O professor José
Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA
DOUTRINA ESPÍRITA, EME) retorna oferecendo o esclarecimento sobre duvidas de nossos leitores. FREQUENTAR CENTRO ESPÍRITA O que quer dizer um sonho
com um ente querido desencarnado? Ele me dá um recado; por exemplo: frequentar
um Centro Espírita. Como posso saber se esse sonho é verdadeiro ou se foi apenas
fruto de minha imaginação? Se você quer um conselho, cara leitora, diríamos
o seguinte: não fique preocupada se o sonho é verdadeiro ou não. Isso não é o
fundamental. Aliás, na vida, nem sempre é fácil saber se um fato é real ou
imaginário - depende do ângulo em que nos colocamos. O importante é a forma
como reagimos ao sonho, a maneira como o aplicamos em nossa própria vida. Com
certeza, todos temos o bom senso de saber o que convém e o que não convém para
nós, medindo sempre as consequências daquilo que fazemos ou que deixamos de
fazer. Isso que é fundamental. Veja, portanto, nesse sonho, o que diz respeito
à sua vida, às suas necessidades. Mas veja com seriedade o compromisso com seus
valores mais elevados, a fim de que você mesma se sinta comprometida com aquilo
que possa ajudá-la, de fato, a viver melhor e a conviver melhor com a sua
família e com o semelhante. É possível que você tenha captado o anseio de um
ente querido desencarnado, de querer encaminhá-la ao Centro, mas, no fundo, é
você quem vai decidir o que é melhor. Em matéria de Espiritismo, o que podemos
lhe dizer, com toda segurança, é que se preocupe em conhecer bem a Doutrina
antes de tudo, porque o importante e fundamental não é frequentar o Centro, mas
saber por que frequentar, como frequentar e para quê frequentar o Centro
Espírita. HUMANIDADE CONDENADA Basta ligar a televisão ou abrir um jornal para
que a gente só veja notícia ruim. De um lado, a maldade, a corrupção, a
violência; de outro, a indiferença, o individualismo. Parece que, enquanto
alguns agridem e matam, outros sofrem e os outros não fazem nada para evitar
tudo isso. Se a gente for examinar bem o que Jesus ensinou, quantos cristãos verdadeiros
vamos encontrar neste mundo? De que valeu o seu sacrifício por um mundo que não
merece a sua compaixão? Se a gente for levar a risca quem merece e quem não merece
ir para o céu, quase todo mundo vai para o inferno, não é mesmo?" Isso
aconteceria de verdade, se não existisse a lei
da evolução. Se formos analisar o panorama do
mundo pela ótica de uma única vida na Terra, com certeza, vamos concluir que todos estamos perdidos, que a Humanidade não tem mais salvação, porque, quando sairmos desta vida, já seremos imediatamente julgados pelo que fizemos
ou deixamos de fazer: não haverá outra
alternativa ou outra oportunidade. No entanto,
não é assim. Todos estamos submetidos a um longo processo chamado evolução, que não vai ser concluído apenas depois de uma vida ou depois de alguns milênios de Civilização. Há um caminhar constante da Humanidade, visando ao seu
aperfeiçoamento. Deus é paciente. A natureza
caminha sem pressa: dá-se ao Universo conhecido
a idade de 15 bilhões de anos. Se existe pressa,
a pressa é nossa, que queremos que tudo se transforme de um dia para outro, como num passe de mágica. Assim, prezado leitor, gostaríamos que todas as pessoas fossem boas, que todos tivéssemos bons sentimentos, que já soubéssemos
agir com respeito e solidariedade, com amor e
dedicação uns pelos outros. Mas isso é exigir o absurdo, é querer demais para uma Humanidade tão jovem neste Planeta, que ainda ensaia seus primeiros passos para a regeneração. Se a Terra tem 4 bilhões de anos - como afirma hoje a Astrofísica - o homem, na verdade, não tem mais que 100 mil, a Civilização cerca de 10 mil anos, considerando as nossas reencarnações no Planeta, desde o surgimento do
"Homo Sapiens". Quando Jesus recomenda "sede perfeitos",
ele está se referindo a essa nossa capacidade de auto-aperfeiçoamento ao longo
do tempo, que depende de nós e que precisamos impulsionar pelo próprio esforço
para chegarmos mais depressa à meta. Mas isso dentro das leis da natureza, onde
nada se transforma de um momento para outro, onde as mudanças exigem trabalho e
sacrifício. Assim, o homem da atualidade - com todos os defeitos que ainda traz
consigo - é fruto de um curto período evolutivo, através do qual vem tentando
aprender a viver e a conviver melhor, mas não o suficiente para que hoje
tenhamos um mundo de paz e amor, como quer Jesus. Se realmente houvesse céu e
inferno, como pregam as religiões, estaríamos todos perdidos, porque, com
certeza, não fizemos o suficiente para merecermos um futuro de felicidade
eterna. Deus não seria tão injusto e parcial a ponto de proteger alguns só
porque adotaram essa ou aquela religião, ou levantaram altares para
glorificá-lo, mas faria um julgamento sério e perfeito de todos, independente
da crença que adotam. No entanto, sabemos que não é assim. Estamos todos
aprendendo na escola da vida, de encarnação em encarnação - como as séries de
um curso - para que possamos construir um mundo melhor, onde seremos no futuro
melhores que hoje. O nosso esforço individual em cultivar o bem e propagarmos a
verdade será muito importante nessa grande obra de aperfeiçoamento humano, que
Jesus pede a todos nós. Daí entendermos que não foi em vão o sacrifício de
Jesus pela humanidade. Encarnando na Terra, como um Espírito Superior, ele veio
com a mais importante e sublime missão: a de proclamar valores espirituais
capazes de regenerar o homem, de tirá-lo do estreito mundo do egoísmo e do materialismo
para abrir-lhe uma visão nova de fraternidade e paz. O que Jesus fez foi o mais
extremado ato de amor, como um pai ou uma mãe faz pelo filho, sabendo que a sua
palavra não seria em vão, que os seus ensinos produziriam frutos no futuro. E o
que precisamos entender é que Jesus não veio para nos proporcionar uma salvação
fácil e egoísta, mas para nos ensinar a conviver melhor, porque a luta pela nossa
reabilitação e pela nossa felicidade futura depende de nós mesmos, como
indivíduos e como coletividade. Como Mestre, seria absurdo pensar que Jesus
perderia seu tempo ensinando a prática do amor e dando exemplo de amor, se isso
não fosse fundamental para todos nós.
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