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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

ONDE VOCÊ ESTÁ E KARDEC - HOJE E SEMPRE 367


-“Ensina o Espiritismo que os Espíritos constituem a população invisível do Globo, estão no espaço e entre nós, vendo-nos e nos acotovelando incessantemente, de tal sorte que, quando nos julgamos sós, constantemente temos testemunhas secretas de nossas ações e de nossos pensamentos”. Assim começa Allan Kardec o artigo com que abriu a edição de maio de 1867 da REVISTA ESPÍRITA. Concluindo o primeiro parágrafo acrescenta que “isto pode parecer aborrecido a certas pessoas, mas desde que assim é, não se pode impedir que assim seja. Cabe a cada um fazer como o sábio que não teria medo que sua casa fosse de vidro. Sem nenhuma dívida é a esta causa que se deve atribuir a revelação de tantas torpezas e mal feitos que se pensava enterrados na sombra”. Pela importância do assunto nestes tempos em que as pessoas seguem mentalmente vulneráveis pelo alheamento e distância das questões espirituais, com uma atividade mental exposta a imagens e mensagens visual, auditiva e sensorialmente perturbadora, destacamos alguns pontos para sua reflexão. 1- Sabemos que, numa reunião, além dos assistentes corporais, há sempre auditores invisíveis; que sendo a permeabilidade uma das propriedades do organismo dos Espíritos, estes podem achar-se em número ilimitado num dado espaço. Muitas vezes nos foi dito que em certas sessões eram em quantidades inumeráveis. Na explicação a propósito das comunicações coletivas, foi dito que o número dos Espíritos presentes era tão grande, que a atmosfera estava por assim dizer, saturada de seus fluidos. 2- Sabe-se que os fluidos que emanam dos Espíritos são mais ou menos salutares, conforme seu grau de depuração. Conhece-se o seu poder curativo em certos casos e, também, seu efeitos mórbidos de indivíduo a indivíduo. Ora, desde que o ar pode ser saturado desses fluidos, não é evidente que, conforme a natureza dos Espíritos que abundam em determinado lugar, o ar ambiente se ache carregado de elementos salutares ou malsãos, que devem exercer influências sobre a saúde física, fica assim como sobre a saúde moral? Quando se pensa na energia da ação que um Espíritos pode exercer sobre um homem, é de admirar-se da que deve resultar de uma aglomeração de centenas ou de milhares de Espíritos? Esta ação será boa ou má conforme os Espíritos derramem num dado meio um fluido benéfico ou maléfico, agindo à maneira das emanações fortificantes ou dos miasmas deletérios que se espalham no ar. Assim se podem explicar certos efeitos coletivos, produzidos sobre massas de indivíduos, o sentimento de bem estar ou de mal estar, que se experimenta em certos meios, e que não tem nenhuma causa aparente conhecida, o entusiasmo ou o desencorajamento por vezes a espécie de vertigem que se apodera de toda uma assembleia, de toda uma cidade, mesmo de todo um povo.  3 – Em razão do seu grau de sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera viciada ou vivificante. Por este fato, que parece fora de dúvida e que, ao mesmo tempo a teoria e a experiência, achamos nas relações do Mundo Espiritual com o Mundo Corporal, um novo princípio de higiene, que, sem dúvida, um dia a ciência fará entrar em linha de conta. 4 – Podemos então subtrair-nos a essa influência que emanam de uma fonte inacessível aos meios materiais? Se dúvida nenhuma(...)  Esse meio ressalta da própria causa que produz o mal. Que se faz quando se reconhece que um alimento é nocivo à saúde? Rejeita-se-o, substituindo-o por um alimento mais são. Desde que são maus pensamentos que enquadram os maus fluidos e os atraem, há que se esforçar para só ter os bons, repelir tudo o que é mau, como se repele um alimento que nos torna doentes: numa palavra, trabalhar por seu melhoramento moral e, para nos servirmos de uma comparação do Evangelho, “não só limpar o vaso por fora, mas, sobretudo, limpá-lo por dentro”.









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