faça sua pesquisa

sábado, 11 de janeiro de 2020

TRANSTORNOS E DESARMONIAS


A Doutrina Espírita revela que a cada encarnação iniciada, a individualidade que o Espírito é reveste-se de nova Personalidade organizada paulatinamente a partir da identidade e influências do meio em que ressurge, acrescida, a partir de certo momento, de elementos migrados do inconsciente profundo dentro dos programas previstos para que o trabalho da Evolução se encaminhe.  Do Seminário TRANSTORNOS OBSESSIVOS E PSIQUIATRICOS – as respostas que o Espiritismo dá, destacamos duas questões para nossas reflexões. 1- Segundo a definição clássica, os Transtornos de Personalidade são distúrbios do comportamento manifestados em graus diferentes, mais ou menos padronizados, em função dos mecanismos de reação e defesa que os indivíduos apresentam frente às estimulações ambientais. Por sua vez, o Espiritismo afirma existirem processos de perturbação em níveis que variam da Obsessão simples à fascinação e, desta, à subjugação - a antiga possessão -, a qual pode envolver não apenas um indivíduo, mas, vários simultaneamente na denominada obsessão coletiva. É realmente possível?  Estando provados alguns casos isolados de obsessão física ou de subjugação, fácil é compreender que, semelhante a uma nuvem de gafanhotos, um bando de Espíritos malfazejos pode lançar-se sobre um certo número de indivíduos, deles se apoderar e produzir uma espécie de epidemia moral.  A ignorância, a fraqueza das faculdades, a ausência de cultura intelectual naturalmente lhes facultam maior influência.  É por isso que eles prejudicam, de preferência, certas classes, embora as pessoas inteligentes e instruídas nem sempre estejam isentas.  Foi provavelmente uma epidemia desse gênero que imperou no tempo do Cristo, tantas vezes mencionada no Evangelho.  Mas por que só a sua palavra bastava para expulsar os chamados demônios? Isto prova que o mal não podia ser curado senão por uma influência moral.  Ora, quem pode negar a influência moral do Cristo?  E quando emprega-se o exorcismo, que é uma espécie de remédio moral, e nada se obtém?  Se nada produziu é que o remédio nada vale e que se deve buscar outro: isto é evidente.  Estudai o Espiritismo e compreendereis a razão.  Somente o Espiritismo, assinalando a verdadeira causa do mal, pode dar os meios de combater os flagelos dessa natureza.  Mas quando dizemos para estudá-lo, entendemos por isto um estudo sério, e não na esperança de nele encontrar uma receita banal, para uso do primeiro que aparecer. (RE,3/1862) Impulsos e compulsões censurados pela consciência resultam em desarmonias ou distúrbios emocionais que podem levar à insanidade em vários níveis. No que se refere aos Espíritos que evoluem no Planeta Terra haverá algo que possa ser apontado como dominante?  No exame das causas da loucura, entre individualidades, sejam encarnadas, sejam ausentes da carne, a ignorância quanto à conduta sexual é dos fatores mais decisivos, escravizando milhões de criaturas. Inútil é supor que a morte física ofereça solução pacífica aos espíritos em extremo desequilíbrio, que entregam o corpo aos desregramentos passionais.  A loucura em que se debatem não procede de simples modificações do cérebro: dimana da desassociação dos centros perispiríticos, o que exige longos períodos de reparação. Nenhuma exteriorização do instinto sexual na Terra, qualquer que seja a sua forma de expressão, será destruída, senão transmudada no estado de sublimação.  Com bases nas experiências sexuais, a tribo converteu-se na família, a taba metamorfoseou-se no lar, a defesa armada cedeu ao direito, a floresta selvagem transformou-se na lavoura pacífica, a heterogeneidade dos impulsos nas imensas extensões de território abriu campo à comunhão dos ideais na pátria progressista, a barbárie ergueu-se em civilização, os processos rudes da atração transubstanciaram-se nos anseios artísticos que dignificam o Ser, o grito elevou-se ao cântico e, estimulada pela força criadora do sexo, a coletividade humana avança, vagarosamente embora, para o supremo alvo do Divino Amor. Da espontânea manifestação brutal dos sentidos menos elevados a alma transita para gloriosa iniciação. Desejo, posse, simpatia, carinho, devotamento, renúncia, sacrifício, constituem aspectos dessa jornada sublimadora.  Por vezes, a criatura demora-se anos, séculos, existências diversas de uma estação a outra. Raras individualidades conseguem manter-se no posto da simpatia, com o equilíbrio indispensável. Muito poucas atravessam a província da posse sem duelos cruéis com os monstros do egoísmo e do ciúme, aos quais se entregam desvairadamente. Reduzido número percorre os departamentos do carinho sem se algemarem, por largo trecho, aos gnomos do exclusivismo. Devidos à incompreensão sexual, incontáveis crimes campeiam na Terra, determinando estranhos e perigosos processos de loucura, em toda parte. desgalgaram até ao fundo do abismo, amargurados e vencidos. Milhões de irmãos nossos se conservam semiloucos nos lares ou nas instituições; são os companheiros incapazes do devotamento e da renúncia, a submergirem, pouco a pouco, no caliginoso tijuco das alucinações...  De mente desvairada, fixa no socavão da subconsciência, perdem-se no campo dos automatismos inferiores, obstinando-se no conservarem deprimentes estados psíquicos.  O ciúme, a insatisfação, o desentendimento, a incontinência e a leviandade alastram terríveis fenômenos de desequilíbrio. (NMM,11)
































Nenhum comentário:

Postar um comentário