Tão desdenhado pela comunidade científica do
século 19 quanto o magnetismo e o Espiritismo, a Homeopatia encontrou entre os
adeptos da proposta espírita, campo fértil para sua expansão – embora paulatina
-, no século 20, agora, no 21. Na edição de agosto de 1863 da REVISTA
ESPÍRITA, no artigo de abertura daquele número, entre outras considerações
Kardec afirma: -“Provando o poder de ação da matéria espiritualizada, a Homeopatia se
liga ao papel importante que representa o períspirito em certas afecções; ataca
o mal em sua própria fonte, que está fora do organismo, cuja alteração é apenas
consecutiva. Tal a razão pela qual a Homeopatia triunfa numa porção de casos em
que falha a Medicina ordinária: mais que esta, ela leva em conta o elemento
espiritual, tão preponderante na economia, o que explica a facilidade com que
os médicos homeopatas aceitam o Espiritismo e porque a maioria dos médicos
espíritas pertencem à escola de Hahnemann”. Em março de 1867, analisando e discordando da possibilidade dos
medicamentos Homeopáticos modificarem disposições morais, escreve: -“Os
medicamentos homeopáticos, por sua natureza etérea, tem uma ação de certa forma
molecular; sem contradita podem, mais que outros, agir sobre certas partes
elementares e fluídicas dos órgãos e lhes modificar a constituição íntima
(...). Não se pode agir sobre o Ser espiritual senão por meios espirituais
(...). Nos embalaríamos em ilusões se esperássemos de uma medicação qualquer um
resultado definitivo e durável”. No mesmo ano, em junho, retornaria ao tema, contestando comentário do médico
Charles Grégory, dizendo: -“Os
medicamentos homeopáticos podem ter uma ação sobre o moral, agindo sobre os
órgãos de sua manifestação, o que pode ter sua utilidade em certos casos, mas
não sobre o Espírito; que as qualidades boas ou más e as aptidões são inerentes
ao grau de adiantamento ou de inferioridade do Espírito, e que não é com um
medicamento qualquer que se pode fazê-lo avançar mais depressa, nem lhe dar as
qualidades que não pode adquirir senão sucessivamente e pelo trabalho”.
Mais de um século depois, o Espírito Carlos
Eduardo Frankenfeld de Mendonça, desencarnado em 22 de novembro de 1980, na
cidade de Niterói (RJ) revelaria aspectos interessantes envolvendo a
Homeopatia. Carlos, um dos três
filhos de um Engenheiro e de uma Médica, foi vitima de um ataque cardíaco
durante a madrugada, enquanto dormia. Onze meses depois, confirmaria sua
sobrevivência em emocionante carta psicografada por Chico Xavier, em Uberaba (MG). A partir daí, serviu-se do médium
mineiro ao longo de toda a década de 80, fornecendo detalhes extremamente
curiosos sobre suas atividades no Plano Espiritual. Uma delas motivou sua mãe a
se especializar em Homeopatia para atender os necessitados assistidos pelo Grupo Espírita Regeneração ao qual ela
e o marido serviam como voluntários desde antes da inesperada morte do filho. Uma
delas relacionada à AIDS – Sindrome de Imunodeficiência Adquirida, contida na
mensagem de 22 de junho de 1989, informa ter se filiado com o avô materno João
Antonio, a uma escola de combate ao vírus psicogênico, estando na esperança de
que muito em breve haverá recursos para a preparação da vacina adequada. A
certa altura, poderá: -“Não sei se esse agente negativo foi produto
do desequilíbrio dos pensamentos”. Noutra, recebida em 30 de novembro de 1989, relata: -“Quando
possível, vou ao encontro da Mãezinha Edda, tomar informes sobre os que pedem
auxílio na casa da “Regeneração”. Estas primeiras notas do dia seguem comigo
para a sede de nossas atividades, que se acham sob a orientação e revisão de
assessores do Dr Dias da Cruz, que se encarregam de visitar a moradia e ver as
condições do enfermo que precisa ser medicado. Os membros da família são
examinados e o ambiente doméstico é rigorosamente observado pelo colega que foi
então designado para anotar os elementos de que o doente faz “inalação”. Se há
entidades em processo obsessivo no lar visitado, esses Espíritos necessitados
de luz espiritual são vistoriados e com esses ingredientes informativos, faz-se
a ficha do irmão ou da irmã enferma, a fim de que qualquer irregularidade seja
sanada. Se há obsessores no caso, a instituição do Dr Dias da Cruz já possui
turmas de Entidades mais ou menos semelhantes a eles, para afastá-los da casa
que está sendo socorrida. O tratamento do enfermo começa com a limpeza do
ambiente em que o irmão doente se encontra e, só depois da residência
libertada, os agentes medicamentosos da Homeopatia passam a funcionar. Se a
moradia está excessivamente carregada de pensamentos infelizes, o tratamento é
mais difícil e mais longo, entretanto, se o recinto doméstico se mostra limpo e
isento de quaisquer influências nocivas,
tratamento encontra facilidade para se revelar”. O rapaz que pela familiaridade e interesse nos
assuntos relacionados à saúde metal e física sugere ter atuado nesse campo em
outra vida, fornece muitos outros informes na obra PORTO DE ALEGRIA, publicado pelo IDE – Instituto de Difusão
Espírita de Araras.
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