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sábado, 11 de maio de 2019

ESCOLHA FRUSTRADA, EVOLUÇÃO DOS ESPÍRITAS E KARDEC - HOJE E SEMPRE 256


O professor José Benevides Cavalcante ( FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) faz nova intervenção para responder dúvidas de nossos leitores. ESCOLHA FRUSTRADA É possível que um Espírito escolha, por exemplo, uma determinada profissão que vai exercer aqui e na Terra e que ele nasça numa família com dificuldades que o impeçam de seguir essa profissão? Será que ele vai ter consciência disso? O que deve fazer, então? Sempre há uma diferença entre aquilo que foi projetado antes da reencarnação e o que o Espírito realmente vai fazer na Terra. Ele pode planejar uma coisa e fazer outra por decisão própria. Mas ele pode também planejar uma coisa, mas quando aqui chega, não tem condições de executá-la, embora se esforce muito para isso. É o caso da profissão. Muitas vezes, a pessoa traz consigo uma forte aptidão para um campo de trabalho, mas não acha oportunidade de segui-lo. A pessoa fica até frustrada e algumas acabam desgostosas da vida, porque nunca fez aquilo que queria. O fato de planejar não assegura nada para o Espírito, assim como em nossa vida de encarnados. Muitas vezes, idealizamos um projeto com entusiasmo, achando que ele será tudo para nós e qual não vai ser a nossa decepção, quando o projeto não é executado ou executado em parte, apesar de nossos esforços. Paciência!... Nem sempre conseguimos o que queremos. Isso acontece em relação aos encarnados e aos desencarnados; faz parte de nossa experiência. O plano significa apenas que temos chances, mas não nos dá uma certeza absoluta. Nada é absolutamente certo na natureza, a não ser Deus. De resto, o que vai interessar para o Espírito é a razão por que não conseguiu fazer o que queria. Às vezes, porque planejou mal; de outras, porque faltaram empenho e boa vontade; de outras, ainda, porque outros o atrapalharam. De qualquer forma, seja por uma causa ou por outra, o que interessa ao Espírito é que ele aprenda com a frustração. Às vezes, uma frustração funciona mais do que a satisfação de um sonho realizado. Cada Espírito precisa aprender sempre mais e o maior aprendizado surge, justamente, nas ocasiões difíceis, porque, via de regra, a dor ensina com mais eficácia que o prazer. EVOLUÇÃO DOS ESPÍRITAS Quando uma pessoa aceita o Espiritismo é sinal de que ela está espiritualmente mais evoluída do que aquelas pessoas que ainda não conseguiram compreender a Doutrina Espírita? Não, absolutamente. Não devemos estabelecer essa relação. Seria muita pretensão de nossa parte, e o Espiritismo não aceita isso. O fato de uma pessoa aceitar os princípios da Doutrina Espírita quer dizer que ela concorda com esses princípios e neles vê uma possibilidade de elevação espiritual. Significa apenas e tão somente que ela chegou a esse entendimento, que despertou sua consciência para os benefícios que o Espiritismo lhe pode conferir. Mas, de forma nenhuma, quer dizer que ela é espiritualmente superior àquela que ainda não aceita o Espiritismo e que, por vezes, o nega peremptoriamente. Se assim fosse, todos os espíritas estariam numa condição moral superior aos que não professam a Doutrina, o que não é verdade. Uma coisa é o entendimento, é a compreensão intelectual de uma coisa; outra é colocá-la em prática. Há dois tipos de virtudes, já dizia Aristóteles na Grécia Antiga. Uma é a virtude intelectual - o saber; outra é a virtude moral - o colocar em prática aquilo que sabe. É possível que a pessoa tenha uma virtude e não tenha a outra. Há pessoas, por exemplo, que não têm religião alguma, que se dizem ateus e que, no entanto, são modelos de virtudes morais, são honestas, respeitosas, amigas e solidárias. Esses valores, com certeza, elas os conquistou através de suas experiências reencarnatórias. Eles já estão incorporados em suas personalidades, ou seja, fazem parte delas, mas não estão necessariamente ligadas a alguma religião. Já tivemos homens de elevada conduta moral, na História da Humanidade, que não eram religiosos e já tivemos pessoas religiosas extremamente comprometidas com as mais vis viciações morais. Portanto, a virtude do Espiritismo não é necessariamente a virtude do espírita. O Espiritismo nos oferece uma possibilidade imensa de compreensão da vida e de mudança. Retomando os princípios morais ensinados por Jesus, ele nos lembra, a cada instante, que a nossa felicidade depende daquilo que fizermos da vida e que, portanto, só a prática do bem nos levará à conquista da paz e do amor. No entanto, compete a cada espírita - a cada um de nós, portanto - se esforçar nesse sentido. Kardec, em O LIVRO DOS MÉDIUNS, no capítulo sobre O MÉTODO, faz uma classificação dos espíritas, conforme suas observações naquela época e, entre os espíritas, ele coloca os espíritas imperfeitos, aqueles que admiram a teoria que o Espiritismo ensina, mas não a aplicam na condução de sua própria vida, ou seja, não se preocupam com o seu próprio desenvolvimento moral.








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