Criar uma consciência
coletiva sobre ideia rejeitada pelos atavismos religiosos requer repita-se
sistematicamente informações que possibilitem reflexões logicas sobre o
assunto. É o caso do Princípio da Reencarnação que encontrou no próprio Allan
Kardec dificuldade para ser aceito como ele mesmo explica na edição de Abril de
1860 da REVISTA ESPÍRITA. Buscando
em fonte seguras tais detalhes, reproduzimos a seguir a resposta a algumas
duvidas mais comuns. O número de
existências corpóreas é limitado ou o Espírito se reencarna perpetuamente? A cada nova existência o Espírito dá
um passo na senda do progresso; quando se despojou de todas as impurezas, não
precisa mais das provas da vida corpórea. (LE,168) - É o mesmo para
todos os Espíritos? Não, aquele que avança rapidamente se poupa das
provas. Não obstante, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas
porque o progresso é quase infinito (LE,169) Que utilidade pode ter para
um Espirito sua encarnação num corpo que morre poucos dias depois de nascer? O
Ser ainda não tem consciência bastante desenvolvida da sua existência; a
importância da morte é quase nula; frequentemente, como já dissemos, trata-se
de uma prova para os pais (LE) Em que momento se
opera o esquecimento do passado? Desde que o Espírito é preso
ao laço fluídico que o liga ao germe (embrião, feto), a perturbação apodera-se
dele, crescendo à medida que o laço se aperta, e, nos últimos momentos, o
Espírito perde toda a consciência de si mesmo, de sorte que ele nunca é
testemunha consciente de seu nascimento. No momento em que a criança respira, o
Espírito começa a recobrar suas faculdades, que se se desenvolveram à medida
que se formam e consolidam os órgãos que devem servir para a sua manifestação.(G,XI,20) Isso seria o esquecimento do passado? Não. Ao mesmo tempo que o Espírito recobra a
consciência de si mesmo, perde a lembrança de seu passado, sem perder as
faculdades, qualidades e aptidões adquiridas anteriormente, aptidões que
estavam, momentaneamente, estacionadas em seu estado latente e que, em
retomando sua atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor que fazia
precedentemente. Ele renasce como fizera na encarnação anterior; sendo seu
renascimento agora um novo ponto de partida, um novo degrau a subir.(G,XI,21) Esse esquecimento é mesmo necessário? Aí a Bondade do Criador se manifesta, porquanto,
adicionada aos amargores de uma nova existência, a lembrança, muitas vezes
aflitiva e humilhante do passado, poderia perturbá-lo e lhe criar embaraços.
Ele apenas se lembra do que aprendeu, ou lhe será útil. Se às vezes lhe é dada
uma intuição dos acontecimentos passados, é como uma lembrança de um sonho
fugidio. Ei-lo, pois, novo homem, por mais antigo que seja como Espírito..
Adota novos processos, auxiliado, pelas suas aquisições precedentes. Cada
Espírito é sempre o mesmo “EU”, antes, durante e depois da encarnação, sendo
esta, apenas uma fase da sua existência. (G,XI,21) - O que é reencarnação compulsória? O devedor é escravo do compromisso assumido. Deus criou
o livre-arbítrio, nós criamos a fatalidade. É preciso quebrar, portanto, as
algemas que fundimos para nós mesmos. (NL).Existem ainda, nos setores da luta
humana, milhões de renascimentos de almas criminosas que tornam ao mergulho da
carne premidas pela compulsória do Plano Superior, de modo a expiarem delitos
graves. Em decorrência dessa ordem, a individualidade responsável pela
desarmonia reinante converte-se em centro de gravitação das consciências
desequilibradas por sua culpa e assume o comando dos trabalhos de
reajustamento, sempre longos e complicados, de acordo com os ditames da Lei
(...)..(NDM, 25) Tais processos são então mais complexos? Mais
lento, levando mais de um ano para se
completar o restringimento . Assim que se inicia o sono letárgico, o corpo
espiritual vai se despojando da matéria grosseira, ficando o perispirito sutil.
Esse despojo grosseiro é enterrado em lugar próprio. (IA,7)
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
segunda-feira, 30 de setembro de 2019
domingo, 29 de setembro de 2019
sábado, 28 de setembro de 2019
NECESSIDADE DO ESCÂNDALO E KARDEC - HOJE E SEMPRE 392
A intervalos cada vez menores
de tempo, acontecimentos impactam a opinião publica, provocando polêmicas e
discussões que, no mínimo geram produtivas reflexões. Um deles, recentemente,
expôs o problema da utilização de animais em pesquisas científicas. O fato
levou a outra questão: as dietas humanas incluindo alimentação de carne animal.
