A criatura no
chamado estágio ou processo de Humanidade ou Humanização cria mesmo a própria
dor? Cada
qual de nós renasce na Terra a exprimir na matéria densa o patrimônio de bens
ou males que incorporamos aos tecidos sutis da alma. A patogenia, na essência, envolve
estudos que remontam ao corpo espiritual, para que não seja um quadro de
conclusões falhas ou de todo irreais. Voltando à
Terra, atraímos os acontecimentos agradáveis ou desagradáveis, segundo os
títulos de trabalho que já conquistamos ou conforme as nossas necessidades de
redenção. A carne, de certo modo, em muitas
circunstâncias não é apenas um vaso Divino para o crescimento de nossas
potencialidades, mas também uma espécie de carvão milagroso, absorvendo-nos os
tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial. (ETC,10) As repercussões mais insidiosas de suas ações acompanham o Ser no Plano Espiritual. Como? Entendendo-se que todos os delinquentes
deitam de si oscilações mentais de terrível caráter, condensando as recordações
malignas que albergam no seio, compreenderemos a existência das zonas
purgatoriais ou infernais como regiões em que se complementam as temporárias
criações do remorso, associando arrependimento e amargura, desespero e
rebelião. Na intimidade dessas províncias de sombra, em que se agrupam
multidões de criminosos, segundo a espécie de delito que cometeram, Espíritos
culpados, através das ondas mentais com que essencialmente se afinam, se
comunicam reciprocamente, gerando, ante os seus olhos, quadros vivos de extremo
horror, junto dos quais desvairam, recebendo, de retorno, os estranhos
padecimentos que criaram no ânimo alheio.
Claro está que, embora comandados por Inteligências pervertidas ou
bestializadas nas trevas da ignorância, esses antros jazem circunscritos no
Espaço, fiscalizados por Espíritos sábios e benfazejos que dispõem de meios
precisos para observar a transformação individual das consciências em processo
de purificação ou regeneração, a fim de conduzi-las a providências compatíveis
com a melhoria já alcançada. Semelhante
supervisão, entretanto, não impede que essas vastas cavernas de tormento
reeducativo sejam, em si, imensas penitenciárias do Espírito, a que se recolhem
as feras conscientes que foram homens.
Aí permanecem detidas por guardas especializados, que lhes são afins, o
que nos faz definir cada “purgatório particular” como
“prisão-manicômio”, em que as almas embrutecidas
no crime sofrem, de volta, o impacto de suas fecundações mentais infelizes.
Tiranos, suicidas, homicidas, carrascos do povo, libertinos, caluniadores,
malfeitores, ingratos, traidores do Bem e viciados de todas as procedências,
reunidos conforme o tipo de falta ou defecção a que se renderam, se examinados
pelos cientistas do mundo apresentariam à Medicina os mais extensos quadros
para estudos etiológicos das mais obscuras enfermidades. Deduzimos, assim, que todos os redutos de
sofrimento, além túmulo, não passam de largos porões do trabalho evolutivo da
alma, à feição de grandes hospitais carcerários para tratamento das
consciências envilecidas. Na dinâmica encarnado-desencarnado-encarnado todos sempre manifestam os
efeitos do que o Ser faz de si mesmo? Dos abismos expiatórios,
volvem à reencarnação quantos se mostram inclinados à recuperação dos valores
morais em si mesmos. Transportados a
novo berço, comumente
entre aqueles que os induziram à queda, quando não se veem objeto de
amorosa ternura por parte de corações que por eles renunciam à imediata
felicidade nas Esferas Superiores, são resguardados no recesso do lar. Contudo, renascem no corpo carnal
espiritualmente jungidos às linhas inferiores de que são advindos,
assimilando-lhes, facilmente, o influxo aviltante. Reaparecem, desse modo, na
arena física. Mas, via de regra, quando
não se mostram deficientes mentais, desde a infância, são perfeitamente
classificáveis entre os psicopatas amorais demonstrando manifesta perversidade,
na qual se revelam constantemente brutalizados e agressivos, petulantes e
pérfidos, indiferentes a qualquer noção da dignidade e da honra, continuamente
dispostos a mergulhar na criminalidade e no vício. Aqueles Espíritos relativamente corrigidos
nas escolas de reabilitação da Espiritualidade desenvolvem-se, no ambiente
humano, enquadráveis entre os psicopatas astênicos e abúlicos, fanáticos e
hipertímicos, ou identificáveis como representantes de várias doenças e
delírios psíquicos, inclusive aberrações sexuais diversas. Ao nos
reencarnarmos, conduzimos conosco os remanescentes de nossas faltas, que nos
partilham o renascimento, na máquina fisiológica, como raízes congeniais dos
males que nós mesmos plantamos... Nossas disposições, para com essa ou aquela
enfermidade no corpo terrestre, representam zonas de atração magnética que
dizem de nossas dívidas, diante das Leis Eternas, exteriorizando-nos as
deficiências do Espírito Deus então não é o responsável ou criador dos sofrimentos dos
que experimentam deficiências físico-mentais? O filho especial ou possuidor de um defeito físico não está sendo
punido por Deus, mas pela sua própria consciência. O mau ato que praticou
provoca-lhe um desequilíbrio energético na estrutura psíquica, e esse desequilíbrio
reflete-se no organismo físico. São acidentes da evolução, semelhantes aos
acidentes do trabalho em nossas atividades terrenas. O filho doente é
sempre um companheiro de vida passada que volta ao nosso encontro pedindo
auxílio e proteção. Não devemos encará-lo como criminoso, mas como um
acidentado que merece socorro. Ajudando-o a se reajustar, com amor e carinho,
ajudamo-nos também a nós mesmos, elevando-nos em nossa condição espiritual.
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