A Teoria Evolucionista de Darwin amplia-se consideravelmente com a Teoria da Evolução Espiritual proposta pelo Espiritismo. A seguir alguns pontos para refletirmos. 1-Como o Princípio
Inteligente do Universo se transformou no Espírito iniciando o período de
Humanização ou Humanidade? O princípio espiritual, desde o obscuro
momento da criação, caminha sem detença para frente. Afastou-se do leito oceânico, atingiu a
superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama das margens,
debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na floresta copioso
material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e,
depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se,
escolher, lembrar e sentir, conquistou a inteligência... Viajou do simples impulso para a irritabilidade, da irritabilidade
para a sensação, da sensação para o instinto, do instinto para a razão. Nessa penosa
romagem, inúmeros milênios decorreram sobre nós. Estamos, em todas as épocas,
abandonando Esferas Inferiores, a fim de escalar as Superiores. O cérebro é o
órgão sagrado de manifestação da mente, em trânsito da animalidade primitiva
para a espiritualidade humana. Em síntese, o homem das últimas dezenas
de séculos representa a Humanidade vitoriosa, emergindo da bestialidade
primária. (NMM;4) É possível ter se uma ideia do tempo gasto nessa caminhada? O
Princípio Inteligente, desde o vírus e as bactérias das primeiras horas do
protoplasma na Terra, a fim de que pudesse lançar as suas primeiras emissões de
pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos, com o titulo de homem (...)
dotado de raciocínio e discernimento, o Ser, para chegar aos primórdios da
Época Quaternária ( há 200 mil anos), em que a Civilização elementar do silex
denuncia algum primor de técnica despendeu mais ou menos 15 milhões de séculos,
ou um bilhão e meio de anos. (EDM,6) Como teria se operado o início da fase Humanidade? Ignoramos
absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações do Espírito; é
um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos
que são criados simples e ignorantes, tendo todos, assim, o mesmo ponto de
partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio
só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois,
nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que o Espírito tem
consciência bastante clara de si mesmo, para ser responsável por seus atos; não
é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não
goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento,
mas depois de anos. (RE, 1/1864) O armazenamento do registro de percepções, sensações e experiências
se dá naturalmente através da memória cujos rudimentos podem ser observados no
Reino Mineral. Como o Espiritismo a explica?
A memória pode ser comparada a placa
sensível que, ao influxo da luz, guarda para sempre as imagens recolhidas pelo
Espírito, no curso de seus inumeráveis aprendizados, dentro da vida. Cada existência
de nossa alma, em determinada expressão da forma, é uma adição de experiência,
conservada em prodigioso arquivo de imagens que, em se superpondo umas às
outras, jamais se confundem. (ETC, 12) Que
é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia
para encontrar de novo as ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que
se foram? Esse
álbum tem marcas nos pontos capitais. De alguns fatos o indivíduo imediatamente
se recorda; para recordar-se de outros, é-lhe necessário folhear por longo
tempo o álbum.(OP) A
memória é como um livro! Aquele em que lemos algumas passagens facilmente
no-las apresenta aos olhos; as folhas virgens ou raramente perlustradas têm que
ser folheadas uma a uma, para que consigamos reconstituir um fato sobre o qual
pouco tenhamos demorado a atenção. Quando o Espírito encarnado se lembra,
sua memória lhe apresenta, de certo modo, a fotografia do fato que ele procura.
A memória
é um disco vivo e milagroso. Fotografa as
imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos. Por intermédio
dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos.
(LI, 11)
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