Toda obsessão começa pelo
esboço vago do pensamento alheio que nos visita, oculto. Hoje é um pingo de
sombra, amanhã linha firme, para, depois, fazer-se um painel vigoroso, do qual
assimilamos apelos infelizes que nos aprisionam em turbilhões de trevas,
escreveu o Espírito Emmanuel no livro PENSAMENTO
E VIDA(feb,1958). Humberto de Campos, o IRMÃO X, na obra CONTOS E APÓLOGOS pondera que “o enigma da obsessão, no fundo, é problema
educativo. Quando o homem cumprir em si mesmo as leis superiores da bondade a
que teoricamente se afeiçoa, deixará de ser um flagelo para a Natureza,
convertendo-se num exemplo de sublimação para as entidades inferiores que o
procuram... Então, a consciência particular inflamar-se-á na luz da consciência
cósmica e os tristes espetáculos da obsessão recíproca desaparecerão da Terra”
e o Espírito André Luiz repassa-nos no livro MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb): - Médiuns,
inclusive nós outros, os desencarnados, todos o somos, em vista de sermos
intermediários do bem que procede de mais alto, quando nos elevamos, ou
portadores do mal, colhidos nas zonas inferiores, quando caímos em
desequilíbrio. O obsidiado, porém, acima de médium de energias perturbadas, é
quase sempre um enfermo, representando uma legião de doentes invisíveis ao
olhar humano. Por isto mesmo, constitui, em todas as circunstâncias, um caso
especial, exigindo muita atenção, prudência e carinho. Resumindo a
questão dos transtornos obsessivos precisa ser estudada com profundidade para
que as criaturas humanas consigam neutralizar sua ação sobre elas mesmas. Na
sequência algumas questões fazendo luz sobre a questão: 1-Transtorno obsessivo é um efeito derivado do que o Espiritismo denomina
obsessão. O que é ela? É a ação quase que permanente de um (ou
vários) Espírito estranho, que leva a pessoa a ser solicitada por uma
necessidade incessante de agir desta ou daquela maneira e de fazer isto ou
aquilo. A subjugação é uma ligação moral que paralisa a vontade de quem a
sofre, impelindo a pessoa às mais dasarrazoadas ações e, por vezes, às mais
contrárias ao seu próprio interesse. A fascinação é uma espécie de ilusão produzida,
ora por raciocínios capciosos; e esta ilusão produz um engano sobre as coisas
morais, falseia o julgamento e leva a tomar-se o mal pelo bem. (RE;
10/1858) 2-Qual a diferença entre loucura patológica
e loucura obsessional? A primeira é produzida por uma desordem
nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas,
não é o Espírito que é louco: ele conserva a plenitude de suas faculdades, como
o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se
serve para se manifestar, o pensamento ou, melhor dito, a expressão do
pensamento é incoerente. Na loucura obsessional não há lesão orgânica. É o
próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho
que o domina e comanda. No primeiro caso é preciso curar o órgão doente; no
segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede inoportuno, a fim de lhe
restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito frequentes e comumente tomam
como loucura o que não se passa de obsessão, para a qual deveriam empregar-se
meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico, e, sobretudo, pelo contato
dos verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira
loucura onde esta não existia. (RE;1862) 3-Mente e
pensamento são elementos fundamentais para o transtorno obsessivo? A influência dos Espíritos
em nossos pensamentos e atos é maior do que cremos porque, frequentemente, são
eles que nos dirigem. (LE, q 459) A obsessão em qualquer tipo pelo qual se
expresse, está profundamente vinculada aos processos mentais em que se baseiam
os interesses da criatura. A mente pode
ser comparada a espelho vivo, que reflete as imagens que procura. O pensamento é a base de tudo, alavanca de ligação
para o Bem e para o mal. Obsessão é o equilíbrio de forças inferiores,
retratando-se entre si (PV,27) Não há, obsessão
unilateral, nutrindo-se toda ocorrência desta espécie à base de intercâmbio
mais ou menos completo. (PV,27)
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