Na REVISTA ESPÍRITA, de abril
de 1865, Allan Kardec desdobrou alguns raciocínios interessantes, que,
parcialmente apresentamos na sequência: “- A destruição recíproca dos seres
vivos é uma lei da natureza que, à primeira vista, parece conciliar-se menos
com a bondade de Deus. Pergunta-se porque lhes teria feito uma necessidade se
autodestruírem para se alimentarem uns à custa dos outros. Para aquele que
apenas vê a matéria, que limita sua visão à vida presente, isto parece com
efeito, uma imperfeição na Obra Divina.; daí a conclusão que tiram os incrédulos
que, não sendo Deus perfeito, não há Deus. É que julgam a perfeição de Deus de
seu ponto de vista; seu julgamento é a medida de sua sabedoria; e pensam que
Deus não poderia fazer melhor o que eles próprios fariam. Não lhes permitindo
sua curta visão julgar o conjunto, não compreendem que um bem real possa
derivar de um mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual,
considerado em sua verdadeira essência, essa grande Lei de Unidade, que
constitui a harmonia precisamente onde ele não via senão uma anomalia e uma
contradição. Dá-se com esta verdade o mesmo que com uma porção de outras; o
homem não é apto para sondar certas profundezas senão quando seu Espírito chega
a um suficiente grau de maturidade. A verdadeira vida, tanto do animal, quanto
do homem, não está mais no envoltório corporal do que numa vestimenta; está no
principio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Este princípio necessita do corpo para se desenvolver pelo
trabalho que deve realizar sobre a matéria bruta; o corpo se gasta nesse
trabalho, mas o Espírito, não. Ao contrário, dele sai cada vez mais forte, mais
lúcido e mais capaz. Que importa que o Espírito mude mais ou menos vezes de
envoltório; nem por isso é menos Espírito; é absolutamente como se o homem
renovasse cem vezes a sua roupa em um ano; nem por isso deixaria de ser o mesmo
homem. Pelo espetáculo incessante da destruição, Deus ensina aos homens o pouco
caso que devem fazer do envoltório material e neles suscita a ideia da Vida
Espiritual, fazendo-os deseja-la como uma compensação. Perguntarão se Deus não
podia chegar ao mesmo resultado por outros meios, e sem submeter os seres vivos
a se entredestruirem? Bem esperto aquele que pretendesse penetrar os desígnios
de Deus! Se tudo é sabedoria em sua obra, devemos supor que essa sabedoria
também não esteja ausente de outras; se não o compreendemos, devemos culpar o
nosso pouco adiantamento. Contudo, podemos tentar encontrar a razão disto,
tomando por bússula este princípio: Deus deve ser infinitamente justo e sábio. Busquemos,
pois, em tudo, sua justiça e sua sabedoria (...). A luta é necessária ao
desenvolvimento do Espírito; é na luta que exercita suas faculdades. Aquele que
ataca para ter o seu alimento e o que se defende para conservar a vida fazem
assaltos de astúcia e de inteligência e, por isso mesmo, aumentam suas forças
intelectuais. Um dos dois sucumbe. Mas o que foi que, na realidade, o mais
forte ou mais apto tirou do mais fraco? Sua vestimenta de carne e nada mais; o
Espírito, que não morreu, mais tarde retoma outro. Nos seres inferiores da
Criação, naqueles em que o senso moral não existe, nos quais a inteligência
ainda está no estado de instinto, a luta não poderia ter por móvel senão a
satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas necessidades
materiais é a da alimentação. Assim, lutam unicamente para viver, isto é, para
apanhar ou defender uma presa, desde que não poderiam ser estimulados por um
motivo mais elevado. É neste primeiro período que a alma se elabora e se ensaia
para a vida. Quando atingiu o grau de maturidade necessário à sua
transformação, recebe de Deus novas faculdades: o livre arbítrio e o senso
moral, numa palavra a centelha Divina, que dão um novo curso às suas ideias, a
dotam de novas percepções. Mas as novas faculdades morais de que é dotada só se
desenvolvem gradativamente, pois nada é brusco na natureza; há um período de
transição, no qual o homem apenas se distingue do bruto; nas primeiras idades
domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das
necessidades materiais; mais tarde, o instinto animal e o sentimento moral se
contrabalançam; então o homem luta, não mais para se alimentar, mas para
satisfazer sua ambição, seu orgulho, a necessidade de dominar. Para isto ainda
lhe é necessário destruir. Mas, à medida que o sendo moral ganha desenvolve-se
a sensibilidade, diminui a necessidade de destruição, acabando mesmo por se
tornar odiosa e apagar-se: o homem cria horror ao sangue. Contudo, a luta é
sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito porque, mesmo chegado a este
ponto, que nos aprece culminante, está longe de ser perfeito; só ao preço de
sua atividade é que adquire conhecimentos, experiência, e se despoja dos
últimos vestígios da animalidade. Mas então a luta, de sangrenta e brutal, que
era, torna-se puramente intelectual: o homem luta contra as dificuldades e não
mais contra seus semelhantes”.
