Ação possível na vida de qualquer Ser humano em
face do livre-arbítrio de cada um, o suicídio constitui-se numa lamentável opção
pelas consequências que dele derivam. Nesse sentido, o Espiritismo deve ser
conhecido e divulgado ante as objetivas demonstrações que oferece da vida após
a morte. Na sequencia duas questões para ampliar nosso campo de entendimento e raciocínio.
Baseado nos depoimentos mediúnicos é possível prever o
tipo de situação que aguarda o suicida? Muito diversas são as consequências do
suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre
às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência a que o
suicida não pode escapar; é o desapontamento.
Mas,
a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a
falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela
cujo curso interromperam. A
observação, realmente, mostra que os efeitos do suicídio não são idênticos.
Alguns há, porém, comuns a todos os casos de morte violenta e que são a
consequência da interrupção brusca da vida. Há, primeiro, a persistência mais
prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao corpo, por estar quase sempre
esse laço na plenitude da sua força no momento em que é partido, ao passo que,
no caso de morte natural, ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes se
desfaz antes que a vida se haja extinguido completamente. As consequências deste estado de coisas
são o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se à ilusão em que,
durante mais ou menos tempo, o Espírito se conserva de que ainda pertence ao
número dos vivos. A afinidade que permanece entre o Espírito
e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do
corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos da
decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústias e de horror,
estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu
interrupção. A dificuldade relatada
quanto ao desprendimento do corpo físico avariado pelo suicídio ocorre sempre?
Não é geral este efeito; mas, em caso algum, o suicida
fica isento das consequências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia,
de um modo ou de outro, a culpa em que incorreu. Assim é que certos Espíritos,
que foram muito desgraçados na Terra, disseram ter-se suicidado na existência
precedente e submetido voluntariamente a novas provas, para tentarem suportá-las
com mais resignação. Em alguns, verifica-se uma espécie de ligação à matéria,
de que inutilmente procuram desembaraçar-se, a fim de voarem para mundos
melhores, cujo acesso, porém, se lhes conserva interdito. A
maior parte deles sofre o pesar de haver feito uma coisa inútil, pois que só
decepções encontram. A religião, a moral, todas as filosofias condenam o
suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas nos dizem, em princípio, que
ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que
não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus
sofrimentos? Ao
Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o
suicídio não é uma falta somente por constituir infração de uma lei moral,
consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido,
pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como nô-lo
ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas.
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