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sábado, 8 de dezembro de 2018

A ORIGEM DE TODOS OS PROBLEMAS SOCIAIS E KARDEC - HOJE E SEMPRE 105


 Nos estágios mais avançados da evolução do Espírito, os estudiosos do comportamento observam que as reações são como que compulsivas, baseadas na tentativa de uma criatura se sobrepor a outra ignorando seus direitos por Justiça. O instinto passa a ser encarado como paixão ou vício classificado como egoísmo. Conforme o Espiritismo o explica e como pode ser associado ao instinto? O egoísmo se origina do orgulho.  A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros.  Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com o que quer que, a seu ver, constitua ofensa a seus direitos.  A importância que, por orgulho, atribui à sua pessoa, naturalmente o torna egoísta. O egoísmo e o orgulho nascem de um sentimento natural: o instinto de conservação. Considerando as paixões e vícios como desvios do sentimento em construção, qual dentre os identificados o mais radical? O egoísmo.  Daí deriva todo mal.  Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo.  Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa.  Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade.  Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. (LE; 913) Podemos diante disso creditar todos os efeitos observados na sociedade humana ao Egoísmo? Em todos os lances da evolução, seremos defrontados pelo egoísmo a entravar-nos o passo.  É sombra em nosso sentimento em forma de vaidade e tóxico em nosso raciocínio na feição de orgulho.  É veneno em nosso coração sob a máscara do crime e fogo em nossa alma, sob a capa agressiva da revolta.  É incêndio em nosso peito, sob a tempestade da cólera e gelo em nossas mãos, sob a inércia da preguiça. Aparece em todas as fases do dia, ora sob a faixa do desculpismo de variados matizes, ora sob os mil modos com que apresentamos a nossa deserção da luta santificante.  Desvairado apego ao nosso "EU", o egoísmo, sem dúvida, é treva da ignorância ocultando-nos o caminho real de nossos deveres à frente da imortalidade sublime. Se desejamos efetivamente alcançar a bendita claridade da ascensão, abandonemo-lo aos resíduos da estrada e, fugindo ao circulo estreito de nossa personalidade, através da ação constante no bem, consagremo-nos à Vontade do Senhor - única fórmula de libertação que nos conduzirá à felicidade verdadeira.  Cultivemos a boa vontade, a compreensão e a simpatia.  E, aprendendo a servir sem descansar, seguiremos do vale escuro da ignorância para os cimos da vida, onde nos esperam as alegrias eternas da sabedoria e do amor. (AL,CC) Como identificar o Egoísmo nos desajustes da sociedade? Herança evidente de nossa antiga animalidade, por toda a parte, ainda vemos o egoísmo a repontar em toda extensão do mundo. Em família, é o exclusivismo do sangue.  No lar, é o narcisismo doméstico. Na oficina de trabalho, é o despeito.  Na propriedade transitória, é a ambição de posse desnecessária.  Na cultura da inteligência, é a vaidade intelectual.  Na ignorância, é a agressividade.  Na riqueza amoedada, é o espírito de usura. Na pobreza, é a inveja destrutiva.  Na madureza, é o azedume.  Na mocidade, é a ingratidão.  No ateísmo, é a impiedade.  Na fé religiosa, é a intolerância.  Na alegria, é o excesso.  Na tristeza, é o isolamento.  Nos fortes, é a tirania.  Nos fracos, é a astúcia.  Na afetividade, é o ciúme. Na dor, é o desespero.  No mimetismo que lhe é próprio, usa em todos os setores as mais diversas máscaras e qual o joio que abafa o trigo, comparece igualmente nos corações que a luz já felicite, em forma de cólera e irritação, desânimo e secura. . .  Se desejarmos dar combate à praga do egoísmo na gleba da alma, saibamos estender, cada dia, as nossas disposições de mais amplo serviço ao próximo, e, aprendendo a ceder de nós mesmos, entre a humildade e o sacrifício, no bem de todos, conquistaremos com o Cristo a plenitude do amor que lhe converteu a própria cruz em ressurreição para a Vida Eterna. (E; EP)









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