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
quarta-feira, 25 de setembro de 2019
terça-feira, 24 de setembro de 2019
PERISPÍRITO E KARDEC - HOJE E SEMPRE 389
Embora
o termo seja proposto por Allan Kardec, na verdade, ele se refere a
conhecimentos acessados por várias Civilizações antigas. O Codificador pondera que
“o
perispírito representa importantíssimo papel no organismo e numa multidão de
doenças, que se ligam à Fisiologia, assim como à Psicologia”. (RE; 1867) Considera que “o Espiritismo experimental estudou as
propriedades dos fluidos espirituais e a ação deles sobre a matéria. Demonstrou
a existência do perispírito, suspeitado desde a Antiguidade e designado por São
Paulo sob o nome de corpo espiritual, isto é, corpo fluídico da alma, depois da
destruição do corpo tangível”. (RE; 1867) E preconiza: - O estudo das propriedades do perispírito,
dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma abre novos
horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos
até então, por falta de conhecimento da lei que os rege. (RE; 1867) Sigamos, então algumas informações uteis
para nossas reflexões:O que é perispirito? Pela sua essência espiritual,
o Espírito é um Ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a
matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico,
o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É
semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à
Espiritualidade pela sua natureza etérea. Esse
envoltório, denominado perispírito, faz de um Ser abstrato, do Espírito, um Ser
concreto, definido, apreensível pelo pensamento. Sua substância é haurida do
fluido universal ou cósmico, que o forma e alimenta, como o ar forma e alimenta
o corpo material do homem. O perispírito é mais ou menos etéreo,
conforme os mundos e o grau de depuração do Espírito. Nos mundos e nos Espíritos inferiores,
ele é de natureza mais grosseira e se aproxima muito da matéria bruta. Durante a encarnação, o Espírito conserva o seu
perispírito, sendo-lhe o corpo apenas um segundo envoltório mais grosseiro,
mais resistente, apropriado aos fenômenos a que tem de prestar-se e do qual o
Espírito se despoja por ocasião da morte. (OP) Qual sua finalidade? O perispírito serve
de intermediário ao Espírito e ao corpo. É o órgão de transmissão de todas as
sensações. Relativamente às que vêm do exterior,
pode-se dizer que o corpo recebe a impressão; o perispírito a transmite ao
Espírito, que é o Ser sensível e inteligente, que a recebe. Quando o ato é de iniciativa do Espírito, pode
dizer-se que o Espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa. O perispírito não se acha encerrado nos limites do
corpo, como numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele é expansível, irradia
para o exterior e forma, em torno do corpo, uma espécie de atmosfera (aura) que
o pensamento e a força da vontade podem dilatar mais ou menos. Daí se segue
que pessoas há que, sem estarem em contato corporal, podem achar-se em contato
pelos seus perispíritos e permutar sem perceberem impressões e, algumas vezes,
pensamentos, por meio da intuição. Sendo um dos
elementos constitutivos do homem, o perispírito desempenha importante papel em
todos os fenômenos psicológicos e, até certo ponto, nos fenômenos fisiológicos
e patológicos. Quando
as ciências médicas tiverem na devida conta o elemento espiritual na economia
do Ser, terão dado grande passo e horizontes inteiramente novos se lhes
patentearão. As causas de muitas moléstias serão a esse tempo descobertas e
encontrados poderosos meios de combatê-las.
(OP) Propondo a existência do corpo espiritual ou
perispírito, o Espiritismo está inovando? O corpo espiritual ou fluídico da alma,
que o Espiritismo denomina perispírito foi suspeitado em todas as épocas,
porque os hindus já lhe chamavam Linga Sharira; os hebreus, Néphesph; os
egípcios, Ka ou Baï; os gregos, Ochéma; Pitágoras, o carro sutil da alma ou Eïdolon; Paulo de Tarso, corpo espiritual;
o filósofo Cudworth, o mediador plástico; e os ocultistas, o corpo astral. Esse duplo do
organismo foi assinalado pelos denominados sonâmbulos das experiências do
médico austríaco Franz Anton Mesmer – o pai do magnetismo animal ou fluido
elétrico animalizado - que o viram sair do corpo material no momento da morte,
ou desprender-se de si próprios, quando eles se exteriorizavam. É esse
princípio intermediário entre o Espírito e a matéria que individualiza a alma;
permite àquele conservar a consciência e a lembrança depois da morte, do mesmo
modo que, durante a vida, mantém o tipo corporal, o entretém e o repara durante
toda a existência (R;GD)
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