Doenças: como, com
base nas revelações espíritas, entende-las? A maioria das
doenças, como todas as misérias humanas, são expiações do presente ou do
passado, ou provas para o futuro; são dívidas contraídas, cujas consequências
devem ser sofridas, até que tenham sido saldadas. Aquele, pois, que deve
suportar sua provação até o fim não pode ser curado. São inerentes à grosseria da nossa natureza
material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de
toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições nocivas,
frequentemente transmissíveis pela hereditariedade. (RE, 1868) A doença não seria
apenas um reflexo da condição mental inferior dos Espíritos na condição humana
constituindo-se desse modo numa necessidade no processo evolutivo? Cada qual de nós renasce na Terra a exprimir na matéria densa o
patrimônio de bens ou males que incorporamos aos tecidos sutis da alma. A
patogenia, na essência, envolve estudos que remontam ao corpo espiritual, para
que não seja um quadro de conclusões falhas ou de todo irreais. (ETC, 10) Milhares de pessoas
registram doenças de variados matizes e com elas se adaptam para mais segura
acomodação com o menor esforço. Dizem-se
prejudicadas e inquietas, todavia, quando se lhes subtrai a moléstia de que se
fazem portadoras, sentem-se vazias e padecentes, provocando sintomas e
impressões com que evocam as enfermidades a se exprimirem, de novo, em
diferentes manifestações, auxiliando-as a cultivar a posição de vítimas, na
qual se comprazem. Isso acontece na
maioria dos fenômenos de obsessão. Encarnados
e desencarnados se prendem uns aos outros, sob vigorosa fascinação mútua, até
que o centro da vida mental se lhes altere. É por esse motivo que, em muitas ocasiões, as
dores maiores são chamadas a funcionar sobre as dores menores, com o objetivo
de acordar as almas viciadas nesse gênero de trocas inferiores.
(NDM, 14) E as chamadas doenças de nascença? Doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a
possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a
imbecilidade, entre outras (...), são efeitos que devem ter uma causa, em
virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a
existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre
anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a
uma existência precedente. (ESE, 5, 6) Saindo do campo filosófico,
como entender a etiologia das doenças? O homem é um composto de
três princípios essenciais: o Espírito, o perispírito e o corpo. (...) Se,
pois, temos três princípios frente a frente, esses três princípios devem reagir
um sobre o outro, e seguir-se-á a saúde ou a doença, conforme haja entre eles
harmonia perfeita ou discordância parcial. (...) Se, enfim, a doença procede da
mente, o Espírito, o perispírito e o corpo, mantidos sob sua dependência, serão
entravados em suas funções, e nem será cuidando de um nem de outro que se fará
desaparecer a causa. (RE;1867) Abordando o tema suicídio, o Espiritismo o vincula a efeitos ou
repercussões não só no retorno e permanência do Espírito no Mundo Invisível,
mas a encarnações posteriores. É possível ter-se uma ideia de doenças derivadas
do suicídio cometido? No suicídio intencional, sem as atenuantes da moléstia ou da
ignorância, há que se considerar não somente o problema da infração ante as
Leis Divinas, mas também o ato de violência que a criatura comete contra si
mesma, através da premeditação mais profunda, com remorso mais amplo.
Atormentada de dor, a consciência desperta no nível de sombra a que se
precipitou, suportando compulsoriamente as companhias que elegeu para si
própria, pelo tempo indispensável à justa renovação. Contudo, os resultados não
se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo, porque surgem os
desequilíbrios consequentes nas sinergias do corpo espiritual, com impositivos
de reajuste em existências próximas. É assim que após determinado tempo de
reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da Terra, os suicidas são
habitualmente reinternados no Plano Carnal, em regime de hospitalização na cela
física, que lhes reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e
inibições. (Lembrando que cada caso é um caso, algumas associações que podem
demonstrar essas correlações): 1-doenças do aparelho digestivo, do sangue e disfunções
endocrínas, tanto quanto outros males de etiologia obscura - Os que se
envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram. 2- ictiose ou pênfigo - os que incendiaram a
própria carne. 3- processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do
enfisema ou dos cistos pulmonares - os que se asfixiaram, seja no leito das
águas ou nas correntes de gás 4-
distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia
cerebral infantil - os que se enforcaram. 5- desarmonias da mesma espécie,
notadamente as que se relacionam com o cretinismo - estilhaçaram o crânio ou
deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras. 6 - distrofia muscular
progressiva ou da osteíte difusa - os que se atiraram de grande altura,
enquadrando se entre eles, o nanismo derivado das lesões causadas no corpo
espiritual que vão interferir no próximo corpo, prejudicando particularmente a
produção de hormônios, daí a formação do corpo anão, e as diversas formas de
nanismo, mais ou menos graves, segundo o comprometimento do Espírito.
7-orgânicas derivadas correspondendo a diversas calamidades congênitas, inclusive
a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura - suicídio,
direto ou indireto. (RE, 62)
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