Uma senhora, muito preocupada com a situação de sua mãe, questiona: “É normal uma mulher não se esquecer do marido que morreu há quase 10 anos, vivendo quase todo o tempo dentro de casa e não querendo participar de nada que possa trazer alegria?”
A dor da perda de um ente querido é algo muito
pessoal, depende de cada um, da forma como a pessoa foi educada, de suas
condições emocionais e, principalmente, de sua concepção do que é a vida. As perguntas fundamentais, que o
Espiritismo nos responde neste sentido são estas: o que somos nós? De onde viemos? Por que
sofremos? Para onde vamos depois desta vida? Contudo, a formação religiosa,
seja qual for a religião, é sempre um fator importante nesses momentos, porque
muito da religião penetra na intimidade das pessoas e, nessas horas de
frustração e angústia serve de base de apoio para suportar a dor da separação.
A Dra. Elizabeth
Kubler-Ross, psiquiatra que criou interessante teoria sobre a morte e o morrer,
teoria essa que ela elaborou a partir de
uma vasta experiência com doentes terminais e seus familiares, durante muitos
anos, classificou o luto ( ou seja, o sofrimento que advém da morte de um ente
querido) nas seguintes etapas: Negação,
raiva, barganha, depressão e aceitação. Contudo, a médica se refere a um luto que
podemos chamar de normal e que geralmente é superado dentro de um período de
mais ou menos um ano.
Entendemos, no
entanto, que ainda nos falta orientação quanto ao sentido da morte em pessoa da
família, para estarmos mais preparados diante de tais situações que acontecem
na vida de todo mundo. Neste sentido, o Espiritismo tem muito a oferecer,
principalmente para as pessoas que procuram conhecê-lo e se identificam com
suas ideias. Essas pessoas acabam primeiramente entendendo e, depois,
absorvendo os conhecimentos espíritas para aplicá-los na própria vida.
Como, para o
Espiritismo não há morte no sentido estrito do termo, mas apenas uma passagem
do Espírito da condição de encarnado para a condição de desencarnado, a
tendência do espírita é encarar com mais naturalidade o fenômeno, ciente de que
ninguém se livra dele. O impacto, que causa a morte de uma pessoa, quando os
familiares não se acham preparados, é muito grande em razão da ideia de
destruição e do fato de não se aceitar a separação.
No caso específico da sua mãe, dependendo do
tipo de formação que ela recebeu, é sempre recomendável buscar, além dar ajuda
espiritual (que consideramos necessária), também uma ajuda profissional, pois,
ao que tudo indica, ela passa por um estado depressivo, que está comprometendo
sua saúde, certamente precisando de atendimento médico/psicológico. No entanto,
mesmo assim, os princípios religiosos servem de sustentação para a vida de cada
um e não devem ser desconsiderados.
A Doutrina Espírita tem uma postura própria
diante da morte, como você deve saber, por conta de suas concepções de vida,
antes e depois desta vida, contribuindo
para que seus seguidores estejam mais ou menos preparados para esse tipo de
acontecimento na família, uma vez que a morte é certa e inevitável. Não sabemos, no entanto, como sua mãe reagiria
a uma orientação espírita nesse sentido, mas, como é sempre recomendável buscar
ajuda, você pode buscar no Espiritismo um apoio para essas horas tão difíceis.
Todavia, essa questão da morte, na verdade, é
que tem sido responsável pela maioria das pessoas que procuram o centro
espírita. Muitas delas acabam se apoiando no Espiritismo, pois nele encontram
acolhimento e conforto moral, especialmente quando percebem que os espíritas
têm uma visão muito realista e, ao mesmo tempo, muito simples da mensagem de
Jesus.
No caso, se encontrar resistência, o que
talvez seja o mais esperado neste momento, você mesma pode ser a portadora da
mensagem.
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