“Sou mãe de uma jovem de 24 anos, que hoje age como minha rival. Ela não se dá comigo e por isso tenho dificuldade de amá-la como uma mãe deve amar a filha. Fiquei grávida muito jovem, tive vários relacionamentos e nunca soube quem é o seu pai. Precisei trabalhar muito cedo para sobreviver, de modo que foi minha mãe quem teve mais contato com ela. Hoje minha filha me odeia e acho que é por causa de sua condição e de não saber quem é o seu pai. Mas o Espiritismo diz que nada acontece por acaso, de modo que minha história de vida tem uma razão de ser. Será que um dia eu vou contar com o amor de minha filha?”
Acreditamos, cara mãe, que devem existir
muitos casos como o seu nesta época de grande transição social. Dentro do
conceito espírita nada acontece por acaso, pois tudo está submetido à lei de
causa e efeito. Como você não tem apenas uma vida, mas veio de experiências em
vidas anteriores, o relacionamento com sua filha pode ter causas tanto nesta
vida como em vidas passadas – ou melhor, deve ter causas anteriores e causas
atuais.
Nós todos estamos passando por uma jornada de
alguns anos na Terra, que não é a única, portanto. Mas é, sem dúvida, mais uma
oportunidade de nos reajustar às leis da vida, para que não venhamos a cometer
mais erros e a sofrer mais. Não sabemos
o que você sabe de Espiritismo, mas seria recomendável se aproximasse de um Centro
e se informasse.
Muitos
Centros Espíritas tem um serviço de atendimento fraterno, onde você poderia
conversar pessoalmente com alguém que vai tentar ajudá-la com uma orientação
espírita. A partir de então você poderá perceber se quer realmente dar uma
solução ao problema e por onde começar. Uma coisa é certa: não há solução
mágica para os problemas humanos, mas há sempre um melhor caminho que pode levar
à solução.
Em poucos minutos, o que lhe podemos dizer é
que a solução de todo e qualquer problema começa quando mudamos a nossa maneira
de pensar e de agir. De pensar primeiramente, porque, mais emocionais que
racionais, não percebemos que somos vítimas do nosso orgulho, quando não
queremos arredar pé de nosso ponto de vista e achamos sempre que o erro é dos
outros e não nosso. A partir daí, se
conseguimos pensar diferente, algo tende a mudar em nossa maneira de agir. Ninguém vai resolver um problema, esperando
que o problema se resolva por si e, tampouco, pensando que mudar vai ser fácil.
É possível que sua filha seja a adversária com
quem você disputou alguma paixão amorosa em vida anterior (talvez seja isso que
você está querendo ouvir), mas é possível também que o problema tenha começado
agora nesta mesma vida, em forma de revolta por causa da ausência do pai ou da
forma como você a tem tratado. Pode ser, ainda, que aconteceram todas as
situações e que agora se somam para agravar o problema, porque vocês não estão
sabendo se comportar como mãe e filha. Não sabemos. Por isso mesmo, em razão dessas
supostas causas, a mudança teria que começar em você.
O que vai ajudá-la na solução do problema de relacionamento
com sua filha - se você nos permite dizer - não é propriamente o que você vai dizer a ela,
mas as suas atitudes, a sua conduta daqui pra frente. Se você ama de verdade
sua filha e algo está errado entre vocês, a causa pode estar em você, ou pode
estar nela - e, o mais provável é que esteja em ambas. E para tanto é necessário,
em primeiro lugar, que você comece por fazer um autoexame para verificar em que
está falhando, o que está faltando, o que precisa ser corrigido e isso,
evidentemente, não se dá de um dia para outro, mas ao longo do tempo.
Talvez, se ouvíssemos sua filha, teríamos
melhores condições de saber o que realmente está passando, até porque, numa
situação de conflito, cada um tem seu ponto de vista e sua percepção sobre o
outro. Em todo caso, acreditamos que, a
partir da nossa fala, você já pode tomar uma decisão, assumir outra postura e
buscar uma solução mais adequada por outro caminho.
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