexo não representa apenas um mecanismo de preservação da
espécie?O instinto sexual não é apenas agente de reprodução,
mas reconstituinte de forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas
ou desencarnadas se alimentam mutuamente,
na permuta de raios psíquico-magnéticos necessários ao seu progresso.Qualquer ligação sexual,
instalada no campo emotivo, engendra
sistemas de compensação vibratória, e o parceiro que lesa outro, até
o ponto em que suscitou os desastres morais consequentes, passa a responder por
dívida justa Mais da metade dos
encarnados, de mente fixa na região
dos movimentos instintivos, concentram suas faculdades no sexo grande parte, havendo conquistado a razão,
acima do instinto, permanecem nos desatinos da prepotência, seduzidos pelo capricho autoritário, famintos de evidência e realce, ainda
que atidas a trabalho proveitoso e a paixões nobres, muitas vezes pequeno grupo, após atingir o equilíbrio sexual na zona instintiva do Ser e depois de
obter os títulos que lhes confere seu trabalho e com os quais dominam a vida,
passam a fixar-se na superconsciência,
não mais encontrando a alegria integral
no contentamento do corpo físico ou na evidência pessoal, procuram alcançar os
círculos mais altos da vida, absorvidos em idealismo superior (NMM,166)
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