Influência
espiritual é apresentada pelo Espiritismo como uma realidade ignorada e
causadora de grandes perturbações na vida da sociedade humana. Necessária, urgentemente,
a conscientização das pessoas a respeito disso. Importante uma união de
esforços para que isso aconteça. Na sequência alguns pontos para reflexões
sobre o papel de cada um. Mente e pensamento são
elementos fundamentais para o transtorno obsessivo? A influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos é maior
do que cremos porque, frequentemente, são eles que nos dirigem. (LE, q 459) A obsessão em qualquer
tipo pelo qual se expresse, está profundamente vinculada aos processos mentais
em que se baseiam os interesses da criatura.
A mente pode ser comparada a espelho vivo, que reflete as imagens que
procura. O pensamento é a base de tudo,
alavanca de ligação para o Bem e para o mal.
Obsessão é o equilíbrio de forças inferiores, retratando-se entre si (PV,27) Não há, obsessão
unilateral, nutrindo-se toda ocorrência desta espécie à base de intercâmbio
mais ou menos completo. (PV,27) Numa visão objetiva do problema, o elemento
essencial para manifestação dos transtornos obsessivos são os Espíritos desencarnados. A morte não
modifica as disposições do indivíduo? Cada
qual, como acontece no nascimento, tem a sua porta adequada para ausentar-se do
plano físico. Na existência do corpo, começamos ou recomeçamos determinado
serviço. Além da sepultura, continuamos a boa obra encetada ou somos escravos
do mal que praticamos na Terra. Por isso, o estado mental é muito importante
nas condições da matéria rarefeita que a criatura passa a habitar, logo depois
de abandonar o carro fisiológico. Incontáveis pessoas, por deficiência de
educação do “EU”, agarram-se aos remanescentes do corpo, com a obstinação de
estulto viajante que, pelo receio do desconhecido ou pela incapacidade de usar
as próprias pernas, pretendesse inutilmente reerguer na estrada a cavalgadura
morta. Mas o número de almas perturbadas de outro modo é infinitamente
maior. Não se apegam ao cadáver putrefato, mas demoram na paisagem doméstica,
onde se desvencilharam das células enfermas, conservando ilusões ou sofrimentos
intraduzíveis. Muitos que se abandonaram à moléstia, fortalecendo-a e
acariciando-a, mais por fugir aos deveres que a vida lhes reserva do que por
devoção e fidelidade aos Desígnios Divinos, fixam longamente sintomas e
defeitos, desequilíbrios ou chagas na matéria sensível e plástica do organismo
espiritual, experimentando sérias dificuldades para extirpá-los. Almas desse naipe, desalentadas e oprimidas,
podem ser enumeradas aos milhares, em qualquer região dos círculos sutis que
marginam a zona de trabalho, em que se delimita a ação dos homens encarnados. Médiuns videntes referem-se a entidades
desencarnadas visualizadas por eles como doentes. É possível? Sim. Estampam no próprio corpo
perispiritual os sofrimentos de que são portadores. Alguns se mostram enfermos, como se
estivessem ainda na carne. Membros lesados, mutilações, paralisias e ulcerações
diversas são perceptíveis a rápido olhar. Sofredores
trazem consigo, individualmente, o estigma dos erros deliberados a que se
entregaram. A doença, como resultante de desequilíbrio moral, sobrevive no perispírito,
alimentada pelos pensamentos que a geraram, quando esses pensamentos persistem
depois da morte do corpo físico. Na
Esfera em que a experiência terrestre continua a si mesma, os problemas dessa
ordem apenas se alongam. Temos milhares de irmãos escravizados à recordação do
que foram no passado, mas, ignorando a transição da morte, vivem por muito
tempo estagnados em tremenda ilusão!... Sentem-se donos de recursos que
perderam de há muito e tiranos de afeições que já se distanciaram
irremediavelmente do trecho de caminho em que paralisaram a própria visão. Nos
campos e cidades terrestres, a cada passo topamos antigos dominadores do solo,
os quais a morte não conseguiu afastar de suas fazendas; magnatas de indústria
que o túmulo não separou dos negócios materiais, e homens e mulheres em massa
que, sem a veste do corpo, continuam agrilhoados aos prazeres e aos hábitos em
que fisgaram a própria alma... Convidados à revisão do estado consciencial
em que se alojam, irritam-se e defendem-se, como ouriços contentes no
espinheiro em que moram, quando não se ocultam, matreiros, no egoísmo em que se
deleitam, ao modo de velhas tartarugas a se esconderem na carapaça, ao primeiro
toque estranho às sensações com que se acomodam. Se insistem no socorro espiritual de que
necessitam, vomitam impropérios e cospem blasfêmias... Não deixam de ser
doentes e loucos, agindo contra si mesmos e solicitando amparo. Sentem-se vivos, tão vivos, como na época em que se embebedaram
de mentira, fascinação e poder.
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