O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) retorna para esclarecer outras duvidas
de leitores AMOR E CARIDADE Allan Kardec cita São Paulo, 1ª Epístola aos
Coríntios, cap. 13, versículos de 1 a 7 e 13, exaltando a caridade, onde
termina dizendo: “Agora, estas três virtudes - a fé, a esperança e a caridade -
permanecem; mas, entre elas, a mais excelente é a caridade”. Em outras
traduções bíblicas, encontramos no lugar de caridade a palavra “amor”,
principalmente para as religiões que não valorizam a caridade. Amor e caridade
não são a mesma coisa? Há uma acentuada tendência de certas
religiões, que exaltam sobremaneira a fé, em omitirem a palavra caridade do
contexto bíblico. Por exemplo, na “Chave Bíblica”, compêndio de quase 7 mil
palavras com mais de 45 mil referências a passagens bíblicas e 51 biografias de
personagens da Bíblia, publicação da Sociedade Bíblica do Brasil, edição de
1970, não encontramos a palavra caridade. Esse fato espantoso demonstra que a
tradução promovida por essa sociedade não contempla o verbete caridade na
Bíblia, de modo que a chave não serviria para outras traduções. Essa omissão
deliberada tem por objetivo desfigurar o verdadeiro sentido dos ensinamentos de
Jesus, que proclamou o valor das obras, mais que a fé, como vemos, por exemplo,
em todo o sermão da montanha. A palavra amor, tão somente, não substitui
caridade, porque amor é apenas sentimento e caridade é ação, as duas se
completam. Mas, como a manifestação material do amor é a prática do bem, só
pela caridade podemos saber se existe amor, razão por que a palavra caridade é
mais adequada para o entendimento do sentido de “ amor ao próximo” que Jesus
quis dar quando, por exemplo, concretizou didaticamente essa ideia contando a
parábola do bom samaritano EMOÇÕES REPRIMIDAS O
Evangelho diz que precisamos perdoar aqueles que nos ofendem. Mas os psicólogos
afirmam que não devemos reprimir nossas emoções, porque isso nos faria muito
mal, não só à vida emocional, mas também ao corpo, podendo nos levar à morte.
Uma emoção reprimida seria uma bomba de efeito retardado dentro de nós. Com
quem está a razão? Se eu guardar
ódio de alguém, que me ofendeu, apenas para manter as aparências e para provar
que perdoei essa pessoa, vai acontecer justamente o que você está dizendo. A
emoção violenta e doentia, que mantenho viva dentro de mim, poderá me trazer
resultados danosos, mais cedo ou mais tarde. Não se trata, portanto, do perdão
verdadeiro, mas de um falso perdão, de um mero fingimento. O perdão verdadeiro
implica no conhecimento de mim mesmo para que eu possa compreender o outro. Se
eu procuro conhecer meus limites e meus defeitos, seu eu aceito que eles
existem em mim e assumo que não sou perfeito e devo trabalhá-los,
aperfeiçoá-los, exercitando a humildade e a fraternidade, então, certamente,
estarei pisando em terreno seguro para mudar minha atitude diante do ofensor.
Mas, se eu não me aceito como sou, e dou as costas aos meus sentimentos, como
se eles não existissem, com certeza, estou enganando a mim mesmo e violentando
minha própria natureza. Embora seja necessário, não é fácil perdoar; o
Espiritismo computa o perdão com a mais elevada expressão da caridade, pois ele
só ocorre de verdade nas pessoas que não se recusam a aceitar suas próprias
imperfeições morais e assumi-las com o propósito de se melhorar.
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