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terça-feira, 24 de março de 2020

ESTIGMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


A falta de conhecimento cria ao redor de qualquer assunto uma aura de mistério, estigmatizando-o, e, por vezes, gerando o medo que dificulta a compreensão racional sobre o mesmo.
A palavra Apocalipse é um desses. De origem grega quer simplesmente dizer revelação. Embora o texto que finaliza o NOVO TESTAMENTO parte integrante da BIBLIA - o mais reproduzido na sociedade Ocidental - seja o mais conhecido, existem vários outros com a mesma denominação, surgidos através de vários Profetas do povo hebreu. Construído em torno de inúmeras imagens, representa a projeção feita por Jesus ao seu Discípulo João em desdobramento espiritual deste, a respeito dos principais acontecimentos ao longo da Era inaugurada pelo incomparável Mestre.
A análise do seu conteúdo, portanto, somente pode ser feita com segurança por alguém com conhecimento acima da média em relação aos demais Seres Humanos.
A interpretação a seguir enquadra-se nesse grupo. Cultura enciclopédica, gestor por mais de duas décadas Federação Espírita do Estado de São Paulo, criador dos primeiros cursos sistematizados sobre Mediunidade e Evangelho, inspirador de importante movimento denominado Aliança Espírita Evangélica, Edgard Armond (1894/1982) foi um dos poucos espíritas que tentou mergulhar no sentido oculto do APOCALIPSE do Apostolo João, livro escolhido pelo organizador da BÍBLIA para fechar o NOVO TESTAMENTO.
Suas reflexões e estudos foram reunidos na obra A HORA DO APOCALIPSE (1978), “interpretando os diversos conflitos evidentes da virada do Milênio como sintomas a céu aberto dessas mesmas profecias, à luz do Espiritismo, considerando a época atual um período de transição, associado a importantes mudanças, sobretudo no campo moral, onde se evidencia o surgimento, no futuro, de uma nova Civilização espiritualmente melhorada”.
Entende ele que ‘em estado de desdobramento ou êxtase, provocados e controlados pelo Alto, o Apóstolo viu, nos Planos Espirituais, quadros e projeções etéreas, que deveriam gravar-se em sua mente psíquica com intensidade suficiente, para serem reproduzidas em um trabalho já, de antemão, destinado à divulgação em dias vindouros.
Esses quadros fixados por João naturalmente que se ressentiram das falhas da memória física e, não lhe sendo possível transmitir, em perfeita fidelidade, tudo o quanto viu, com a contemporaneidade de detalhes que a vidência, nestes quadros amplos, oferece aos médiuns, fê-lo como podia, estabelecendo comparações com as coisas que já conhecia antes, próprias do Mundo Material, mas respeitando sempre e fielmente, seu sentido oculto; e isso podia fazê-lo porque o vidente, via de regra, no ato de perceber ou ver as cenas e imagens astrais, tem delas e da sua significação, conhecimento ou intuição momentâneos, o mesmo sucedendo com relação aos símbolos e alegorias que, aliás, no APOCALIPSE muito se assemelham aos utilizados na tradição espiritual dos hindus, persas, sírios, caldeus, árabes e egípcios, visto que as verdades espirituais não se alteram pelo simples fato de serem apresentadas em lugares e épocas diferentes. Pelo exame feito deste APOCALIPSE pode-se constatar que a matéria final tem preponderância e se refere direta e especialmente aos tempos atuais da transição cíclica iniciados em 1950. Por outro lado a narrativa não tem datas certas, porque representa instantes, Momentos e Períodos Cósmicos referentes à Terra, com os acontecimentos indicados unicamente pela sucessão deles, visto que nos Mundos Espirituais não existem espaço e tempo.
Na primeira parte dessa postagem, vejamos como ele entende a SIMBOLOGIA do livro de João:
Os MINISTROS DE DEUS são Anjos, Arcanjos, Serafins, Querubins e outros seres ativos, que se apresentam de diferentes maneiras;
As DECISÕES DA DIVINDADE são apresentadas como espadas que fulguram na mão de executores;
Os SELOS que são rompidos e as trombetas que soam, marcam sempre o início de ações que vão se desenrolar;
Os ANJOS E OS SANTOS das Igrejas são os Espíritos Protetores delas;
INSETOS E AVES representam personagens humanos;
DRAGÕES E SERPENTES são Espíritos malignos
A BESTA (animal sempre figurado em destaque) representa os instintos da animalidade inferior que tentam dominar o homem;
O CORDEIRO é JESUS, que foi imolado pela salvação da Humanidade e assim por diante, em todos os capítulos do livro, com pequenas variantes.
Quando o Vidente quer expressar as belezas e as glórias dos Mundos Espirituais, emprega os termos: coroas, lâmpadas, estrelas, archotes, relâmpagos, claridades, e o faz sempre de forma hiperbólica, que é a usual no sistema oriental de fixar imagens na mente.
