Maria Lúcia Gonçalves, pergunta sobre as cruzes que comumente encontramos na beira de estradas e que assinalam a morte de pessoas por acidente naqueles locais. Ela quer saber se os Espíritos – que ali são homenageados com cruzes e flores, colocados pelos seus familiares, ficariam presos àqueles lugares e se poderiam, assim, contribuir para haver mais acidentes ainda.
As
cruzes e as flores colocadas nos locais de morte por acidente nas estradas,
Maria Lúcia, são expressões do pesar e da fé dos familiares dessas vítimas.
Acreditamos que o ato em si de assim proceder, tanto pode satisfazer o que se
foram (porque eles vão se sentir amados, quando conseguirem perceber a homenagem),
como também os que ficaram, pelo fato de poderem manifestar assim seus
sentimentos em relação aos entes queridos.
Geralmente as vítimas fatais de acidentes não
tomam consciência do que lhes aconteceu durante muito tempo, até que se refaçam
do impacto da brusca mudança. Por outro lado, Maria Lúcia, a religiosidade do
povo brasileiro, inspiradas nos dogmas da fé católica, incentiva de alguma
forma tais manifestações, da mesma maneira que os túmulos são visitados e
enfeitados nos cemitérios por grande parte da população em atos de afeto e
respeito pelos que se foram. Como dissemos, o ato em si pode servir tanto aos
desencarnados, como aos encarnados.
Se
existe algum problema espiritual, ele não está propriamente na homenagem, mas
na condição espiritual das vítimas. Pode acontecer de alguns Espíritos
permanecerem no local do acidente, muitas vezes presos aos seus despojos, pelo
fato de ainda não conseguirem se desapegar de valores materiais, dos lugares, mas, em nosso
entendimento, não por causa da homenagem em si. Além do mais, por que um
determinado Espírito, que foi vítima de um acidente, quereria provocar outros e
envolver outras pessoas?
É
claro que, eventualmente, isso poderia acontecer. Não podemos descartas essa
possibilidade. Todavia, mesmo assim, não dependerá somente dele, mas
principalmente das condições espirituais das pessoas que transitarem por aquela
estrada com seus veículos, pois os Espíritos não têm poderes mágicos (nem para
o mal, nem para o bem). No máximo, eles podem contribuir para algum acidente,
quando encontram as condições de perturbação nos encarnados.
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