Os acontecimentos recentes
que paralisam a Humanidade do Planeta certamente oferecem uma lição inusitada
com a qual não contávamos. Será, contudo que a aprenderemos? Como o Espiritismo vê a questão? Dias atrás
no conteúdo DOENÇAS PSÍQUICAS apresentamos neste BLOG a explicação de como
processos virais surgem na nossa Dimensão encontrando meios
de instalação e proliferação no corpo utilizados por nós Seres Humanos
para evoluir. Uma explicação, na verdade revelada em 1943. A maioria esmagadora
dos indivíduos de nossa espécie continuará ignorando-a. Como a própria Doutrina
Espírita. A propósito, o astrônomo e médium Camille Flammarion, no discurso proferido quando do sepultamento
de Allan
Kardec afirmou que ‘o Espiritismo não é uma religião, mas uma
Ciência, da qual conhecemos apenas o a,b, c’. Sobre isso, o Codificador
pondera que ‘essencialmente positivo em suas crenças, ele repele todo misticismo,
desde que não se entenda esta denominação, como o fazem os que em nada creem, à
crença em Deus, na alma e na vida futura. Induz, é certo, os homens a se
ocuparem seriamente com a Vida Espiritual, mas porque essa é a vida normal,
sendo nela que se têm de cumprir os nossos destinos, pois que a Vida Terrestre
é transitória, passageira. Pelas provas que apresenta da realidade da Vida
Espiritual, ensina aos homens a não atribuírem mais que relativa importância às
coisas deste mundo, dando-lhes assim força e coragem para suportar com
paciência as vicissitudes da vida terrena. Ensina-lhes que, morrendo, não
deixam para sempre este mundo; que podem a ele voltar, a fim de aperfeiçoarem
sua educação intelectual e moral, a menos que já estejam bastante adiantados
para merecerem passar a um mundo melhor; que os trabalhos e progressos que
realizem, ou para cuja realização contribuam, lhes aproveitarão, concorrendo
para que melhorada se lhes torne a posição futura. Analisando sob o ponto de vista do
grande pesquisador Allan Kardec o inusitado problema enfrentado pela Terra nesses
dias, encontramos n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS o conteúdo a seguir para nossas
reflexões. Escreveu: - Na
primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem,
devem ser colocados a peste, a fome, as
inundações, as intempéries fatais às produções da Terra. Não tem, porém, o homem encontrado na
Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos
e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou,
quando menos, de atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas
por terríveis flagelos, não estão hoje preservadas deles? Que não fará,
portanto, o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de
todos os recursos da sua inteligência e quando, aos cuidados da sua conservação
pessoal, souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus
semelhantes? Buscando colher
informações com a Espiritualidade que o assessorava questionou: Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos
destruidores? Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser
a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em
cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é
que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente
do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de
flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são
frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor
ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos
séculos. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia
Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores? Pode e os
emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo
conhecimento do bem e do mal. O homem, porém não se aproveita desses meios.
Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe
faça sentir a sua fraqueza.— Mas, nesses flagelos,
tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso? Durante a
vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa
depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é.
Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na Eternidade. Logo, nada
são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos
queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os
Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real. Esses os
filhos de Deus e o objeto de toda a sua solicitude. Os corpos são meros
disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades
que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos
soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou
perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes
deles. Mas, nem por isso as vítimas desses flagelos deixam
de o ser. Se considerasseis a vida qual ela é e quão pouca coisa
representa com relação ao Infinito, menos importância lhe daríeis. Em outra
vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem
suportá-los sem murmurar. Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum,
ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A
única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo.
Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e
a abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam
mais do que passageiras tempestades no destino do mundo. A propósito dessa possibilidade, já
no século 20, o Espírito Emmanuel através de Chico Xavier na obra O CONSOLADOR (feb;1940)
acrescentou detalhes interessantes respondendo à pergunta: como se processa a provação coletiva? - Na
provação coletiva verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados,
participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O
Mecanismo da Justiça, na Lei das Compensações, funciona então espontaneamente,
através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do
pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais,
“doloroso acaso”, as circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no
mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas
mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais. Têm os
flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista físico, não obstante os
males que ocasionam? Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma região.
Mas, o bem que deles resulta só as gerações vindouras o experimentam. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o
homem, por porem-no a braços com as mais aflitivas necessidades? Os
flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência,
de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe
oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos
de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo. Dado é ao homem evitar os flagelos que o afligem? Em
parte, é; não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da
imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele
os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas.
Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral,
que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais
ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua
submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes
os agrava pela sua negligência.
Problema trazido por leitora que não quer se identificar. “Trago o problema de uma amiga, que é mulata, e se casou há cerca de um ano com um homem branco, quase loiro. Acontece a família dele não a aceita. Não é uma guerra declarada, mas uma guerra silenciosa, que ela percebe e sofre, sem falar sobre isso com seu marido. Ela gosta muito dele e o admira. Sabe que ele percebe o problema, mas também não fala sobre isso, talvez para que não sofra ainda mais. Sabe que o Espiritismo é contra o preconceito, mas não vê como pode ajudar a amiga, além de ouvir suas lamentações e conversar com ela.
Se você já leu
algo sobre o Espiritismo (parece que sim) ou mesmo se acompanha nosso programa,
deve saber o quanto a doutrina, seguindo os passos de Jesus, combate qualquer
tipo de preconceito. Não é nada confortável a situação de sua amiga mas, sem
dúvida, foi uma opção que ela e o marido fizeram, sabendo de antemão o que
poderiam enfrentar. É claro que, no caso de jovens enamorados, sempre há uma
expectativa de que as coisas vão melhorar e que, mais cedo ou mais tarde, ela acabará
sendo aceita, até por força das circunstâncias.
Também queremos
acreditar que isso ainda aconteça, pois todos estamos sujeitos a mudanças, até
por força do amadurecimento e dos sofrimentos que a vida nos impõe e o processo
ininterrupto da evolução. Quem chega ao nível de compreensão do Espiritismo não
pode concordar com o preconceito, pois – antes de sermos humanos ou de pertencermos
a este ou àquele grupo racial ou social – somos Espíritos, e os Espíritos podem
reencarnar em qualquer lugar, sexo, povo ou classe social.
Sabendo disso,
colocamo-nos ao lado de sua amiga e vemos em você uma atitude louvável em
interceder por ela, pois, pelo visto trata-se de uma boa esposa, que não quer
que seu marido sofra. Por outro lado, a mensagem espírita serve de apoio e
orientação a quem passa por problema dessa natureza, pois para o Espiritismo
todos somos iguais perante Deus e irmãos de um mesmo pai. Talvez não exista uma
doutrina moderna que tenha tanto argumento contra qualquer tipo de preconceito
como o Espiritismo.
Todavia, dentro dos postulados espíritas de
respeito e amor ao próximo, achamos que sua amiga deve continuar mantendo uma
postura digna diante daqueles que não a aceitam. Isso é mais que importante, é fundamental. Ela deve tomar cuidado para
não cometer algum deslize que possa comprometer sua dignidade como pessoa
humana e como esposa, a fim de que seus adversários não tenham em que se apegar
para desautorizá-la ou criticá-la. Se ela quer manter seu casamento, tudo que
puder fazer para alcançar esse objetivo vai atender aos anseios de sua
consciência.
Por certo virão
filhos. Sobre isso você nada falou, mas certamente você ela está aguardando uma
situação mais oportuna. Talvez seja por enquanto a melhor decisão, mas leve em
consideração que os filhos podem ser uma chave de solução do problema. Mais
cedo ou mais tarde – se ela conseguir souber manter o equilíbrio – até mais
cedo do que pensa, a situação pode melhorar e até vir a se solucionar de forma
definitiva.
Uma sugestão seria
aproximar-se do Espiritismo, até de maneira velada, para não complicar mais a
situação. Você, cara ouvinte, poderia intermediar essa aproximação. A doutrina,
com sua vasta bibliografia, quando compreendida na sua essência ajuda a
fortalecer bons sentimentos, pode proporcionar-lhes mais argumentos para que se mantenham com a consciência tranquila,
ainda que sofrendo o desconforto da discriminação da qual sua amiga é vítima.
Neste aspecto, o casal pode conversar, buscando ajuda para atender às
necessidades espirituais deles e de sua família.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, neste momento, é o livro
mais indicado, para começarem a ler, fazendo suas orações em favor dos
familiares e de vocês mesmos. Por esse livro, eles poderão entender também por
que está passando por esta situação, quais as causas anteriores dessa situação
e de que modo procurarão superar esse obstáculo, mantendo a fé em Deus e a
confiança em si mesmos.
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