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sábado, 24 de novembro de 2018

CORPO FLUÍDICO E KARDEC - HOJE E SEMPRE 92

O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) CORPO FLUÍDICO Diz a Bíblia que todo Espírito, que não confessa que Jesus Cristo não veio em carne, não é de Deus; mas aquele que confessa que Jesus veio na carne, esse é de Deus”, palavras de João, primeira epístola, capítulo 4, versículo 3. Naturalmente, ele quer uma explicação sobre isso. Os Espíritos que se comunicam nos Centros Espíritas, não estariam no esquecimento para retornarem no dia da ressurreição. Vamos à primeira parte da pergunta. Essa questão sobre o corpo de Jesus, se ele era uma pessoa comum ou não – ou seja, se ele tinha ou não um corpo de carne – é muito antiga e há aqueles que ainda hoje discutem essa questão. Nessa passagem, que você cita, João está tratando justamente desse assunto. Quando correu a notícia de que Jesus havia aparecido, depois de morto, reavivaram os ânimos entre seus seguidores. O mestre de Nazaré havia falado da ressurreição – ou seja, ele havia dito que a vida continua após a morte, que ressurgimos depois. Com certeza, muito poucos acreditaram nisso. Basta considerar a decepção que sentiram quando ele foi crucificado e morto. No entanto, a notícia de seu reaparecimento depois da morte causou espanto e, ao mesmo, tempo uma inusitada alegria entre aqueles que já tinham perdido a esperança na sua palavra. Então, Jesus tinha razão - concluíram: o Espírito não morre! A vida continua!... É claro que, naquela época, a ignorância era muito maior que hoje. A partir dos relatos das primeiras aparições de Jesus – ou às mulheres junto ao túmulo, ou aos discípulos na casa de Pedro e na estrada de Emaús, ou na praia para os pescadores – começaram as cogitações e as especulações a respeito da sua morte e de seu corpo. Ora, muita gente viu que Jesus foi realmente crucificado, que ele havia morrido na cruz e que fora sepultado, como os cadáveres de todas as pessoas que morriam. Então, como foi que ele apareceu? Surgiram, então, entre seus seguidores, duas grandes interpretações sobre o fato. A primeira interpretação, a mais simples - que dizia que Jesus efetivamente tinha morrido - mas que, por um milagre de Deus, seu corpo carnal se reconstituiu e retornou à vida, tal como era antes. Talvez tenha sido esta interpretação a que mais caiu na confiança no povo e, por isso, muitos passaram a acreditar na ressurreição da carne, hoje dogma da Igreja. Mas havia uma outra interpretação. Os partidários de uma corrente chamada docetismo passaram a afirmar que Jesus não morrera de verdade, porque o corpo dele não era um corpo comum como o nosso. Era um corpo celestial ou espiritual, que não estava sujeito às vicissitudes da carne – ou seja, ao mesmo desgaste, à doença ou à morte - e que, portanto, era um corpo que não podia morrer. Esta foi uma das primeiras questões que dividiram os cristãos, causando muita discussão. Com certeza, João, que convivera com Jesus – pois lhe fora um dos discípulos - não podia concordar com a ideia de que Jesus não tivera um corpo como o nosso, porque se isso, realmente, tivesse acontecido, tudo o que aconteceu com ele – sofrimento e morte - não teria passado de uma mera encenação. Na verdade, se seu corpo não fosse de carne, ele não teria sofrido como se pensava; o sangue – que jorrara de seu corpo por ocasião do martírio – também não era verdadeiro, e tanto o seu martírio quanto a sua morte eram, portanto, puro fingimento. Essa ideia absurda deve ter chocado João. Ele não podia concordar com isso, razão pela qual ele passou a combater ardorosamente quem afirmasse que Jesus não tinha um corpo de carne. Foi por essa razão, caro leitor, que João escreveu que todo espírito, que não reconhece que Jesus veio num corpo de carne, não pode ser de Deus – isto, não pode ser verdadeiro. Mas, por que será que João, na sua primeira carta, fala de Espíritos e não de pessoas? Porque, naquela época, eram comuns as manifestações de Espíritos nas reuniões dos cristãos. Repare que, na época em que esses textos foram escritos, já haviam passado várias décadas da morte de Jesus, mas os seus seguidores – incluindo Paulo – recebiam orientação de Espíritos, através de manifestações que, hoje, chamamos de mediúnicas. Paulo, inclusive, em suas cartas, referindo-se a tais manifestações, fala dos dons espirituais – que nada mais que são que hoje o Espiritismo chama de faculdades mediúnicas. À propósito, João, neste mesmo capítulo, chega a prevenir as pessoas, alertando para que não sejam enganadas por qualquer Espírito; deveriam verificar quais eram os Espíritos que vinham de Deus, ou seja, quais aqueles em que realmente se podia confiar, porque havia muitos enganadores, que traziam ideias e teorias falsas. Foi Paulo de Tarso quem deu a melhor interpretação do fenômeno da ressurreição. E isso está em uma de suas cartas aos Coríntios. Paulo não concordou, nem com aqueles que achavam que Jesus ressuscitou no mesmo corpo carne, nem com aqueles que diziam que Jesus viveu na Terra num corpo celestial. Ele, Paulo, diz que Jesus teve um corpo carnal (como o nosso), mas ressuscitou num corpo espiritual (que, no Espiritismo, chamamos de perispírito). E Paulo vai mais longe, quando diz que todos nós ressuscitaremos com esse corpo espiritual, “ porque não morreremos, mas seremos transformados” – diz ele. Essas conclusões de Paulo são muito importantes para podermos compreender que a ressurreição não é um fenômeno distante, mas um fenômeno que acontece com todas as pessoas logo que desencarnam, pois todas têm um corpo espiritual e é, com ele, que ressurgem para a vida espiritual, logo após a morte. Respondendo a segunda parte de sua pergunta, Silvério, podemos dizer que os Espíritos, que se comunicam no centro, são aqueles que viveram conosco aqui na Terra – familiares, parentes, amigos ou pessoas estranhas. Na verdade, como Jesus, eles ressurgiram após a morte do corpo, embora nem todos se manifestem como Jesus se manifestou. A aparição de Jesus se deu através de um fenômeno que chamamos de materialização, uma vez que o corpo espiritual (ou perispírito) é invisível no seu estado normal, mas pode, em circunstâncias muito especiais, se fazer visível e até mesmo palpável, como a aparência de um corpo comum. Outro exemplo típico de materialização na Bíblia está no aparecimento dos Espíritos de Moisés e Elias para Jesus, no Monte Tabor, fenômeno que foi presenciado por sentido e obter um testemunho extraordinário de materialização de um ente querido, consulte o livro “MATERIALIZAÇÕES LUMINOSAS”, autoria de R. A. Ranieri.


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