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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

DEUS, JESUS E MOISÉS E KARDEC - HOJE E SEMPRE 111


O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) está de volta  esclarecendo duvidas de nossos leitores.“O que havia de diferente entre Jesus e Moisés em relação à idéia que eles faziam de Deus?”- Moisés e Jesus, dois grandes personagens da civilização hebraica, viveram em épocas bem recuadas um do outro. Entre Moisés e Jesus há, pelo menos, 15 séculos de diferença,. Só esse fator – o largo tempo que os separou – já é suficiente para determinar que entre eles houvesse uma visão bem diferente de Deus. Não há verdade absoluta para o Ser humano, Jesus no cenário religioso de seu tempo foi revolucionária, porque Jesus, diferentemente dos profetas que o antecederam, veio com uma visão muito própria, e tão diferente que ele não foi absorvido pela religião judaica, que o rejeitou, pois seu pensamento não se enquadrava nas ideias de seus antecessores. Moisés chamou Iavé ( o deus de Abraão) apenas para seu povo, como se seu povo fosse exclusivo dele – um deus nacional - não descartando a existência de outros deuses de outros povos. Sua religião estava voltada exclusivamente para esta vida – ele não cogitava de uma vida espiritual, além desta. Iavé era um soberano poderoso e violento. Seus mandamentos, embora se fale que eram apenas dez – na verdade, eram mais de 600, conforme está na Bíblia. Através deles, estabelecia regras rígidas que deveriam ser seguidas à risca. O prêmio para os obedientes era uma longa vida; o castigo, em muitos casos, era a morte. O desobediente era condenado à morte sem direito à defesa, até mesmo por erros mínimos como, por exemplo, fazer algum trabalho no sábado. É claro que passados mais de 12 séculos depois, as coisas tinham mudado no panorama político e social daquele povo. Os hebreus receberam muita influência de outros povos – principalmente dos povos que o dominaram – como também de outras religiões. O deus impiedoso e intolerante de Moisés não podia permanecer reinando durante tanto tempo. Antes de Jesus, profetas, como Isaías, por exemplo, diferentemente de Moisés, já viam em Deus bondade e misericórdia. O povo já não podia continuar suportando, além dos sofrimentos da vida, uma impiedade tão grande e nenhuma esperança para o futuro. Fazia-se necessária uma outra concepção, como foi a que Jesus trouxe no justo momento, tentando apagar da mente do povo a idéia de um Deus autoritário e violento. Explica-se, desse modo, a razão daqueles conflitos de Jesus com os fariseus, com os escribas e com os saduceus, que seguiam rigidamente a tradição e e a lei de Moisés. A discussão sobre o sábado – por exemplo, a intervenção de Jesus em favor da mulher adúltera para que não fosse apedrejada, a aproximação simpática com os hereges samaritanos, o novo mandamento que mandava amar até mesmo os inimigos, a defesa da prostituta, a crítica aos ricos e poderosos, a postura em defesa dos pobres e abandonados, o amor ao próximo e a certeza da continuidade da vida após a morte – tudo isso, na verdade, traduzia uma nova concepção da vida e de Deus. Deus, agora, não era mais um soberano poderoso e prepotente, mas um Pai amoroso e compreensível; não era mais um aplicador de penas, mas um Pai de amor e compreensão. Nisso a diferença entre as doutrinas de Jesus e a de Moisés. Mas não estamos dizendo que Moisés estava errado e que Jesus estava certo: apenas que Jesus aperfeiçoou a idéia de Deus – que, na época de Moisés era uma, e no seu tempo passou a ser outra, conforme a lei de evolução.



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