Pratica crescente na sociedade contemporânea, o suicídio representa
grave infração à Lei de Deus. Implica na necessidade do que opta por essa saída,
enfrentar as consequências de seu insensato gesto em existências de curta
duração para retomar o trabalho da evolução em encarnação futura. Na sequência,
esclarecimentos importantes para reflexões. As revelações do
Espiritismo constituem-se num preventivo ao suicídio que, conforme outras
religiões, impõem Penas Eternas aos praticantes? O Espiritismo mostra os próprios
suicidas vindo explicar a sua posição infeliz, mas com uma diferença: as penas
variam de acordo com as circunstâncias agravantes ou atenuantes, o que é mais
conforme à Justiça de Deus; que, em vez de serem uniformes, são a consequência
muito natural da causa que provocou a falta, o que não se pode deixar de aí ver
uma soberana Justiça, distribuída com equidade. Entre os suicidas uns há cujo
sofrimento, não obstante temporário, nem por isso é menos terrível e capaz de
fazer refletir a quem quer que se sinta tentado a partir daqui antes da ordem
de Deus. O
espírita tem, assim, como contrapeso ao pensamento do suicídio vários motivos:
a certeza de uma vida futura, na qual sabe que será tanto mais feliz quanto
mais infeliz e resignado tiver sido na Terra; a certeza de que, abreviando a
vida, chega a um resultado inteiramente oposto ao que esperava; que se liberta
de um mal para cair noutro pior, mais longo e mais terrível; que não poderá
rever no outro mundo os objetos de suas afeições, aos quais queria unir-se. A revelação sobre
as causas das tribulações da vida oferecida pelo Espiritismo pode evitar a
predisposição ao suicídio? As tribulações da vida são, ao mesmo
tempo, expiações de faltas de vidas passadas e provas para o futuro. O próprio
Espírito as escolhe, visando ao seu adiantamento; mas pode acontecer que, uma
vez na obra, ache muito pesada a carga e recue na sua execução; é, então, que
recorre ao suicídio, o que o retarda, ao invés de o fazer avançar. Acontece ainda
que um Espírito se suicidou em precedente encarnação e, como expiação, é-lhe
imposto na seguinte lutar contra a tendência do suicídio. Se sair
vitorioso, progride; se sucumbir, terá de recomeçar uma vida talvez mais penosa
ainda que a precedente e, assim, deverá lutar até que haja triunfado, pois toda
recompensa na outra vida é fruto de uma vitória, e quem diz vitória diz luta. O espírita
haure, pois, na certeza que ele tem deste estado de coisas, uma força de
perseverança que nenhuma outra filosofia lhe poderia dar. O desenvolvimento da certeza das vidas sucessivas
constrói uma fé sólida? Certo de viver depois da morte, e de viver
muito mais tempo do que na Terra, é muito natural que pense em ser ali o mais
feliz possível; além disso, certo de lá ser infeliz se não fizer o bem, ou
mesmo se, não fazendo o mal, nada faz, compreende a necessidade de uma
ocupação, o melhor preservativo contra a hipocondria (medo excessivo de estar
doente). Com
a certeza do futuro, tem um objetivo; com a dúvida, não o tem. É tomado pelo
tédio e acaba com a vida porque nada mais espera. Que nos permitam uma comparação um
pouco trivial, mas à qual não falta analogia: Um homem passou uma hora assistindo a
um espetáculo. Se pensa que a peça acabou, levanta-se e sai; mas se souber que
ainda vão representar coisa melhor e mais longa do que o que viu, ficará, mesmo
que no pior lugar. A espera do melhor nele vencerá a fadiga. As mesmas causas
que levam ao suicídio também provocam a insanidade. O remédio de um é o remédio da outra. Infelizmente,
enquanto a Medicina só levar em conta o elemento material, privar-se-á de todas
as luzes que lhe traria o elemento espiritual, o qual representa papel tão
ativo num grande número de afecções.
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