O Espiritismo tem muito a oferecer no entendimento
da problemática humana. Percorrendo as páginas das OBRAS BASICAS
de Allan Kardec, incluindo entre elas as da REVISTA ESPÍRITA, bem
como obras do acervo construído pela Espiritualidade através de Chico Xavier,
encontramos elementos importantes para reflexão, como por exemplo: 1- A
mente pode ser comparada a espelho vivo, que reflete as imagens que procura. 2- O
pensamento é a base de tudo, alavanca de ligação para o Bem e para o mal. 3- Emitindo
um pensamento, colocamos um agente energético em circulação, no organismo da
vida, - agente esse que retornará fatalmente a nós, acrescido do bem ou do mal
de que o revestimos. 4- Além dos pensamentos comuns (experiência
rotineira), emitimos com mais frequência os pensamentos nascidos do
“desejo-central” que nos caracteriza, pensamentos esses que passam a constituir
o reflexo dominante de nossa personalidade. 5- O pensamento não é uma reação fisiológica 6- O
pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana. 7- O cérebro é o instrumento do
pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície
sólida que se molda aos movimentos do instrumento. 8 - Se o instrumento for danificado, não
se dá a manifestação, exatamente como, quando se perdeu um olho, não se pode
mais ver. (RE; 7/1860) Na sequencia, duas duvidas esclarecidas em pesquisa nos
conteúdos citados: Como e porque surgem os
fatores desencadeadores da insanidade? Todas
as grandes preocupações do Espírito podem ocasionar a loucura: as ciências, as
artes e até a religião lhe fornecem contingentes. A loucura
tem como causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais
ou menos acessível a certas impressões. Dada a predisposição para a
insanidade, esta tomará o caráter de preocupação principal, que então se muda
em ideia fixa, podendo tanto ser a dos Espíritos, em quem com eles se ocupou,
como a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma arte, de uma
ciência, da maternidade, de um sistema político ou social. Provavelmente,
o louco religioso se houvera tornado um louco espírita, se o Espiritismo fora a
sua preocupação dominante, do mesmo modo que o louco espírita o seria sob outra
forma, de acordo com as circunstâncias. O
Espiritismo bem compreendido é um preservativo contra a loucura. Entre as causas mais comuns de sobre-excitação
cerebral, devem contar-se as decepções, os infortúnios, as afeições
contrariadas, que, ao mesmo tempo, são as causas mais frequentes de suicídio. Ora, o
verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado;
elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, a par do futuro que o aguarda; a
vida se lhe mostra tão curta, tão fugaz, que, aos seus olhos, as tribulações
não passam de incidentes desagradáveis, no curso de uma viagem. O que, em
outro, produziria violenta emoção, mediocremente o afeta. Demais, ele sabe que as amarguras da vida são
provas úteis ao seu adiantamento, se as sofrer sem murmurar, porque será
recompensado na medida da coragem com que as houver suportado. Suas
convicções lhe dão, assim, uma resignação que o preserva do desespero e, por
conseguinte, de uma causa permanente de loucura e suicídio. (LE, introdução) Na relação da Individualidade consigo mesma, a partir
de certo nível de evolução, o Ser pode experimentar graus variados de
insanidade. Como distinguir a loucura patológica da loucura obsessiva? A
primeira resulta de uma desordem nos órgãos de manifestação do pensamento. Notemos
que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a
plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando
desorganizado o instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento,
ou, melhor dizendo, a expressão do pensamento é incoerente. Na
loucura obsessiva não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha
afetado pela subjugação de um Espírito estranho, que o domina e subjuga. No
primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o
Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade. Casos
semelhantes são muito frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não
passa de obsessão, para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas. Pelo
tratamento físico e, sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados,
muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia.
Abrindo
novos horizontes a todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a
questão tão obscura das doenças mentais, ao assinalar-lhes uma causa que, até
hoje, não havia sido levada em consideração – causa real, evidente, provada
pela experiência e cuja verdade mais tarde será reconhecida. (RE, 3/1862)
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