faça sua pesquisa

sábado, 22 de fevereiro de 2020

CONFLITOS FAMILIARES; PENSAMENTO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR





 Questão levantada em grupo de estudos é a seguinte: “Entendo que o sofrimento das pessoas decorrem dos erros que elas cometem. Mas no Espiritismo esse sofrimento não é Deus que causa em nós, não é castigo divino, como as religiões sempre afirmam. Então, porque nas obras de Kardec encontramos muitas vezes essa palavra “castigo”. Ela não está mal empregada?”
A primeira parte desta pergunta refere-se à forma como o Espiritismo trata a questão do sofrimento humano. Vamos encontrar esse tema no capítulo “Penas e Gozos Futuro” de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a partir da questão 958. Na questão 963, Kardec pergunta: “Deus se ocupa pessoalmente com cada homem? Ele não é muito grande e nós muito pequenos para que cada indivíduo em particular tenha alguma importância aos seus olhos? Resposta: “Deus se ocupa de todos os seres que criou, por menores que sejam; nada é muito pequeno para a sua bondade”. 
Na questão seguinte a pergunta de Kardec é mais específica: “Deus tem necessidade de se ocupar de cada um de nossos atos para nos recompensar ou nos punir? A maioria deles não são insignificantes para ele?”  E em seguida vem uma resposta na qual devemos pôr toda nossa atenção: “Deus tem suas leis que regulam nossas ações. Se as violais, a falta é vossa. Sem dúvida, quando um homem comete um excesso, Deus não pronuncia um julgamento contra ele para lhe dizer, por exemplo: “foste guloso e vou te punir”. Mas ele traçou um limite, as doenças e, frequentemente, a morte, são a consequência dos excessos, eis a punição. Ela (a punição) é o resultado da infração à lei. Assim em tudo.”
 Quando lemos O LIVRO DOS ESPÍRITOS e as demais obras fundamentais da doutrina, precisamos considerar que Kardec estava vivendo nos meados do século XIX, na França, um país eminentemente católico. Por outro lado, muitos dos conceitos que o Espiritismo vinha trazer se chocavam com as ideias religiosas que vigoravam há séculos e para as quais havia um vocabulário próprio, como é o caso do conceito de pecado, de castigo, de céu e inferno.  É para esse público, predominantemente católico, que as obras estavam se dirigindo.
  Desse modo, Kardec precisava mostrar as novas ideias, mas não podia usar uma linguagem muito diferente ou muito distante daquela que o povo compreendia. Aliás, suas obras eram destinadas ao povo em geral e não a uma classe de pessoas cultas. É assim que ele ainda se utiliza de muitos termos da religião tradicional -  como castigo, céu, inferno – mas com outro sentido. Para poder captar esse sentido o leitor precisa ler a obra toda e não interpretar as palavras de forma isolada, sem levar em consideração as ideias básicas.
 Além disso, é necessário considerar ainda que as respostas eram dados por Espíritos, a maioria dos quais, provindos do Catolicismo, como padres, bispos e arcebispos. Com certeza, depois de muitos séculos, eles ainda traziam no seu vocabulários muitos termos e expressões ligados á doutrina católica.  O importante é compreender que, para a Doutrina Espírita, não existe o tão famigerado “castigo de Deus” e que, portanto, quando sofremos nunca podemos atribuir a Deus a autoria de nosso sofrimento, mas somente a nós mesmos.


















Nenhum comentário:

Postar um comentário