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quarta-feira, 17 de abril de 2019

INVEJA E KARDEC - HOJE E SEMPRE 233


A sociedade do “cada um com seus problemas’, do desenfreado consumismo, da generalizada insatisfação existencial, o sentimento de inveja em relação ao que significa o próximo, suas conquistas e realizações está mais presente do que se imagina no pensamento das pessoas. Dissimulada ou ostensivamente. Nas atividades inspiradas no Espiritismo não poderia ser diferente. Afinal, representam para os que nelas trabalham, oportunidade nem sempre devidamente avaliada pelos que nelas se integram. Entre médiuns, pelo papel por eles representado no contexto, infelizmente,  esse tipo de perturbação também é notada. Inclusive entre os mais expressivos, os quais, pela liderança que exercem, deveriam ser mais vigilantes. O problema foi comentado por Allan Kardec no numero de abril de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, a partir de uma mensagem  recebida  de um correspondente da publicação, tratando justamente DA INVEJA NOS MÉDIUNS. Seu autor um Espírito de nome Luos que, entre outras coisas pondera: -“Sede humildes de coração, vós a quem Deus aquinhoou com seus dons espirituais. Não atribuais nenhum mérito a vós próprios, assim como não se o atribui à obra, aos utensílios, mas ao operário. Lembrai-vos bem que não passais de instrumentos de que Deus se serve para manifestar ao mundo o seu Espírito Onipotente, e que não tendes qualquer motivo para vos glorificardes de vós mesmos. Há tantos médiuns que se tornam vãos, em vez de humildes, à medida que seus dons se desenvolvem! Isto é um atraso no progresso, pois em vez de ser humilde e passivo, muitas vez o médium repele, por vaidade e orgulho, comunicações importantes, que vem à luz por outros mais merecedores. Deus não olha a posição material de uma pessoa para lhe conferir o espírita de santidade; bem ao contrário, porque vezes exalça os humildes entre os humildes, para os dotar com as mais maiores faculdades, a fim de que o mundo veja bem que não é o homem, mas o Espírito de Deus pelo homem que faz milagres. Como disse, o médium é o simples instrumento do grande Criador de todas as coisas, e a este é que se deve render glória, é a ele que se deve agradecer por sua inesgotável bondade. Também queria dizer uma palavra sobre a inveja e o ciúme que muitas vezes reinam entre os médiuns e que, como erva daninha, é necessário arrancar, desde que começa a aparecer, temendo que abafe os bens germes vizinhos. No médium a inveja é tão temível quanto o orgulho: prova a mesma necessidade de humildade. Direi mesmo que denota falta de sendo comum. Não é vos mostrando invejosos dos dons do vosso vizinho que recebereis dons semelhantes, porque, se Deus dá muito a uns e pouco a outros, tende certeza de que, assim agindo, há um motivo bem fundado. A inveja azeda o coração; até abafa os melhores sentimentos, é pois, um inimigo para prevenção  todo cuidado é pouco, pois não dá trégua uma vez que se apoderou de nós. Isto se aplica a todos os casos da vida terrena. Mas eu quis falar sobretudo da inveja entre os médiuns, tão ridícula quanto desprezível e infundada, e que prova quanto é fraco o homem, desde que se torne escravo de suas paixões”. Analisando a mensagem, Kardec diz: -“Depende, evidentemente, da natureza moral da criatura. Um médium tem inveja de ouro médium porque está em sua natureza ser invejoso. Esta falha, consequente do orgulho e do egoísmo, é essencialmente prejudicial à qualidade das comunicações (...). O médium não passa de intermediário: recebe tudo de Espíritos estranhos (...). Os Espíritos simpatizam com ele em razão de suas qualidades ou de seus defeitos. A experiência nos ensina que a faculdade mediúnica, como faculdade, independe das qualidades morais; pode assim (...) existir no mais alto grau no mais perverso indivíduo. É completamente diverso em relação às simpatias dos bons Espíritos, que se comunicam naturalmente, tanto mais à vontade, quanto mais o intermediário encarregado de transmitir o seu pensamento for puro, mais sincero e mais se afaste da natureza dos maus Espíritos. A este respeito fazem o que nós mesmos fazemos quando tomamos alguém para confidente. Especialmente no que concerne à inveja”.








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