Embora
o termo seja proposto por Allan Kardec, na verdade, ele se refere a
conhecimentos acessados por várias Civilizações antigas. O Codificador pondera que
“o
perispírito representa importantíssimo papel no organismo e numa multidão de
doenças, que se ligam à Fisiologia, assim como à Psicologia”. (RE; 1867) Considera que “o Espiritismo experimental estudou as
propriedades dos fluidos espirituais e a ação deles sobre a matéria. Demonstrou
a existência do perispírito, suspeitado desde a Antiguidade e designado por São
Paulo sob o nome de corpo espiritual, isto é, corpo fluídico da alma, depois da
destruição do corpo tangível”. (RE; 1867) E preconiza: - O estudo das propriedades do perispírito,
dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma abre novos
horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos
até então, por falta de conhecimento da lei que os rege. (RE; 1867) Sigamos, então algumas informações uteis
para nossas reflexões:O que é perispirito? Pela sua essência espiritual,
o Espírito é um Ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a
matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico,
o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É
semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à
Espiritualidade pela sua natureza etérea. Esse
envoltório, denominado perispírito, faz de um Ser abstrato, do Espírito, um Ser
concreto, definido, apreensível pelo pensamento. Sua substância é haurida do
fluido universal ou cósmico, que o forma e alimenta, como o ar forma e alimenta
o corpo material do homem. O perispírito é mais ou menos etéreo,
conforme os mundos e o grau de depuração do Espírito. Nos mundos e nos Espíritos inferiores,
ele é de natureza mais grosseira e se aproxima muito da matéria bruta. Durante a encarnação, o Espírito conserva o seu
perispírito, sendo-lhe o corpo apenas um segundo envoltório mais grosseiro,
mais resistente, apropriado aos fenômenos a que tem de prestar-se e do qual o
Espírito se despoja por ocasião da morte. (OP) Qual sua finalidade? O perispírito serve
de intermediário ao Espírito e ao corpo. É o órgão de transmissão de todas as
sensações. Relativamente às que vêm do exterior,
pode-se dizer que o corpo recebe a impressão; o perispírito a transmite ao
Espírito, que é o Ser sensível e inteligente, que a recebe. Quando o ato é de iniciativa do Espírito, pode
dizer-se que o Espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa. O perispírito não se acha encerrado nos limites do
corpo, como numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele é expansível, irradia
para o exterior e forma, em torno do corpo, uma espécie de atmosfera (aura) que
o pensamento e a força da vontade podem dilatar mais ou menos. Daí se segue
que pessoas há que, sem estarem em contato corporal, podem achar-se em contato
pelos seus perispíritos e permutar sem perceberem impressões e, algumas vezes,
pensamentos, por meio da intuição. Sendo um dos
elementos constitutivos do homem, o perispírito desempenha importante papel em
todos os fenômenos psicológicos e, até certo ponto, nos fenômenos fisiológicos
e patológicos. Quando
as ciências médicas tiverem na devida conta o elemento espiritual na economia
do Ser, terão dado grande passo e horizontes inteiramente novos se lhes
patentearão. As causas de muitas moléstias serão a esse tempo descobertas e
encontrados poderosos meios de combatê-las.
(OP) Propondo a existência do corpo espiritual ou
perispírito, o Espiritismo está inovando? O corpo espiritual ou fluídico da alma,
que o Espiritismo denomina perispírito foi suspeitado em todas as épocas,
porque os hindus já lhe chamavam Linga Sharira; os hebreus, Néphesph; os
egípcios, Ka ou Baï; os gregos, Ochéma; Pitágoras, o carro sutil da alma ou Eïdolon; Paulo de Tarso, corpo espiritual;
o filósofo Cudworth, o mediador plástico; e os ocultistas, o corpo astral. Esse duplo do
organismo foi assinalado pelos denominados sonâmbulos das experiências do
médico austríaco Franz Anton Mesmer – o pai do magnetismo animal ou fluido
elétrico animalizado - que o viram sair do corpo material no momento da morte,
ou desprender-se de si próprios, quando eles se exteriorizavam. É esse
princípio intermediário entre o Espírito e a matéria que individualiza a alma;
permite àquele conservar a consciência e a lembrança depois da morte, do mesmo
modo que, durante a vida, mantém o tipo corporal, o entretém e o repara durante
toda a existência (R;GD)
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