Tema sempre intrigante a reencarnação de Espíritos ostentando
deficiências físicas ou mentais. A Ciência através dos avanços da Genética busca
explicações sobre tal situação visto que o que se observa na realidade
percepitível nada mais é que um efeito. A Causa talvez possa ser compreendida
através da Revelações do Espiritismo. A seguir algumas informações úteis. Vitima de si mesmo, o Espírito defronta-se no devido tempo com as
repercussões mais insidiosas de suas ações intencionalmente praticadas que o acompanham
mesmo no Plano Espiritual. Como? Entendendo-se que todos os
delinquentes deitam de si oscilações mentais de
terrível caráter, condensando as recordações malignas que albergam no seio,
compreenderemos a existência das zonas purgatoriais ou infernais como regiões
em que se complementam as temporárias criações do remorso, associando
arrependimento e amargura, desespero e rebelião. Na intimidade dessas
províncias de sombra, em que se agrupam multidões de criminosos, segundo a
espécie de delito que cometeram, Espíritos culpados, através das ondas mentais
com que essencialmente se afinam, se comunicam reciprocamente, gerando, ante os
seus olhos, quadros vivos de extremo horror, junto dos quais desvairam,
recebendo, de retorno, os estranhos padecimentos que criaram no ânimo
alheio. Claro está que, embora
comandados por Inteligências pervertidas ou bestializadas nas trevas da ignorância,
esses antros jazem circunscritos no Espaço, fiscalizados por Espíritos sábios e
benfazejos que dispõem de meios precisos para observar a transformação
individual das consciências em processo de purificação ou regeneração, a fim de
conduzi-las a providências compatíveis com a melhoria já alcançada. Semelhante supervisão, entretanto, não impede
que essas vastas cavernas de tormento reeducativo sejam, em si, imensas
penitenciárias do Espírito, a que se recolhem as feras conscientes que foram
homens. Aí permanecem detidas por
guardas especializados, que lhes são afins, o que nos faz definir cada “purgatório particular”
como “prisão-manicômio”, em que as almas
embrutecidas no crime sofrem, de volta, o impacto de suas fecundações mentais
infelizes. Tiranos, suicidas, homicidas, carrascos do povo, libertinos,
caluniadores, malfeitores, ingratos, traidores do bem e viciados de todas as
procedências, reunidos conforme o tipo de falta ou defecção a que se renderam,
se examinados pelos cientistas do mundo apresentariam à Medicina os mais
extensos quadros para estudos etiológicos das mais obscuras enfermidades. Deduzimos, assim, que todos os redutos de
sofrimento, além túmulo, não passam de largos porões do trabalho evolutivo da
alma, à feição de grandes hospitais carcerários para tratamento das
consciências envilecidas. Na dinâmica
encarnado-desencarnado-encarnado todos sempre manifestam os efeitos do que o
Ser faz de si mesmo? Dos abismos expiatórios, volvem à reencarnação
quantos se mostram inclinados à recuperação dos valores morais em si
mesmos. Transportados a novo berço,
comumente entre aqueles que os induziram à queda, quando não se veem objeto de
amorosa ternura por parte de corações que por eles renunciam à imediata
felicidade nas Esferas Superiores, são resguardados no recesso do lar. Contudo, renascem no corpo carnal
espiritualmente jungidos às linhas inferiores de que são advindos,
assimilando-lhes, facilmente, o influxo aviltante. Reaparecem, desse modo, na
arena física. Mas, via de regra, quando
não se mostram retardados mentais, desde a infância, são perfeitamente
classificáveis entre os psicopatas amorais demonstrando manifesta perversidade,
na qual se revelam constantemente brutalizados e agressivos, petulantes e pérfidos,
indiferentes a qualquer noção da dignidade e da honra, continuamente dispostos
a mergulhar na criminalidade e no vício.
Aqueles Espíritos relativamente corrigidos nas escolas de reabilitação
da Espiritualidade desenvolvem-se, no ambiente humano, enquadráveis entre os
psicopatas astênicos e abúlicos, fanáticos e hipertímicos, ou identificáveis
como representantes de várias doenças e delírios psíquicos, inclusive aberrações
sexuais diversas. Ao nos reencarnarmos, conduzimos conosco os remanescentes de
nossas faltas, que nos partilham o renascimento, na máquina fisiológica, como
raízes congeniais dos males que nós mesmos plantamos... Nossas disposições,
para com essa ou aquela enfermidade no corpo terrestre, representam zonas de
atração magnética que dizem de nossas dívidas, diante das Leis Eternas,
exteriorizando-nos as deficiências do Espírito Segundo
o Espiritismo Deus então não é o responsável ou criador dos sofrimentos dos que
experimentam deficiências físico-mentais? O filho especial ou possuidor
de um defeito físico não está sendo punido por Deus, mas pela sua própria
consciência. O mau ato que praticou provoca-lhe um desequilíbrio energético na
estrutura psíquica, e esse desequilíbrio reflete-se no organismo físico. São
acidentes da evolução, semelhantes aos acidentes do trabalho em nossas
atividades terrenas. O filho doente é
sempre um companheiro de vida passada que volta ao nosso encontro pedindo
auxílio e proteção. Não devemos encará-lo como criminoso, mas como um
acidentado que merece socorro. Ajudando-o a se reajustar, com amor e carinho,
ajudamo-nos também a nós mesmos, elevando-nos em nossa condição espiritual.
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