Para onde vai o espírito do doente mental que
matou as crianças em Janaúba, Minas Gerais?
Mesmo sendo doente mental, ele vai responder diante de Deus?
Mesmo acometido de um transtorno mental, o indivíduo que comete um
assassinato, sempre responde pelo mal em razão do sofrimento que causou.
Primeiro, porque sua doença não veio do nada; devem ter havido antecedentes que
causaram essa enfermidade e que podem estar ligados a erros do passado, desta ou
de outras encarnações. Logo, seu ato já
é consequência dos caminhos que trilhou.
É o mesmo caso de uma pessoa que, embriagada, assume a direção de um
veículo, e acaba causando vítimas, quando ela mesma não morre no acidente. Não
podemos apenas justificar seu ato, pois ele aconteceu em decorrência de erros
anteriores.
Em
segundo lugar, devemos considerar que a agressividade do doente mental, nesse
caso de Janaúba, também não veio nasceu do acaso. Por outro lado, Deus não
poderia causar-lhe essa doença para matar crianças ou quem quer que fosse; a
enfermidade mental deve decorrer da propensão do próprio Espírito à violência -
no caso, à violência contra crianças,
uma raiva reprimida, que eclodiu de forma destruidora e cruel. Em terceiro
lugar, não podemos deixar de considerar a ação de Espíritos mal intencionados aos
quais o incendiário estava ligado por afinidade de sentimentos.
Porém,
do ponto de vista moral, nada justifica a violência, embora nas condições
morais precárias em que ainda nos encontramos na Terra, às vezes a violência se
torna inevitável. Foi o próprio Jesus quem disse: “É necessário que venha o
escândalo; mas ai da pessoa por quem o escândalo vier”. Essa assertiva caberia
nesse caso. Contudo, a tragédia nos abala profundamente como pessoas humanas e
sensíveis que somos (imaginem as famílias dessas crianças!) , pois ainda não
compreendemos por que um fato dessa natureza, muitas vezes, se torna indispensável
à evolução dos Espíritos.
Nessa
aparente contradição o que funciona mesmo é a Lei de Deus ou Lei Natural. Uma
pessoa que não tem conhecimento espírita, diante de uma tragédia dessa dimensão,
tem dificuldade de compreender por que Deus permitiria que crianças inocentes
fossem sacrificadas por um homem fora de controle e vítima de um transtorno
mental grave. Para onde vão essas crianças que não tiveram, sequer, tempo para
tomar consciência do que é a vida e assumir seus próprios atos? E para onde vai
o homem que nem tem como ser punido pela justiça humana?
No
mundo espiritual, as vítimas sempre levam vantagem sobre seus algozes, e neste
caso mais ainda, por serem crianças. Em situações como essas, elas são
recolhidas por Espíritos encarregados de atender as crianças e são encaminhadas
para tratamento. É claro que as crianças, de um modo geral, contam com uma
proteção especial, principalmente quando são vítimas de tragédias. Elas terão
chance de se refazer e, conforme a trajetória espiritual de cada uma, retomarão
seus caminhos como Espíritos para futura encarnação.
Quanto
ao autor da tragédia, o que virá depois depende do que como veio agindo longo de sua trajetória
espiritual. Ao que tudo indica, ele deve ter algo ver no passado com as vítimas
de hoje e, após tratamento devido, terá que se haver diante delas para
ressarcir seus débitos morais. No cômputo geral, quanto mais sofrimento causa o
Espírito, mais necessidade de encarnações ele tem e, geralmente, são
experiências dolorosas.
Precisamos compreender, entretanto, que por
maior o estrago que causamos, em prejuízo dos outros e em nosso próprio
prejuízo, todos somos filhos de Deus e ninguém escapa da lei de evolução. O
assassino de ontem pode ser o homem de bem de hoje, pois, todos somos passíveis
de mudança e aperfeiçoamento moral, através das múltiplas experiências, mais ou
menos sofridas, que as leis da vida nos impõem. Por isso, Jesus deixou claro
que Deus ama todos os seus filhos e, como todos somos irmãos, devemos amar até
mesmo inimigos.
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