Natural que
frequentadores de Centros Espíritas tentem imaginar o que ocorre no lado
invisível das reuniões. Vasculhando trabalhos vertidos do Plano Invisível
através da mediunidade encontramos algumas informações capazes de auxiliar na formulação
de imagens que nos auxiliem a entender como é o que não se vê. A primeira delas
vem de EFIGÊNIO S. VITOR (INSTRUÇÕES PSICOFONICAS, feb) um ativo trabalhador na seara
espírita na cidade de Belo Horizonte (MG), desencarnado em 1953. Como qualquer
outro alimentava a mesma curiosidade e meses depois de sua morte física
manifestou-se através de Chico Xavier para revelar suas surpresas. Segundo ele, “em
toda parte onde tenhamos uma agremiação de pessoas com fins determinados, existe na atmosfera ambiente um centro mental definido, para o qual convergem
todos os pensamentos. Esse centro abrange
vasto reservatório de plasma sutilíssimo”. No caso específico das atividades de
tratamento espiritual denominada desobsessão, segundo ele, “a reunião está
garantida por três faixas magnéticas protetoras.
A primeira guarda a assembleia
constituída e aqueles desencarnados que se lhes conjugam à tarefa da noite. A segunda faixa encerra um círculo maior,
no qual se aglomeram algumas dezenas de companheiros daqui, ainda em posição de
necessidade, à cata de socorro e esclarecimento. A terceira, mais vasta, circunda o
edifício, com a vigilância de sentinelas eficientes, porque, além dela, temos
uma turba compacta — a turba dos irmãos que ainda não podem partilhar, de
maneira mais íntima, o nosso esforço no aprendizado evangélico. Essa multidão
assemelha-se à que vemos, frequentemente, diante dos templos católicos,
espíritas ou protestantes com incapacidade provisória de participação no culto
da fé. Bem junto à direção de nossas atividades, está reunida grande parte da equipe de funcionários espirituais que nos preservam
as linhas magnéticas defensivas. À frente da
mesa orientadora, congregam-se os companheiros em luta a que nos referimos. E
em contraposição com a porta de acesso ao recinto, dispomos em ação de dois
gabinetes, com leitos de socorro, nos quais se alonga o serviço assistencial.
Entre os dois, instala-se grande rede eletrônica de contenção, destinada ao
amparo e controle dos desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que é
um exemplar das muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna
no tratamento pelo eletrochoque. E assim organiza-se nossa casa para
desenvolver a obra fraterna em que se empenha, a favor dos companheiros que não
encontraram, depois da morte, senão as suas próprias perturbações”. No mesmo ano
de 1954, André Luiz apresenta outra obra da série hoje conhecida como NOSSO LAR, em que apresentará o Instrutor Áulus
explicando as atividades NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb). No capítulo 16, relata: - Eram quase vinte horas, quando estacamos a
frente de sóbrio edifício, ladeado por vários veículos. Muita gente ia e vinha.
Desencarnados, em grande cópia, congregavam-se no recinto e fora dele. Vigilantes
de nosso Plano estendiam-se, atenciosos, impedindo o acesso de Espíritos impenitentes
ou escarnecedores. Variados grupos de pessoas ganhavam ingresso à intimidade da
casa, mas no pórtico experimentavam a separação de certos Espíritos que as
seguiam, Espíritos que não eram simples curiosos ou sofredores, mas
blasfemadores e renitentes no mal. Esses casos, porém, constituíam exceção,
porque em maioria o séquito de irmãos desencarnados se formava de gente
agoniada e enferma, tão necessitada de socorro fraterno como os doentes e
aflitos que passavam a acompanhar. Entramos. Grande mesa, ao centro de vasta
sala, encontrava-se rodeada de largo cordão luminoso, de isolamento. Em
derredor, reservava-se ampla área, onde se acomodavam quantos careciam de
assistência, encarnados ou não, área essa que se mostrava igualmente protegida
por faixas de defesa magnética, sob o cuidado cauteloso de guardas pertencentes
à nossa esfera de ação. Noutro momento da obra, em visita a outra
instituição, buscando o espaço reservado aos trabalhos de assistência aos
Espíritos desencarnados, o autor observa ser um “grupo de dez companheiros encarnados, pequeno
conjunto, a serviço de uma instituição consagrada ao nosso ideal
cristianizante. Atravessa largo recinto,
em que estacionavam numerosas entidades menos felizes de nosso Plano, representando
o salão consagrado aos ensinamentos públicos. Em dado
momento tendo sido aberta a porta do recinto dos encarnados para dois retardatários, ‘um colaborador do Plano Invisivel franqueou acesso a numerosas
entidades sofredoras e perturbadas, que se postaram, diante da assembleia,
formando legião. Segundo ele, se aglomeravam, em
derredor dos amigos encarnados em prece, quais mariposas Inconscientes,
rodeando grande luz. Bulhentas, proferindo frases desconexas ou exclamações
menos edificantes, entretanto, logo que atingidas pelas
emanações espirituais do grupo, emudeciam de pronto, qual se
fossem contidas por forças que elas próprias não conseguiam perceber. O Benfeitor que guiava André Luiz na visita
explicou: – São almas em turvação mental, que acompanham parentes, amigos ou desafetos
às reuniões públicas da Instituição, e que se desligam deles quando os encarnados se deixam renovar
pelas ideias salvadoras, expressas na palavra dos
que veiculam o ensinamento doutrinário. Modificado o centro mental daqueles que
habitualmente vampirizam, essas entidades veem-se como que despejadas de casa,
porquanto, alterada a elaboração do pensamento
naqueles a quem se afeiçoam, experimentam súbitas reviravoltas nas posições em
que falsamente se equilibram. Algumas delas,
rebeladas, fogem dos templos de oração como este, detestando-lhes
temporariamente os serviços e armando novas perseguições às suas vítimas, que
procuram até o reencontro; contudo, outras, de algum modo tocadas pelas lições
ouvidas, demoram-se no local das predicações, em ansiosa expectativa, famintas
de maior esclarecimento.
