O tema suicídio deve ser
recorrente na busca de desenvolver-se meios de preveni-lo. Afinal, como
demonstrado por milhares de depoimentos de Espíritos que passaram por nossa
Dimensão e já se certificaram que a razão de nossa curta existência no dito
Plano Material é o trabalho de Evolução Individual. Na sequência, apresentamos
três questões que podem clarear o entendimento de muitas pessoas. A revelação sobre a origem das causas das tribulações da vida
oferecida pelo Espiritismo pode evitar a predisposição ao suicídio? As tribulações da vida são, ao mesmo tempo,
expiações de faltas de vidas passadas e provas para o futuro. O próprio
Espírito as escolhe, visando ao seu adiantamento; mas pode acontecer que, uma
vez na obra, ache muito pesada a carga e recue na sua execução; é, então, que
recorre ao suicídio, o que o retarda, ao invés de o fazer avançar. Acontece ainda
que um Espírito se suicidou em precedente encarnação e, como expiação, é-lhe
imposto na seguinte lutar contra a tendência do suicídio. Se sair
vitorioso, progride; se sucumbir, terá de recomeçar uma vida talvez mais penosa
ainda que a precedente e, assim, deverá lutar até que haja triunfado, pois toda
recompensa na outra vida é fruto de uma vitória, e quem diz vitória diz luta. O espírita
haure, pois, na certeza que ele tem deste estado de coisas, uma força de
perseverança que nenhuma outra filosofia lhe poderia dar. O desenvolvimento da
certeza das vidas sucessivas constrói uma fé sólida? Certo de viver
depois da morte, e de viver muito mais tempo do que na Terra, é muito natural
que pense em ser ali o mais feliz possível; além disso, certo de lá ser infeliz
se não fizer o bem, ou mesmo se, não fazendo o mal, nada faz, compreende a
necessidade de uma ocupação, o melhor preservativo contra a hipocondria (medo
excessivo de estar doente). Com a certeza do futuro, tem um
objetivo; com a dúvida, não o tem. É tomado pelo tédio e acaba com a vida
porque nada mais espera. Que nos permitam uma comparação um
pouco trivial, mas à qual não falta analogia: Um homem passou uma hora assistindo a
um espetáculo. Se pensa que a peça acabou, levanta-se e sai; mas se souber que
ainda vão representar coisa melhor e mais longa do que o que viu, ficará, mesmo
que no pior lugar. A espera do melhor nele vencerá a fadiga. As mesmas causas
que levam ao suicídio também provocam a insanidade. O remédio de um é o remédio da outra. Infelizmente,
enquanto a Medicina só levar em conta o elemento material, privar-se-á de todas
as luzes que lhe traria o elemento espiritual, o qual representa papel tão
ativo num grande número de afecções. As
revelações do Espiritismo constituem-se num preventivo ao suicídio que,
conforme outras religiões, impõem Penas Eternas aos praticantes? O
Espiritismo mostra os próprios suicidas vindo explicar a sua posição infeliz,
mas com uma diferença: as penas variam de acordo com as circunstâncias
agravantes ou atenuantes, o que é mais conforme à Justiça de Deus; que, em vez
de serem uniformes, são a consequência muito natural da causa que provocou a
falta, o que não se pode deixar de aí ver uma soberana Justiça, distribuída com
equidade. Entre
os suicidas uns há cujo sofrimento, não obstante temporário, nem por isso é
menos terrível e capaz de fazer refletir a quem quer que se sinta tentado a
partir daqui antes da ordem de Deus. O espírita tem, assim, como contrapeso
ao pensamento do suicídio vários motivos: a certeza de uma vida futura, na qual
sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e resignado tiver sido na
Terra; a certeza de que, abreviando a vida, chega a um resultado inteiramente
oposto ao que esperava; que se liberta de um mal para cair noutro pior, mais
longo e mais terrível; que não poderá rever no outro mundo os objetos de suas
afeições, aos quais queria unir-se.
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