As considerações a seguir
confirmam a importância de se conhecer o Espiritismo: 1- Cada existência de nossa alma, em
determinada expressão da forma, é uma adição de experiência, conservada em prodigioso
arquivo de imagens que, em se superpondo umas às outras, jamais se confundem.
(ETC, 13) 2- A
reencarnação é necessária enquanto a matéria domina o Espírito. Mas, desde que
o Espírito encarnado chegou a dominar a matéria e a anular os efeitos de sua reação
sobre o moral, a reencarnação não tem mais nenhuma utilidade nem razão de ser.
(RE; 2/1864) 3- O
remorso é um monstro invisível que alimenta as labaredas da culpa. A consciência
nunca dorme. (ETC, 13)
4-
Na
mente reside o comando. A consciência traça o destino, o corpo reflete a alma.
Toda agregação de matéria obedece a impulsos do Espírito. Nossos pensamentos
fabricam as formas de que nos utilizamos na vida. (ETC, 29) 5- A
consciência é um núcleo de forças, em torno do qual gravitam os bens e os males
gerados por ela mesma. (NDM, 4)
6- Quanto
mais esclarecida a criatura, tanto mais responsável, entregue naturalmente aos
arestos da própria consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se envolve
nos espinheiros da culpa. (AR,
prefacio). Diante disso, reunimos
alguns esclarecimentos para reflexões sobre a questão da LEI DE CAUSA E EFEITO: 1- As
diferenças comportamentais observadas nas criaturas humanas podem ser entendidas
a partir de uma analise das informações oferecidas pelo Espiritismo? O estado do Espírito do homem, na sua origem,
corresponde ao estado da infância na vida corporal, sua inteligência apenas
desabrocha e se ensaia para a vida, passando o Espírito essa primeira fase do
seu desenvolvimento numa série de existências que precedem o período a que
chamamos Humanidade. (LE; 607)
Nesses
Seres o Princípio Inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se
ensaia para a vida. É, de certo modo, um
trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio
inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização,
começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do
mal e a responsabilidade dos seus atos. Assim,
à fase da infância se segue a da adolescência, vindo depois a da juventude e da
madureza. (LE; 607b)
2 Partindo
desse pressuposto, podem ser explicadas as contradições entre o chamado
selvagem e o civilizado? Criado
simples e ignorante, o Espírito está, em sua origem, num estado de nulidade
moral e intelectual como a criança que acaba de nascer. Se não fez o mal, também não fez o bem. Nem é
feliz, nem infeliz. Age sem consciência e sem responsabilidade. Desde que nada
tem, nada pode perder, como não pode retrogradar. Sua responsabilidade não
começa senão no momento em que se desenvolve o seu livre-arbítrio. Seu estado primitivo não é, pois, um estado
de inocência inteligente e raciocinada. Conseguintemente,
o mal que fizer mais tarde, infringindo as leis de Deus, abusando das
faculdades que lhe foram dadas, não é um retorno do bem ao mal, mas a
consequência do mau caminho por onde se embrenhou. 3 O chamado livre arbítrio
então não é atributo igual em todos? Tendo
todos o mesmo ponto de partida, o que é conforme à Justiça, o livre-arbítrio só
se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois
da segunda encarnação que o Espírito tem consciência bastante clara de si
mesmo, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez
após a milésima. Dá-se o mesmo com a
criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias
após o nascimento, mas depois de anos. Ainda, quando o Espírito goza do
livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua
inteligência; é assim, por exemplo, que um selvagem que come os seus
semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples
injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a
nós e, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos, o Espírito encarnado
é submetido à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco
esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se
equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência
domina os instintos. Só então é que
começa a séria responsabilidade. (RE,
1/1964) O Espírito fica num estado
inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz
senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age
livremente e com conhecimento
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