Sabe aquela sonolência
irresistível de que, por vezes, nos
sentimos acometidos em palestras públicas em Casas Espiritas? Podem ter
origem em influências provocadas por Entidades desencarnadas. Aliás, você já
deve ter se perguntado sobre os bastidores de uma reunião pública em um Centro
Espírita. Informações esparsas dão conta até de sistemas de segurança para
evitar a invasão de Espíritos interessados em prejudicar os trabalhos
realizados no local em benefícios de Seres dos Dois Planos de vida. Na
sequencia a descrição e comentários registrados pelo Espírito André Luiz
através do médium Chico Xavier no livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb).
–“Um colaborador de nosso plano
franqueou acesso a numerosas entidades sofredoras e perturbadas, que se postaram
diante da assembleia, formando legião. Se aglomeravam, em derredor dos amigos
encarnados em prece, quais mariposas Inconscientes, rodeando grande luz.. Vinham
bulhentas, proferindo frases desconexas ou exclamações menos edificantes,
entretanto, logo que atingidas pelas emanações espirituais do grupo, emudeciam
de pronto, qual se fossem contidas por forças que elas próprias não conseguiam
perceber. Atencioso, Áulus notificou: –
São almas em turvação mental, que acompanham parentes, amigos ou desafetos às
reuniões públicas da Instituição, e que se desligam deles quando os encarnados
se deixam renovar pelas ideias salvadoras, expressas na palavra dos que veiculam
o ensinamento doutrinário. Modificado o centro mental daqueles que habitualmente
vampirizam, essas entidades veem-se como que despejadas de casa, porquanto,
alterada a elaboração do pensamento naqueles a quem se afeiçoam, experimentam
súbitas reviravoltas nas posições em que falsamente se equilibram. Algumas delas,
rebeladas, fogem dos templos de oração como este, detestando lhes
temporariamente os serviços e armando novas perseguições às suas vítimas, que
procuram até o reencontro; contudo, outras, de algum modo tocadas pelas lições
ouvidas, demoram-se no local das predicações, em ansiosa expectativa, famintas
de maior esclarecimento. – Que ocorre, porém, quando os encarnados não prestam atenção
aos ensinamentos ouvidos? –
Sem dúvida, passam pelos santuários da fé na condição de urnas cerradas.
Impermeáveis ao bom aviso, continuam inacessíveis à mudança necessária. – Mas este mesmo fenômeno se repete nas igrejas de outras confissões
religiosas? – Sim. A palavra
desempenha significativo papel nas construções do
Espírito. Sermões e conferências de sacerdotes e doutrinadores, em variados setores da fé, sempre que inspirados no
Infinito Bem, guardam o objetivo da elevação
moral. Entre os homens, porém, se não é fácil cultivar a vida digna, é muito
difícil habilitar-se a criatura à morte libertadora. Comumente, desencarna-se a
alma, sem que se lhe desagarrem os pensamentos, enovelados em situações,
pessoas e coisas da Terra. A mente, por isso, continua encarcerada nos
interesses quase sempre inferiores do mundo, cristalizada e enfermiça em
paisagens inquietantes, criadas por ela mesma. Daí o valor do culto religioso
respeitável, formando ambiente propício à ascensão espiritual, com
indiscutíveis vantagens, não só para os Espíritos encarnados que a ele assistem,
com sinceridade e fervor, mas também para os desencarnados, que aspiram à
própria transformação. Todos os santuários, em seus atos públicos, estão
repletos de almas necessitadas que a eles comparecem, sem o veículo denso, sequiosas
de reconforto. Os expositores da boa palavra podem ser comparados a técnicos
eletricistas,
desligando “tomadas mentais”, através
dos princípios libertadores que distribuem na esfera do pensamento. Em razão
disso, as entidades vampirizantes operam contra eles,
muitas vezes envolvendo-lhes os ouvintes em fluidos entorpecentes, conduzindo
esses últimos ao sono provocado, para que se lhes adie a renovação. Nossos
amigos estampam no próprio corpo perispiritual os sofrimentos de que são portadores.
Reparei o conjunto, notando que alguns deles se mostravam enfermos, como se
estivessem ainda na carne. Membros lesados, mutilações, paralisias e ulcerações
diversas eram perceptíveis a rápido olhar. – Nossos irmãos sofredores trazem
consigo, individualmente, o estigma dos erros deliberados a que se entregaram.
A doença, como resultante de desequilíbrio moral, sobrevive no perispírito, alimentada
pelos pensamentos que a geraram, quando esses pensamentos persistem depois da
morte do corpo físico. – Mas, adquirem melhoras
positivas em reunião de intercâmbio? – Sim, assimilam ideias novas com que passam a trabalhar, ainda que
vagarosamente, melhorando a visão interior e estruturando, assim, novos
destinos. A renovação mental é a renovação da vida. Meditei na ilusão dos que
julgam na morte livre passagem da alma, em demanda do céu ou do inferno, como
lugares determinados de alegria e padecimento... Quão raros na Terra se capacitam
de que trazemos conosco os sinais de nossos pensamentos, de nossas atividades e
de nossas obras, e o túmulo nada mais faz que o banho revelador das imagens que
escondemos no mundo, sob as vestes da carne!... A consciência é um núcleo de forças,
em torno do qual gravitam os bens e os males gerados por ela mesma e, ali,
estávamos defrontados por vasta fileira de almas, sofrendo nos purgatórios diferenciados
que lhes eram característicos.
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