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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

CAMADAS ESPIRITUAIS; MEMÓRIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




   O companheiro e colaborador Antonio Cuco, levantou uma questão interessante e que comporta algum esclarecimento. Ele questionou  sobre a denominação correta que se deve dar ao médium, quando ele está transmitindo uma mensagem espiritual, seja essa mensagem falada ou escrita. Ele quer saber por que o termo “médium incorporado” não é muito aceito no meio espírita, conforme tem lido em alguns comentários.
 Desde a obra de Allan Kardec, no início da doutrina, sabemos que um Espírito desencarnado jamais poderá ocupar o mesmo corpo do encarnado – ou seja, o Espírito não se apropria do corpo do médium -  pois cada corpo é produto de um único e exclusivo Espírito, que ali se encontra desde os primeiros momentos da concepção no ventre materno. A ligação entre corpo e espírito é sutil e, de acordo com as informações de André Luiz e outros orientadores espirituais, o corpo está ligado ao espírito célula por célula, razão pela qual dissemos que o corpo é construção exclusiva do Espírito.
 O que acontece no fenômeno mediúnico, sobretudo o de psicofonia ( quando a mensagem é transmitida pela fala do médium) e de psicografia ( quando a mensagem é transmitida pela escrita do médium) é uma conexão mental; quer dizer: a mente do Espírito se conecta com a mente do médium, e é o cérebro do médium que, mediante os sinais captados do Espírito, é que vai realizar o restante do trabalho, falar ou escrever.
 Segundo uma interessante descrição de André Luiz, no livro SEXO E DESTINO, quando a relação do encarnado com o desencarnado já se tornou muito íntima, há como uma superposição do períspirito do Espírito sobre o períspirito do médium. Mas devemos considerar que o períspirito não é constituído da mesma matéria do corpo, o que acontece é tão somente uma projeção mental de um sobre o outro, sem que o espírito do encarnado tenha que dar lugar ao desencarnado.
 Aliás, o espírito só se desliga do corpo quando este morre, transformando-se num cadáver. Não havendo mais possibilidade de vida, pois que a morte é um processo irreversível, os laços perispirituais (que une espírito e corpo) se desfazem até que o Espírito possa se libertar, o que pode durar horas e até dias. Mesmo assim – ou seja, mesmo que o corpo já esteja morto – nenhum outro Espírito poderá assumi-lo, pois o corpo em relação ao espírito é descartável;  se ele morre, não servirá mais para abrigar vida espiritual, nem do espírito que o habitou e nem de nenhum outro.
 Por causa dessa realidade, Cuco, é que a palavra “incorporação” não é adequada para designar um fenômeno de psicofonia ou de psicografia, pois, na verdade, não há incorporação do Espírito comunicante (ou seja, o Espírito comunicante não entra no corpo do médium), mas apenas transmissão mento-cerebral da mensagem, pois o funcionamento dos centros nervosos da fala e da escrita, que estão situados no cérebro, depende da atuação do Espírito.
 N’O LIVRO DOS MÉDIUNS, ao tratar da obsessão dos médiuns, Allan Kardec classifica esse fenômeno em três tipos: obsessão simples, fascinação e subjugação. A obsessão simples é a mais leve e muitas vezes imperceptível, enquanto que a subjugação (outrora chamada de possessão) é a mais pesada, pois o encarnado se transforma completamente e passa a agir de forma descontrolada, sem condições de comandar seus movimentos.
 As religiões em geral consideram esse estranho e impactante fenômeno como possessão demoníaca, pois acham que a pessoa está totalmente tomada por uma força diabólica irresistível. A impressão, que se tem, é que são mãos vigorosas que constrangem o corpo do encarnado. Todavia  para o Espiritismo, o domínio é apenas mental e é o próprio encarnado que dominado, se vê estimulado a  produzir forças físicas, capazes de causar desordens e até incêndio no local.


















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