Os SETE candelabros, sete lâmpadas, sete estrelas, sete selos, são fixações mentais do Vidente, referentes à tradição setenária da Criação Divina;
O NÚMERO DOZE lembra o respeito devido aos fastos familiares ou nacionais da Nação Israelita:
As DOZE TRIBOS, os doze filhos de Jacó, os doze meses do ano, os doze apóstolos, os doze signos do zodíaco, etc.;
Quando fala em Dias quer dizer Milênios e, em Horas, Séculos.
O erudito Edgard Armond considera que os SELOS quando se abrem marcam o início de acontecimentos humanos: os Seis primeiros referem-se aos que ocorreram na Terra, após a morte de Jesus até o ano de 1950, e de maior significação evolutiva para a Humanidade: o desvio religioso do Cristianismo Primitivo, o obscurantismo da Idade Média, as invasões dos Bárbaros, a queda do Império Romano, a Cisão Protestante, as duas guerras mundiais, o advento do Espiritismo, a eclosão do Comunismo Ateu.
No tocante ao o Sétimo e último, refere-se ao Período Final que estamos vivendo agora.
Explica que desde o início da Civilização surge a figura da Besta, que representa o esforço da animalização da Humanidade, a dominação do homem pelos instintos e pelos sentidos inferiores, o reinado desenfreado das paixões inferiores, com exacerbação do egoísmo e da violência, da brutalidade em todas as suas formas destrutivas, em contraposição radical aos ensinamentos de Fraternidade e de Amor, que deveriam reinar e que formam a estrutura e os fundamentos dos ensinamentos do Cordeiro.
Mais tarde, evoluindo no seu setor, a ciência materialista, ao invés de consolidar a Revelação Espiritual, caracteriza-se, bem ao contrário, pela negação do “Espírito”, esforçando-se por estabelecer o predomínio da inteligência sobre as almas, contrariando o equilíbrio das forças construtivas Eternas, no mesmo passo em que as religiões dogmáticas e mundanas veem seu prestígio enfraquecer e crescer assustadoramente a inquietação humana pelas vicissitudes e pela miséria, ameaça sempre presente, como resultado da expansão demográfica egoísta e frenética dos homens, que lutam pela posse de bens perecíveis e ilusórios.
A Besta, visando o desregramento de Humanidade, atua fortemente no campo do sexualismo; o psiquismo bestial tem seu comando no astral inferior da Terra e utiliza, em grande número, agentes encarnados e desencarnados muito ativos, que semeiam males sem conta, perturbam as mentes, destroem a fé incipiente nas almas e aumentam continuamente seu campo de ação, principalmente no período final, quando as legiões malignas, aprisionadas há longo tempo nas regiões trevosas, vão sendo soltas e reencarnam afoitos, aproveitando esta última oportunidade que se lhes oferece, porque deverão ser julgados todos, indistintamente, vivos ou mortos.
A Besta que já tinha sido antes derrotada por Jesus, com sua descida à arena terrestre e seu sacrifício de amor, aliando-se a Satanás e sabendo “que restará pouco tempomultiplicará seus ataques sendo, porém, derrotada definitivamente pelas hostes do Cordeiro. Apesar de apenas iniciado na Terra o Período Evolutivo Final, podemos observar as ondas de corrupção, de violência, de anarquia, desorientação e desequilíbrio sexuais que varrem o planeta do extremo a extremo, atingindo homens, mulheres, e jovens, principalmente.
A Besta Apocalíptica domina por toda parte e ainda que as hostes do Divino Cordeiro se unam, se multipliquem, ficarão sempre sujeitas à possível derrota, se não merecerem o auxílio do Alto, corporificado no Cristo, que é o único poder capaz de vencer a batalha da luz contra as trevas.
As massas malignas infestam as Trevas, o Umbral e a Crosta Planetária, onde se misturam com os encarnados, pois que todos são parte da mesma Humanidade e, no próximo expurgo, dois terços dela, aproximadamente, serão descartados, eliminando-se assim definitivamente do Planeta as forças negativas e os seres humanos incompatíveis e irrecuperáveis, por enquanto, pelos recursos construtivos do amor. 
As massas de Espíritos que estão sendo soltas e libertadas para tomarem parte na grande separação saturarão a Terra nestes últimos tempos, tentando reconstituir a vida dos Mundos Primitivos, e os desregramentos das Civilizações passadas, fazendo o mundo retrogradar.
