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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

CARIDADE E EMOÇÕES REPRIMIDAS E KARDEC - HOJE E SEMPRE 57

O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) retorna para esclarecer outras duvidas de leitores AMOR E CARIDADE Allan Kardec cita São Paulo, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. 13, versículos de 1 a 7 e 13, exaltando a caridade, onde termina dizendo: “Agora, estas três virtudes - a fé, a esperança e a caridade - permanecem; mas, entre elas, a mais excelente é a caridade”. Em outras traduções bíblicas, encontramos no lugar de caridade a palavra “amor”, principalmente para as religiões que não valorizam a caridade. Amor e caridade não são a mesma coisa? Há uma acentuada tendência de certas religiões, que exaltam sobremaneira a fé, em omitirem a palavra caridade do contexto bíblico. Por exemplo, na “Chave Bíblica”, compêndio de quase 7 mil palavras com mais de 45 mil referências a passagens bíblicas e 51 biografias de personagens da Bíblia, publicação da Sociedade Bíblica do Brasil, edição de 1970, não encontramos a palavra caridade. Esse fato espantoso demonstra que a tradução promovida por essa sociedade não contempla o verbete caridade na Bíblia, de modo que a chave não serviria para outras traduções. Essa omissão deliberada tem por objetivo desfigurar o verdadeiro sentido dos ensinamentos de Jesus, que proclamou o valor das obras, mais que a fé, como vemos, por exemplo, em todo o sermão da montanha. A palavra amor, tão somente, não substitui caridade, porque amor é apenas sentimento e caridade é ação, as duas se completam. Mas, como a manifestação material do amor é a prática do bem, só pela caridade podemos saber se existe amor, razão por que a palavra caridade é mais adequada para o entendimento do sentido de “ amor ao próximo” que Jesus quis dar quando, por exemplo, concretizou didaticamente essa ideia contando a parábola do bom samaritano EMOÇÕES REPRIMIDAS O Evangelho diz que precisamos perdoar aqueles que nos ofendem. Mas os psicólogos afirmam que não devemos reprimir nossas emoções, porque isso nos faria muito mal, não só à vida emocional, mas também ao corpo, podendo nos levar à morte. Uma emoção reprimida seria uma bomba de efeito retardado dentro de nós. Com quem está a razão? Se eu guardar ódio de alguém, que me ofendeu, apenas para manter as aparências e para provar que perdoei essa pessoa, vai acontecer justamente o que você está dizendo. A emoção violenta e doentia, que mantenho viva dentro de mim, poderá me trazer resultados danosos, mais cedo ou mais tarde. Não se trata, portanto, do perdão verdadeiro, mas de um falso perdão, de um mero fingimento. O perdão verdadeiro implica no conhecimento de mim mesmo para que eu possa compreender o outro. Se eu procuro conhecer meus limites e meus defeitos, seu eu aceito que eles existem em mim e assumo que não sou perfeito e devo trabalhá-los, aperfeiçoá-los, exercitando a humildade e a fraternidade, então, certamente, estarei pisando em terreno seguro para mudar minha atitude diante do ofensor. Mas, se eu não me aceito como sou, e dou as costas aos meus sentimentos, como se eles não existissem, com certeza, estou enganando a mim mesmo e violentando minha própria natureza. Embora seja necessário, não é fácil perdoar; o Espiritismo computa o perdão com a mais elevada expressão da caridade, pois ele só ocorre de verdade nas pessoas que não se recusam a aceitar suas próprias imperfeições morais e assumi-las com o propósito de se melhorar.









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