No momento em que as questões das influências espirituais forem
consideradas na avaliação dos comportamentos dos indivíduos, campo vasto se
abrirá na avaliação e terapia dos processos de desarmonias mentais. Na sequência
alguns aspectos avaliados sob a ótica do Espiritismo. Além dos pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos
sejam sugeridos? A criatura humana é um Espírito que
pensa. Frequentemente, muitos
pensamentos surgem a um tempo sobre o mesmo assunto e, não raro, contrários uns
aos outros. No conjunto deles, estão
sempre misturados os da pessoa com os de
Espíritos desencarnados. Daí a incerteza em que as pessoas se veem. É que tem em si duas ideias a se conflitarem.
Como distinguir esses pensamentos? Quando um
pensamento é sugerido, tem-se a impressão de que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os
que acodem em primeiro lugar. Afinal,
não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil
que não saibais fazê-la. Não a fazendo,
age o homem com mais liberdade. Se se
decide pelo Bem, é voluntariamente que o pratica; se toma o mau caminho, maior
será a sua responsabilidade. Revelam os Espíritos que a
família consanguínea filtra a família espiritual construída através das
relações mal sucedidas dos Seres humanos, traduzindo-se especialmente em
distúrbios mentais e obsessivos. Como identificar e distinguir uns dos outros? No
círculo das recordações imprecisas, a se traduzirem por simpatia e antipatia,
vemos a paisagem das obsessões transferida ao campo carnal, onde, em obediência
às lembranças vagas e inatas, os homens e as mulheres, jungidos uns aos outros
pelos laços de consanguinidade ou dos compromissos morais, se transformam em
perseguidores e verdugos inconscientes entre si. Os
antagonismos domésticos, os temperamentos aparentemente irreconciliáveis entre
pais e filhos, esposos e esposas, parentes e irmãos, resultam dos choques
sucessivos da subconsciência, conduzida a recapitulações retificadoras do
pretérito distante. Congregados, de novo, na luta expiatória ou
reparadora, as personagens dos dramas, que se foram, passam a sentir e ver, na
tela mental, dentro de si mesmas, situações complicadas e escabrosas de outra
época, malgrado os contornos obscuros da reminiscência, carregando consigo
fardos pesados de incompreensão, atualmente definidos por “complexos de
inferioridade”. Identificando
em si questões e situações íntimas, inapreensíveis aos demais, o Espírito
reencarnado que adquire recordações, não obstante menos precisas, do próprio
passado, candidata-se, inelutavelmente, à loucura. E nessa categoria, temos na Crosta
Planetária uma percentagem cada vez maior de possíveis alienados, requerendo o
concurso de psiquiatras e neurologistas, que, a seu turno, se conservam em
posição oposta à verdade, presos à conceituação acadêmica e às rígidas
convenções dos preceitos oficiais. Esses, em particular, são as vítimas
anônimas da ignorância do mundo, os infortunados absolutamente desentendidos
que, de loucos incipientes, prosseguem, pouco a pouco, a caminho do hospício ou
do leito de enfermidades ignoradas, tão só porque lhes faltam a água viva da
compreensão e a luz mental que lhes revelem a estrada da paciência e da
tolerância, em favor da redenção própria. (OVE,2) Obsessão é o mesmo que vampirismo? Obsessão /
vampirismo é inquietante fenômeno de parasitose mental. Determinam-na fatores
internos e externos. Na esfera da alma, os primeiros
dependem dos segundos, não havendo influenciação exterior deprimente para a
criatura, quando a própria criatura não se deprime. Pelo
imã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a
contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à
escabiose e à ulceração, à dispsomania e à loucura, à cirrose e os tumores
benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que
corroem a vida moral, e, através do próprio pensamento desgovernado, pode
fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como sejam
as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinquência,
desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos patogênicos
indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte.
Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade e,
sugando-lhes as energias, senhoreiam-lhes as zonas motoras e sensórias,
inclusive os centros cerebrais, em que o Espírito conserva as suas conquistas
de linguagem e sensibilidade, memória e percepção, dominando-as à maneira do
artista que controla as teclas de um piano, criando, assim, no instrumento
corpóreo dos obsessos as doenças-fantasmas de todos os tipos que, em se
alongando no tempo, operam a degenerescência dos tecidos orgânicos,
estabelecendo o império de moléstias reais, que persistem até a morte. Imprescindível assim, viver, em guarda contra as
ideias fixas, opressivas ou aviltantes, que estabelecem, ao redor de nós,
maiores ou menores perturbações, sentenciando-nos à vala comum da frustração.
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