Explicada com clareza no
capítulo 7 do livro O CÉU E O
INFERNO ou
a JUSTIÇA DIVINA SEGUNDO O ESPIRITISMO, o
mecanismo indutor do progresso espiritual desvenda muitos dos ‘mistérios’ que
intrigam aqueles que tentam entender a vida e o mundo em que vivemos. O século
20 especialmente através da mediunidade ampliou as revelações legadas pelas
obras de Allan Kardec. Chico Xavier, por exemplo, verteu para nossa Dimensão informações
como as compiladas na sequência: 1- Cada
existência de nossa alma, em determinada expressão da forma, é uma adição de
experiência, conservada em prodigioso arquivo de imagens que, em se superpondo
umas às outras, jamais se confundem. (ETC, 13) 2-A reencarnação é necessária enquanto
a matéria domina o Espírito. Mas, desde que o Espírito encarnado chegou a
dominar a matéria e a anular os efeitos de sua reação sobre o moral, a
reencarnação não tem mais nenhuma utilidade nem razão de ser. (RE;
2/1864)
3-O remorso é um monstro invisível
que alimenta as labaredas da culpa. A consciência nunca dorme. (ETC,
13)
4- Na mente reside o comando. A
consciência traça o destino, o corpo reflete a alma. Toda agregação de matéria
obedece a impulsos do Espírito. Nossos pensamentos fabricam as formas de que nos
utilizamos na vida. (ETC, 29) 5- A consciência é um núcleo de forças, em torno do qual gravitam
os bens e os males gerados por ela mesma. (NDM, 4) 6- Quanto mais esclarecida a criatura,
tanto mais responsável, entregue naturalmente aos arestos da própria
consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se envolve nos espinheiros da
culpa. (AR,
prefacio). Aprofundando esses conteúdos, seguimos com algumas
respostas que o Espiritismo dá: 1- As diferenças
comportamentais observadas nas criaturas humanas podem ser entendidas a partir
de uma analise das informações oferecidas pelo Espiritismo? O estado do Espírito do homem,
na sua origem, corresponde ao estado da infância na vida corporal, sua
inteligência apenas desabrocha e se ensaia para a vida, passando o Espírito
essa primeira fase do seu desenvolvimento numa série de existências que
precedem o período a que chamamos Humanidade. (LE; 607) Nesses seres o princípio inteligente se
elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida. É, de
certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual
o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra
então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro,
capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. Assim,
à fase da infância se segue a da adolescência, vindo depois a da juventude e da
madureza. (LE; 607b) 2- Partindo desse pressuposto, podem ser explicadas as contradições
entre o chamado selvagem e o civilizado? Criado simples e
ignorante, o Espírito está, em sua origem, num estado de nulidade moral e
intelectual como a criança que acaba de nascer. Se não fez o mal, também não
fez o bem. Nem é feliz, nem infeliz. Age sem consciência e sem
responsabilidade. Desde que nada tem, nada pode perder, como não pode
retrogradar. Sua
responsabilidade não começa senão no momento em que se desenvolve o seu
livre-arbítrio. Seu
estado primitivo não é, pois, um estado de inocência inteligente e raciocinada.
Conseguintemente, o mal que fizer mais tarde, infringindo as leis de Deus,
abusando das faculdades que lhe foram dadas, não é um retorno do bem ao mal,
mas a consequência do mau caminho por onde se embrenhou. 3- O chamado livre arbítrio então não é atributo igual em
todos? Tendo todos o mesmo ponto de partida, o que é
conforme à justiça, o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após
numerosas evoluções na vida corpórea. Não
é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que o Espírito
tem consciência bastante clara de si mesmo, para ser responsável por seus atos;
não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da
plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas
depois de anos. Ainda, quando o Espírito goza do livre-arbítrio, a
responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; é
assim, por exemplo, que um selvagem que come os seus semelhantes é menos
castigado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida
os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, no entanto, já se
acham bem longe de seu ponto de partida.
Durante longos períodos, o Espírito encarnado é submetido à influência
exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se
transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a
inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os
instintos. Só então é que começa a séria
responsabilidade. (RE, 1/1964) O Espírito fica num
estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se
faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age
livremente e com conhecimento de causa. (RE; 1/1864)
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