Nosso companheiro
Maris colheu e nos trouxe a seguinte questão: “Diante do panorama político mundial em que nos
encontramos hoje, com o terrorismo de um lado e experiências nucleares de
outro, será que estamos próximos de uma guerra nuclear? E, se houver, o que
será da Humanidade?”
A
questão que o Maris nos trouxe enseja algum comentário à luz do Espiritismo.
N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS encontramos o tema que tem relação direta com esta
questão. Trata-se do questionamento que Kardec fez sobre a guerra, questões 742
a 745. Os Espíritos disseram que a guerra é uma manifestação instintiva do
homem. Ela o reporta à sua fase animal, quando as diferenças são resolvidas
mediante violência e morte. Por isso mesmo, a história da humanidade é praticamente
uma história de guerras e conflitos de interesse.
Sempre houve guerras entre os diferentes grupos e nações, porque cada um
lutava pelo seu próprio interesse, principalmente quando se tratava de
interesses políticos e econômicos. O
econômico se refere à disputa de riquezas e o político à luta pelo poder. Hoje,
século XXI, depois da maior guerra da história nos meados do século passado,
não podemos negar que houve um grande avanço para a conscientização geral pela
busca da paz, mas assim mesmo permanecem alguns focos de conflito que, de vez
em quando são acendidos, comprometendo a paz geral.
O mal
é como uma doença insidiosa; é sempre difícil de extirpar. Precisamos
reconhecer que não vai ser fácil acabar com a guerra no planeta, pois, de uma
maneira geral, nós humanidade, ainda não percebemos que os interesses espirituais
devem prevalecer sobre os interesses materiais. Explicando melhor: enquanto alguns
países procuram dar mais conforto ao seu povo ( e até mesmo excesso de
conforto), outros povos vivem na miséria e na ignorância. Ainda não conseguimos
unir as nações em torno de um ideal superior para acabar com a pobreza e o
analfabetismo na Terra.
Desse
modo, ainda existem grandes diferenças sociais no mundo, diferenças que dão mais
poder aos poderosos, os quais se mantêm cada vez mais distantes dos pequenos. Além
disso, dentro de uma mesma nação existem dominadores e dominados. Tal situação,
como sempre aconteceu, cria um estado de animosidade e de desconfiança cada vez
maior entre as nações e dentro de cada nação, fomentando discórdias,
alimentando a revolta e estimulando os conflitos. Segundo Jesus, Buda e outros grandes mestres
da humanidade, não se alcança um estado de paz, sem a ação consciente do bem.
Logo,
não sabemos o que está para acontecer em relação à paz mundial, mas sabemos
que, enquanto o ser humano mantiver a mesma postura de egoísmo e orgulho, alimentando
preconceitos e provocando diferenças significativas entre os homens, haverá
perigo de guerra que, certamente, poderá ter consequências imprevisíveis. Certa
vez, logo após a 2ª. Guerra Mundial, que deixou um saldo de mais de 60 milhões
de mortos e muita destruição, perguntaram à Einstein (um dos maiores cientistas
de todos os tempos), como seria a 3ª. Guerra, se viesse acontecer.
Einstein respondeu que sobre a 3ª. Guerra
ele não tinha muito a dizer, mas a 4ª. Guerra - ele tinha certeza - seria a pauladas, referindo-se naturalmente ao
fato de que um conflito nuclear, com as poderosíssimas armas de que o homem já
podia dispor, destruiria quase que totalmente a humanidade e todo o seu
patrimônio material, trazendo o homem novamente ao estado do homem primitivo,
ou seja, fazendo com que a humanidade tivesse que começar tudo de novo.
É
claro que não podemos ficar de braços cruzados. O homem de bem deve procurar se
impor pela sua conduta, pela sua força moral, ocupando inclusive lideranças capazes
de estimular os valores morais em favor da humanidade como um todo. Ainda há
muita gente interessada na guerra e na divisão. Por isso mesmo é necessário que
a população, de um modo geral, busque apoio nos políticos que já puderam dar
bons exemplos tanto na vida pública e quanto na vida privada, a fim de que se
façam legítimos representantes da sociedade.
Por
outro lado, não podemos esquecer que a chamada “guerra fria” que antecedeu a
fase atual e que colocava em confronto os interesses de duas grandes potências,
os Estados Unidos e a União Soviética, começou na década de 1940 e veio até
1990, deixando o mundo todo numa expectativa de uma guerra nuclear eminente. No
entanto, esta guerra não aconteceu, pois os entendimentos (bem ou mal
resolvidos) aconteceram na área diplomática. Desse modo, esperamos que o mesmo
se dê neste momento em relação às controvérsias que ainda vigoram no cenário
político internacional.
Do
ponto de vista espírita, cabe ao homem conduzir o Planeta ao futuro e isso
dependerá de seu discernimento e de sua habilidade. A esperança é que novas lideranças surjam no
mundo para ajudá-lo na sustentação da paz. A verdade é que, infelizmente, por
causa de nossa teimosia em permanecer apegados aos valores materiais, tenhamos
que sofrer o impacto de grandes calamidades que poderão abater sobre o Planeta,
para nos despertar para os verdadeiros valores da vida.
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