Porém todos eles e mais os feiticeiros de todas as origens, os chacinadores de povos conquistados, os inquisidores religiosos, os comerciantes e industriais que sugam na miséria do povo, os armamentistas e outros profissionais de guerras, os políticos desalmados que enganam o povo e somente visam a conquista do poder e toda a escumalha moral da Humanidade, inclusive os que retardam a evolução espiritual dos homens, apregoando cultos de exterioridade, serão descartados, conquanto muitos poderão ainda redimir-se pelas luzes do Evangelho, pelo esforço benévolo dos humildes discípulos do Cordeiro, que não cessam de difundir pelo mundo as promessas de redenção. Assim, pois, como se vê o sacrifício, por maior que for, para ajudar a salvação do maior número, eis o único caminho da ascensão para a Angelitude, porque a renúncia de si mesmo é a marca do Cordeiro e o mais alto indício de Evolução Espiritual nestes tempos.





Ariovaldo d’Nicolai pergunta por quantas encarnações seu Espírito já passou.Acreditamos que muita gente gostaria de fazer esta pergunta que o Ariovaldo está no trazendo agora. Perguntas como esta são interessantes, porque nos ajudam a elucidar muitos pontos importantes do Espiritismo, que a maioria das pessoas desconhece. Vamos à questão. Quem pergunta quer saber.
 Na verdade, Ariovaldo, não sabemos por quantas encarnações você já passou, até porque o número de encarnações, que já vivemos, é indeterminado. Por que o Espirito reencarna? Para aprender com a vida, para evoluir, vivenciando situações, estudando, trabalhando, convivendo e amando, na busca de sua auto realização, que podemos chamar de perfeição ou estado de felicidade. Será que todos os Espíritos têm o mesmo número de encarnações? Não, porque o ritmo de progresso não é o mesmo para todos, cada um tem seu próprio aproveitamento em cada encarnação.
Para se fazer uma ideia melhor desse processo de evolução espiritual, podemos comparar a vida na Terra a uma escola. Todos os alunos entram na escola para aprender. Alguns são mais esforçados e aprendem mais depressa, caminham mais rápido e terminam em pouco tempo o curso. Outros, porém,  não se interessam tanto pelos estudos, falta-lhes empenho e dedicação e, por isso, estão sujeitos a ser reprovados e ter que repetir o ano e, muitas vezes, a permanecer muitos anos na escola.
 É claro que a vida é bem complicada do que uma escola, mas assim mesmo dá para se fazer uma ideia por comparação. Por exemplo: se o aluno, que está no terceiro ano escolar, não aprendeu determinado conteúdo do segundo ano, ele vai encontrar problema para aprender o que seus novos professores estão ensinando, pois deixou alguma coisa para trás. Do mesmo modo, se o Espírito, agora reencarnado, encontra muita dificuldade diante de determinado tipo de problema é porque ele deixou algo para trás que ainda não conseguiu superar.
 No entanto, a nova experiência é sempre uma outra oportunidade de reviver as lições do passado e aprender o que não aprendeu antes ou o que deveria ter aprendido. Assim, há Espíritos que reencarnam para desenvolver a paciência como objetivo primeiro da sua vida. Então, com certeza, esse Espírito vai encontrar situações que vão exigir que ele exercite a paciência para desenvolver essa virtude.
 Um outro Espírito precisa, mais do que nunca, aprender a praticar atos de benevolência. Logo, sua atual encarnação o coloca em situações que vão impulsioná-lo para esse lado, a fim de aprender a fazer o bem ao próximo, a respeitar e amar seus entes queridos. Qualquer virtude, que precisamos educar, exige exercício, pois é na vida prática que descobrimos caminhos e saídas para nossa felicidade. A lei de Deus nos constrange a isso.  Emmanuel dizia ao Chico Xavier que, para aprendermos a perdoar, vamos precisar de que alguém nos ofenda.
 No entanto, Ariovaldo, a série de reencarnações é interminável. Isso quer dizer que vamos reencarnar tantas vezes quanto precisarmos para alcançarmos o máximo de crescimento espiritual aqui na Terra. Há Espíritos que reencarnam para viver alguns dias, alguns meses ou alguns anos. Outros têm uma vida relativamente longa. Em tudo isso há sempre um significado, pois essas experiências, por mais curtas que sejam, sempre são necessárias à sua evolução e sempre lhes ensinam alguma coisa.
 N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec, temos um capítulo que trata da reencarnação e mostra que ela é o mecanismo pelo qual desenvolvemos nossas potencialidades intelectuais e morais ao longo de muitas e muitas existências. Mas, a reencarnação não acontece apenas na espécie humana. Antes de o Espírito atingir a condição de ser humano, ele já estagiou em espécies animais, milhões de anos atrás, onde também reencarnava. Por isso, se torna mais difícil ainda saber quantas encarnações alguém pode ter vivido ao longo de sua história muitas vezes milenar.
 Reencarnação é assunto muito longo. Dá para falar dele durante muito tempo. Aliás, há inúmeras obras espíritas especializadas nesse tema. Contudo, aqui, só damos uma pincelada geral para atender a perguntas de leitores, como você, Ariovaldo, agradecendo sua grande colaboração. 

















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